❣️64. AyC❣️

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Cristina: Complicada por que? - o olhava - sim, nós duas conversamos e aparentemente está tudo bem... mas ainda sinto receio Atilio, eu não vou mentir e te falar que estamos cem por cento, porque não estamos... é uma jornada longa... sinto um certo receio de me aproximar e ela invadir a nossa vida, sinto um receio por ter essa menina com eles, um bebê... me senti tão insuficiente para eles - deitei minha cabeça em seu ombro - me perdoe por isso, mas eu não quero... eu vou trabalhar e te ajudar em tudo, prometo que não serei um peso, uma despesa a mais... gostaria Atilio... gostaria muito dos cuidados deles, mas eu sei que isso é complicado... eu não quero mexer nisso agora, me sinto angustiada, quero chorar o tempo todo... estou me sentindo em um furacão... pensei que não iria reviver isso, que não doeria, mas me enganei... eu vou me cuidar sozinha, você vai seguir seu trabalho, eu e o seu filho não vamos ser um peso meu amor - beijei o seu pescoço - não precisa ficar preocupado.

Atílio: Porque não sei como se sentiu depois da conversa, sobre o que quer fazer em relação aos seu pais, não que eu queira defender a megera, agora que sou pai também ficaria com o pé atrás com um sujeito que casasse com minha filha sabendo tudo o que ele fez no passado, claro que ela fez da forma errada, que poderia ter me dado um voto de confiança, não é algo fácil. Se nosso arco-íris for menina vai para um convento quando crescer, porque não conhece melhor essa garota, as duas passaram pelas mesmas situações, podem dar força uma outra, nunca foi insuficiente, tira isso da cabeça, sua mãe estava cega de dor, falo isso por causa do Victoriano, nem ele conseguiu passar a muralha da dor que ela fez, não fique brava, mas você era apenas uma criança - segurei sua mão - do que está falando? Desde quando é um peso? Da forma que fala faz parecer que não consigo dar o conforto que meu amor merece, se quer trabalhar pode, mas por você porque não irei aceitar o seu dinheiro para qualquer despesa, é seu, vai fazer dele o que bem entender, compras, brinquedos, flores, o restante é comigo, fui ensinado assim desde pequeno, vamos acalmar esse furacão para virar uma brisa - beijei seu pescoço - estamos sendo sinceros certo? Não sei se deveria contar só que Victoriano está muito preocupado com a megera mais do que antes, quase não a deixa sair sozinha, liga de minuto a minuto, estou achando que ela andou aprontando.

Cristina: Me senti mais aliviada, essa é a verdade... eu ainda não sei o que fazer sobre eles... mas sinto saudades, dos dois... você só faria isso se eu não estivesse mais viva Atílio Montenegro - falei séria - todos temos um passado Atilio, você não foi santo, eu tão pouco... bebi... usei drogas... sai com vários homens... fiz coisas que também não me orgulho, mas fiz... eles devem confiar em você, assim como eu... você mudou, nós dois mudamos... vou tentar, mas não quero fazer nada forçado, ainda não me sinto preparada para um grupo de apoio - brinquei - eu prefiro esquecer isso, falar só vai abrir ainda mais essa ferida... quero focar em nossa familia, em meus estudos...- o olhei rapidamente - me desculpe por isso, não quis te ofender, eu só não quero me sentir uma inútil Atilio, ser bancada, levar uma vida fútil, sem sentido... isso não meu amor... você me dá sim, todo conforto que eu preciso, que eu mereço e que eu não espero - enchia ele de beijos e parei lhe olhando - estamos sim, acho que ela me falou Atilio, ela me falou mas como sempre eu não percebi - baixei a minha cabeça triste - eu sou egoísta... acha... acha mesmo que ela seria capaz de fazer alguma coisa contra a própria vida? Eu não deveria ter contado nada, absolutamente nada - me levantei do seu colo chorando.

Atílio: Podemos visitá-los mais, convidar para passar o dia aqui, aos poucos amor, para confiar tenho que demonstrar mais, não é? Você confia pois vê todos os dias a minha mudança, assim como eu vejo a sua, podemos ver uma terapeuta, vamos focar em nossa família, em nosso relacionamento e em nosso bebêzinho, não me ofendeu, não é uma inútil, nem levará uma vida fútil, tem que focar em seus estudos, logo vai ter sua própria marca, vai montar a estufa, olha como tem muitas coisas para fazer - ria ao sentir o seu carinho - não é egoísta - a trouxe novamente para meu colo - estava sofrendo também, seu pai não me disse abertamente, o que pude entender que sim e foi por muito pouco que não conseguiu. Cris se não contasse continuaria sentindo esse peso, essa dor, sei que não vai se curar de um dia para o outro, olha o grande passo que deu hoje, contou para sua mãe, contou para mim, agora podemos aos poucos curar essa ferida.

