❣️06. AyC❣️

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Atílio: Vai lá se divertir - sorri safado - eu vou procurar umas delicinhas para me divertir, não sou ciumento Cris.

Sorri do que ele falou e saí voltando para a festa, iria aproveitar ao máximo que os meus pais não estavam ali. A maioria já estava bêbado, isso foi algo que não faltou. Alguns pulavam na piscina, outros dançavam e brincavam. Era hora de esquecer tudo ali, me aproximei de um amigo, peguei o outro comprimido e tomei com o resto da bebida que tinha na garrafa. Não era a primeira vez e não seria a última que fazia isso. Pelo menos assim entorpecia o meu corpo, adormecia a dor que eu sentia.

Nem bem voltei para a festa e encontrei uma garota para curtir, foi o que fiz, não me importava se nos observavam, todos estavam bêbados, não demoraria muito para levá-la ao meu quarto.

Longe dali...

Havia reservado o melhor bangalô de uma pousada que havia na cidade vizinha. Eu e Victoria tínhamos o costume de frequentar aquele lugar para fugir um pouco de nossa rotina. Liguei no outro dia de noite e pedi para prepararem tudo da forma que nós gostávamos, queria proporcionar ao meu amor a melhor noite de toda sua vida, fazer ela esquecer de todos os nossos problemas. Assim que chegamos tomamos um delicioso banho na hidromassagem para relaxar e descansamos um pouco. Saímos para almoçar e passear na cidade. Quando retornamos pedi a ela que tomasse um banho enquanto organizava a nossa noite. Espalhei velas por todo o quarto, pétalas de rosas no chão e em nossa cama. O jantar chegou, organizei tudo na mesa e fui tomar banho. Minutos depois estávamos sentados a mesa, degustando um delicioso vinho branco, com um filé de peixe e uma música bem romântica ao fundo.

Victoriano: Queria fazer desse dia uma memória inesquecível - beijei a sua mão - é uma pena termos que voltar - sorri - mas... eu quero viajar com você, uma lua de mel... nós dois precisamos desse momento e merecemos... assim como eu quero ficar com você, nós dois não podemos seguir assim, em casas separadas, não é justo com o nosso amor, com o nosso casamento - falava de forma calma.

Victoria: Já está sendo tudo inesquecível - sorri ao seu gesto - não pense assim, pense que a próxima será minha vez a proporcional uma noite assim para você, uma lua de mel? Se puder esperar passar o desfile serei toda sua, um mês inteiro com o meu amor - coloquei meu dedo em seus lábios - hoje não meu amor, estamos aqui juntos em um jantar romântico, quero saber de você, quais os seus novos sonhos? Os lugares que quer conhecer?

Victoriano: Que eu sei com toda certeza desse mundo que será inesquecível para nó dois - sorri - sim, uma lua de mel... um mês Victoria? Vai voltar para cidade e não me falou nada...- respirei fundo tentando não surtar, pois era o que estava prestes a acontecer comigo - meus sonhos? Estou abrindo mão de todos eles, há tempos vejo que é algo impossível de se realizar... te pedi tanto para abrir mão de seu trabalho, ainda que fosse por um tempo, como eu venho fazendo com a empresa e a fazenda, mas você como sempre não me escuta - balancei a cabeça em negativo - deveria ter me falado desde o início, só assim teríamos evitado tudo isso.

Victoria: Um mês em lua de mel, Victoriano - puxei minha mão da sua - não quero que abra mão deles, nunca pedi isso porque sei o quanto são importantes para você - bebi todo o vinho da taça, o jantar estava fracassando aos poucos - contei sobre a nova coleção, sobre o desfile que estamos preparando, combinamos de que hoje seria apenas nós dois, sem problemas - suspirei - largue tudo e venho morar comigo na cidade - falei calmamente.

Victoriano: Um mês, dois, a quantidade não importa se não o fato de conseguir que a minha mulher esqueça por um tempo a porcaria do trabalho, o que está impossível... dois dias que chegou aqui, que me fez acreditar que estava vindo para ficar por tempo indeterminado, para resolvermos os problemas de nossa filha e de nosso casamento, mas você como sempre mentindo - me levantei da mesa - nunca pediu porque está lá, livre para voar da forma que deseja, como se fosse solteira, o que não é - falei com raiva - largue você e venha morar comigo na fazenda - me virei lhe olhando - você faria isso Victoria? Me diga... eu faria sem pensar duas vezes, colocaria fogo em tudo que tenho e iria ao seu encontro... mas você, não seria capaz... dois dias mal se passaram e aqui estamos, discutindo por uma coisa de trabalho.

Victoria: Eu pedi para esperar o desfile para viajarmos, não falei que voltaria para a cidade amanhã, não menti - sentia meus olhos aguarem - é isso que pensa de mim? Uma mulher que não respeita o marido, o casamento, que é capaz de trair? É o meu amor - falei com a voz embargada - nesse momento não faria, não por trabalho como está pensando, mas porquê... porque não me sinto em casa - porque lembra que perdi meu filho - não faria, não sairia do seu conforto para ficar comigo, se o fizesse não seria feliz, não quero isso, ou que jogue na minha cara que o fez por mim - somente queria me levantar da mesa e sair correndo.

Victoriano: Se tem a porcaria de um desfile para organizar, uma coleção para terminar, não ficará aqui e isso é fato, eu te conheço... tudo que eu fiz até hoje por você, por nós três e faria mil vezes mais se precisasse, se precisar... eu te apoio em tudo, absolutamente tudo, mas o que exijo nesse momento é a minha mulher em casa... eu não penso isso de você, não coloque palavras na minha boca - lhe olhei - em momento algum disse que não me respeitava, tão pouco me traia... disse que estava lá sozinha... então a sua casa não seria a sua família, mas sim a cidade, onde está acostumada a ter as coisas como bem entende e deseja - caminhei até a mesa e fiquei de frente para ela - faria Victoria, mas não jogaria na sua cara, como não fiz até hoje... abri mão de nossa família aqui, você está todo esses anos morando na cidade, sozinha com a Cristina e em momento algum eu joguei isso na sua cara... continuei te incentivando... hoje eu só quero isso, nós três convivendo pelo menos por um tempo, sendo família, o que já não somos - falei derrotado - eu não sou assim Victoria e me entristece saber que você me enxerga dessa forma... a minha felicidade está com a minha família, em ser pai, marido... em ser alguém importante para vocês... mas eu falhei... falhei em ser o homem dessa família - me afastei dela indo para a janela do quarto - quando te trouxe aqui não era apenas na alusão de te levar para a cama, sim, eu desejava muito... esperei ansiosamente sabendo que quando a minha mulher chegasse aqui estaria sim morrendo de saudades de ficar comigo, de me amar... mas desde que entrou pela porta de casa eu noto que você está fugindo de mim, o que nunca aconteceu... eu sei que está acontecendo alguma coisa e não me falou, provavelmente não confia em mim e o que me resta é esperar o seu tempo para tudo - fechei os meus olhos segurando o choro.

Victoria: Estou resolvendo tudo de casa, não estou colocando palavras em sua boca, mas a forma como diz que estou solteira faz parecer, suas cobranças Victoriano - falei calma - se quer que vivamos em família vamos para a cidade, não falo só por mim, nossa filha não gosta daqui e a está obrigando a ficar - me levantei e o abracei - eu te amo Victor, não falhou comigo, eu que falhei com você, podemos mudar de fazenda, uma que fique perto para nós dois, sinto sua falta também, de dormir juntos, de conversamos antes de dormir, dos seus beijos, é a pessoa que mais confio, vem dançar comigo, vamos esquecer essa discussão.

Victoriano: Eu pensei que iria conseguir Victoria, mas não dá, não dá para fingir que estamos bem, nós dois somos dois náufragos, sozinhos, a deriva em um oceano sem fim... está bem Victoria, irei vender a fazenda e vou para a cidade - tirei suas mãos de meu corpo e me virei para ela - você e a Cristina conseguiram, chega de brigas... preciso sair um pouco - falei passando por ela, indo até o armário pegar meu celular e a carteira.

Victoria: Está desistindo - falei baixinho - talvez seja melhor voltar para casa, essa foi mais que inesquecível.

Victoriano: Como quiser, vou a recepção pagar a conta e saímos - falei sem lhe olhar e saí do quarto sentindo minhas pernas quererem fraquejar... era o fim de tudo, só era questão de tempo a confirmação disso.

O vi sair e minha vontade foi ir atrás dele dizer tudo o que sentia, tirar essa sensação que sufocava meu peito, ser sincera com meus sentimentos, não queria perder o Victor, mas se fizesse isso ele me culparia, me odiaria por ter perdido nosso filho, secava as lágrimas que não deixavam de cair. É tudo culpa minha, meu casamento fracassado, minha filha odiando o pai, talvez o melhor fosse terminar esse casamento, permitir que ele fosse feliz.


Continua...

O Que Sinto? É Amor? - Victoria y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora