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Carolleite26 ♥️✨Cristina: Eu sei... eu também sinto, mas não podemos nos apegar a isso, mamãe precisa seguir ou vai acabar destruindo quem tanto te ama e está aqui, ao seu lado, te esperando com paciência - segurei sua mão - eu sei que tem medo, eu também tenho, quem quer viver essa dor outra vez? Ninguém, eu te garanto... por que não viaja por uns dias com o papai? Seria bom para vocês dois - me calei por alguns minutos - nossa lua de mel foi um desastre... me sinto mal com tudo... estou tão sufocada, não consigo mais fazer nada... me sinto infeliz... culpada... seduzi o Atilio... o amo mamãe... o amo e não sei o que fazer com tudo isso... as coisas estão muito mal - coloquei a mão no rosto chorando.
Victoria: Eu sei disso, seu pai sugeriu fazer terapia de casal e aceitei, eu necessito estar bem para vocês, além do que penso em fazer, não posso viajar nesse momento – suspirei – brigaram? Mal pelo que? Ele está aprontando para que se sinta sufocada? Tenho observado o seu marido – bufei – e tem me surpreendido sua mudança, não esperava que ele fosse cuidadoso, estivesse pendente de você, quero dizer acreditei que seria passageiro, logo estaria com outras, nunca passou mais de um mês com a mesma mulher, você o mudou, não acredito que vou falar isso, mas de uma chance ao amor de vocês, ele te ama.
Cristina: Faça, será um divisor de águas para vocês... vai melhorar o relacionamento dos dois, é o que eu desejo - sorri - os meus pais felizes... o que está pensando? Tem algo mais importante que a sua família, o seu marido? Mamãe... sim, Atilio é cuidadoso comigo... mas... é complicado falar sobre isso... me sinto tão frustrada... estamos brigando constantemente... foi na viagem, está sendo assim em casa... mal nos falamos... somos tão diferentes - falei secando o meu rosto - tento agradar o meu marido... mas... não dá... não mais... ele não tem feito nada... não dessa forma... ele me respeita... tem trabalhado muito... nós discutimos e ele me mandou embora... qualquer discussão ele explode e me manda embora, isso me dói... é como se ele não me amasse... eu não sei viver sem aquele safado... o amo muito... me sinto sozinha... não tenho com quem conversar... te procurei, mas quando vi que a Sra não estava bem recuei... desde então estou assim, frustrada... não consigo trabalhar... me concentrar... minha cabeça não saí de todos esses problemas... nosso casamento começou errado... esse é o meu castigo por amar, por lhe seduzir, não é? Amar e sofrer por ele - chorei sofrida.
Victoria: Sou feliz só que há momentos que a saudade aparece, meu medo atrapalha meu relacionamento, vamos mudar isso – a fiz me olhar - nada é mais importante que minha família, não fique brava comigo ao falar da idade de vocês, isso pode atrapalhar um pouco, no temperamento, na maturidade, o que me faz pensar que as brigas são por motivos bobos porque a comunicação entre você e o seu cabeça dura tem divergências, eu fiz isso com o seu pai, o mandei embora por não saber como explicar sobre o seu irmão, o que quero dizer que por medo de nos ferirmos afastamos quem mais amamos, Atílio nunca amou, assim como você, para ter esse equilíbrio de saber ceder, falar o que sente, é difícil nem eu tenho direito, para que esse amor continue crescendo ambos preciso escutar o outro, conversar com sinceridade, ambos serem o apoio, me desculpe não ter estado com você, estou aqui agora, conversem novamente, pode ter começado errado, mas se tornará uma historia feliz.
Cristina: Eu sempre me perguntei como era o amor, o que eu iria sentir diante de um homem... como isso iria mudar a minha vida... mas fui crescendo... fui odiando essa ideia, me doar... abrir mão das minhas vontades... dividir a minha vida com outra pessoa, que tem costumes e ideias totalmente diferentes das minhas - secava o meu rosto a cada vez que falava - eu sempre vi o meu pai se calar diante das discussões... aceitar tudo que a Sra falava... a medida que o tempo passava o brilho dos seus olhos diminuíam... seu sorriso também... mas eu entendi que o amor dele era bem maior do que tudo isso... que a felicidade dele é a sua... assim como a minha... eu não queria isso... não queria - solucei chorando - mas de repente essa coisa foi crescendo dentro de mim... foi me sufocando e eu não parava de pensar nele, em como seria estar em seus braços... lhe beijar... ser mulher dele... quando soube que ele iria para a fazenda, algo em mim explodiu e não me deixou mais em paz, eu precisava atender a esse desejo... eu... eu precisava sentir que um homem de verdade estava me amando... me dando prazer... eu fiz tudo para conseguir e a Sra não tem ideia das barbaridades que ele me falou naquele dia... o quão humilhada eu deveria ter me sentido, mas isso não foi nada... sua filha é uma mulher promíscua - falei sem lhe olhar - ter Atilio era o meu desejo e aconteceu... eu não planejei que o meu pai, que vocês nos vissem daquela forma, mas aconteceu e o papai me obrigou a casar... fiquei desesperada porque vi tudo mudar... não era isso que eu queria para a minha vida, mas foi o que ele determinou e a Sra apoiou... Atílio mudou... começou a me tratar diferente... mas eu não sei dizer... algo nos faltava... hoje quando paro e me lembro de tudo isso, me sinto tão... tão mal... eu... eu sonho com coisas que eu sei que nunca irão existir... que o meu marido é intenso... rude para algumas coisas... de repente eu embarquei em uma ilusão que nós dois não nos encaixamos... quando foi que eu idealizei um homem perfeito? Um príncipe em um cavalo branco? Quando foi que eu decidi renunciar a minha vida como o meu pai? Quando? - soluçava em meio ao choro - eu não quero dizer sim para tudo, mesmo sabendo que não é o que eu quero, que não é o que eu gosto... quem vai notar as minhas frustrações? As minhas crises de ansiedade? Quem mãe? Quem? - deitei minha cabeça em seu ombro sem parar de chorar.
Victoria: Agora quem não entende o que quer sou eu – segurei sua mão – sim, seu pai sacrificou muitas coisas por mim, eu percebi que minhas atitudes o machucavam e ainda machucam, por isso resolvemos mudar, uma das grandes reclamações dele era cada um estar em uma casa diferente, encontramos um meio termo, moramos em uma fazenda perto da cidade, o que beneficia a ambos, ao contar sobre o seu irmãozinho recebi o seu apoio, o amor dele não mudou e nem o meu, não penso em me separar, ou perdê-lo, sempre encontro formas para estar com ele, conversamos, passeamos, planejamos nossos sonhos, dividimos os peso do mundo, estou falando isso porque o ama, está com medo do passado dele, do que ele representa em sua vida, não é porque viu os altos e baixos do meu casamento que passará pelo mesmo, não me fale desse dia, eu fiquei traumatizada, imagino a boca suja dele, apoiei porque estava rebelde demais, olhe agora, nada de bebida, boate, drogas, quando renunciou? Renunciou ou decidiu mudar? Era feliz antes ou agora? – abracei – chora meu amor.
Cristina: Eu não quero isso mãe... eu não quero machucar, não quero ser machucada - fechei os meus olhos sentindo ela me acariciar - a vida é assim mãe, uma eterna montanha russa, um dia estamos no alto, no outro embaixo... eu só precisava de uma conversa... uma companhia... não ser obrigada a se casar - chorava - renunciei a tudo isso e me arrependo... agora estou aqui, sóbria... sofrendo... a Sra nunca vai entender como eu me sinto, por mais que eu tente te falar... tá doendo muito aqui dentro... me sinto morrendo dia após dia... pedindo socorro, mas ninguém vem me resgatar... preferia seguir assim, pelo menos o álcool e a droga me deixava entorpecida... estava sozinha, mas não frustrada como agora.
Victoria: Não foi assim, agora tem duas escolhas: viver remoendo esse passado ou escrever seu futuro da forma que quer, se está arrependida pelo casamento pode pedir o divórcio quando quiser, terá nosso apoio, se acredita que nem eu e seu pai entendemos pode procurar ajuda, essas porcarias são apenas fuga, os problemas continuariam aqui.
Cristina: Um dia tudo isso passa, não é? - suspirei pesadamente - é... nesse caminho deva ter alguém que me escute e me entenda... me desculpe, eu realmente não me sinto bem, acho melhor ir para casa - me levantei do sofá e me afastei dela.
Victoria: Passa meu amor, passa sim, terapia vai ajudar a entender tudo que se passa nessa cabecinha e nesse coração, o que está sentindo? Podemos ir juntas para casa, é que gostaria de contar mais uma coisa.
Cristina: Não se preocupe, tudo isso é exaustão mental, tenho me cobrado muito esses dias - suspirei - vamos conversar aqui mesmo, pelo menos não vão nos atrapalhar - voltei para o sofá e me sentei ao seu lado, percebendo que ela estava um pouco tensa - pode falar mãe, sou toda ouvidos.
Continua...
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O Que Sinto? É Amor? - Victoria y Victoriano (Concluído)
RomanceO amor não é um êxtase cego e apaixonado de amantes. Nem é a idealização dos românticos. O amor é uma conexão íntima, uma confiança profunda e um desejo de buscar o bem do outro em tudo. 🚫 Plágio é crime 🚫 ❤️ Victoria y Victoriano ❤️ ❤️ Cristina y...