Cristina: Amanhã podemos ir até lá? Quero conversar com ela... sim, você está certo - falei secando o meu rosto - vamos demonstrar mais para que eles possam confiar em nós dois - sorri fraco - você quer ver um terapeuta? Acha que eu preciso? Vamos sim meu amor, focar em nossa familia, em nossos projetos... quero fazer tudo com calma... amanhã vamos até lá vou conversar com o meu pai, quero ajudar de alguma forma enquanto estou em casa... é a minha mãe, quero estar presente nesse momento - deitei a cabeça em seu ombro - eu sei Atilio, mas é algo que está me deixando mal, não pensei que fosse mexer dessa forma... eu não quero que nada aconteça ao nosso bebê, não quero passar por toda aquela dor outra vez - me encolhi em seu colo com medo.

Atílio: Claro, assim aproveito para pegar algumas coisas na casa, apenas seja sincera com seus sentimentos, seria bom conversar com uma profissional, faremos como quiser, mostre que está ao lado dela, que ela pode sem medo se apoiar em você, que não está sozinha - a fiz me olhar - nada vai acontecer ao nosso bebê, ele vai crescer forte e saudável.

Cristina: Está bem... farei isso, primeiro quero ver a minha mãe, me certificar de que ela ficará bem, depois nós vamos ao médico para que eu faça o exame, quero confirmar o que já sinto aqui, o nosso bebêzinho - levei sua mão a minha barriga - eu confio em você meu amor.

Longe dali...

Desde que voltou para casa eu percebo que Victoria estava calada, distante, o que me preocupava e muito. Não falei nada, preferi conversar com ela em nosso quarto e assim foi. Terminamos o jantar, conversamos mais um pouco com a Diana e fomos para o nosso quarto. Ela tomou banho, trocou de roupas e deitou na cama. Fui ao banheiro e voltei minutos depois, vestido apenas uma calça do pijama, estava com calor.

Victoriano: Uma jóia por cada pensamento Sra Santos - me deitei ao seu lado e lhe abracei, beijando seu ombro nú.

Victoria: Estava pensando em nossa filha, no quanto não fui uma boa mãe, trabalhei demais, brigamos de mais e eu não percebi o quanto ela precisava de mim - sorri fraco.

Victoriano: Do que está falando meu amor? Vocês sempre estiveram perto, ela trabalhando com você... Victoria você não é uma mãe ruim, por que está se condenando dessa forma?

Victoria: É a verdade, aconteceram coisas que nós nem percebemos, as festas, bebidas e a drogas, nunca pensamos no motivo para ela agir assim, o que eu fiz? Nada, porque não percebi o quanto minha filha estava sofrendo, pedindo ajuda, continuei focada na empresa, em destruir nosso casamento, como pode ainda me amar? - chorei.

Victoriano: Onde quer chegar com isso Victoria? - me sentei na cama e a vi se virar para mim - o que aconteceu com nossa filha? Vocês conversaram? O amor não se explica Victoria... você consegue explicar os seus sentimentos por mim? Consegue explicar porque todos os dias vemos o milagre da vida acontecer? Fazemos parte desse milagre.

Victoria: Que errei muito com a minha família, só estou falando tudo que aconteceu, conversamos e percebi que a afastei e depois veio a perda do nosso anjinho, afastei você me fechando em toda aquela dor - balancei a cabeça negando - sinto que perdi tanto.

Victoriano: Não quer me contar sobre essa conversa? - segurei sua mão em uma carícia - por que ao invés de sofrer por algo que não pode mudar, não olha para a frente? Não muda as coisas?

Victoria: Foi uma conversa difícil, não gostaria de relembrar, não agora, eu tento Victor, eu tento e as vozes da culpa não se calam em minha cabeça, eu não sei o que fazer, uns dias bons e outros ruins.

Victoriano: Está fazendo um tratamento, terá dias bons e dias ruins... mas vamos passar por todos eles - lhe abracei - amanhã vamos a sua terapeuta e você conversa com ela sobre isso, quero te ajudar, quero muito, mas não sei como... me sinto impotente diante de toda essa situação - falei triste - te vejo sofrendo, se culpando por tudo... nós fizemos escolhas Victorias... a Cris de se afastar... eu de seguir ao seu lado... precisamos arcar com as consequências de nossas decisões, sejam boas ou ruins... não estou dizendo que foram ruins, mas que temos ambos.

Continua...

O Que Sinto? É Amor? - Victoria y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora