Dusk

Compassion

Oi de novo! Então, eu tava planejando que o texto depois do anterior seria pra alguma pessoa específica, mas agora achei melhor fazer um pra um bando de gente e ninguém específico ao mesmo tempo. É bem provável que eu escreva sobre algumas das pessoas que tenho em mente logo logo, mas isso aqui talvez sirva como um pouco de uma introdução, não sei bem. Enfim, atualmente me encontro em várias situações complicadas, com os trabalhos da faculdade, com as coisas de casa, com o fato de ainda estar sendo afetado pelo Disaster até agora, com um bando de situação esquisita aleatória que aparece do nada e depois some... mas enfim, ironicamente, até que tô lidando bem com isso tudo. Percebi que no momento sou uma das pessoas mais estáveis mentalmente do meu grupo de amigos, o que é ótimo pra mim, por toda evolução que tive e por realmente ter melhorado muito, mas por outro lado, é bem preocupante pro lado dos meus amigos, porque "estável" não é uma palavra que me descreve muito bem.

Tipo, ok, agora ando bem animado, sou meio que um solzinho segundo a minha mãe, e tento agir de um jeito mais otimista... mas direto tenho umas rachaduras ou vazamentos, não sei descrever muito bem. É como se um pouco do meu "eu do passado" estivesse voltando um pouquinho temporariamente, uns pensamentos e umas ações que só apareciam no passado, mas por algum motivo aparecem de novo agora. Não é nada super preocupante, ainda acho que tô no caminho certo, isso só deve ser estresse e parte do caminho de lidar com tanto trauma. Já percebi há um tempo que superar o passado nem sempre é um caminho linear e só uma subida e melhora sem nada, às vezes tem umas recaídas, uns gatilhos, e preciso aprender a lidar com esses problemas também. Mas enfim.

Percebi há um tempo que quase todo mundo que me aproximo tá mal pra caramba, e tô realmente bem preocupado com alguns, porque a situação deles tá muito tensa... Antes isso também significava que eu ia absorver todos os problemas dos outros pra mim, e não só num sentido de ser um "salvador" ou coisa do tipo. É como se realmente fosse eu na situação da pessoa, não conseguia separar eu mesmo dos outros, principalmente se eram amigos mais próximos. Era basicamente uma versão extremamente tóxica de empatia, que às vezes acabava afetando até quem eu queria ajudar. Felizmente lido bem melhor com isso e sei me separar dos outros agora. Mas de vez em quando, como disse antes, acabo agindo um pouco como eu era no passado, principalmente se tem algum tipo de coisa que me lembra daquela época.

No caso, tem alguns amigos meus que tão em situações extremamente ruins agora, num nível bem pior do que tava esperando e lembrando um pouco de algumas coisas que aconteceram lá em 2017/2018. Não é culpa de ninguém eu lembrar disso, é mais meu sério problema de ter uma ótima memória pra situações negativas. Enfim, mas mesmo sem lembrar daquela época, já é preocupante o suficiente. Mais que o suficiente. E é tão ruim não saber o que fazer, tá todo mundo se sentindo tão sozinho, tão triste, tão ansioso, tão sobrecarregado, tão mal, como se ninguém se importasse... é tão estranho ver um grupo tão grande e tão aparentemente unido com tanta gente sozinha. Queria dar um abração em todo mundo (na verdade já faço isso quase todo dia, mas ainda assim) e fazer com que magicamente todos os problemas desaparececem, tacar uma bomba de serotonina na cabeça de todo, sei lá. Amo tanto esse pessoal e vejo o quão incríveis eles são, o quanto eles são importantes, o tanto de talento e habilidade que eles tem, os detalhes que acho que nem eles mesmos percebem às vezes. Mas eles não conseguem amar nada disso neles (ou pelo menos quase nada). Queria que eles se vissem com os meus olhos. Aliás, é engraçado esse negócio sobre os meus olhos, porque no passado eu descrevia como se tudo ficasse cinzento olhando por eles, mas agora parece tão bonito e colorido, consigo ver as coisas como elas realmente são, o bom e o ruim, e tudo que vejo neles é bonito, mas considerando as circunstâncias atuais, faz com que tudo seja ainda mais trágico. Eles merecem tudo de bom e de melhor, e nada do que o pesadelo de vida que eles têm fica trazendo o tempo todo.

Conheci esse pessoal há não muito tempo, não faz nem um ano, mas parece que é muito mais que isso, não sei. Tenho um monte de amigos, sim, mas fazia muito tempo que não conseguia me aproximar tanto das pessoas, pelo menos de pessoas novas. Faz tanto tempo que me sentia sozinho, e finalmente parei de sentir isso, ou pelo menos, sinto isso bem menos, graças a eles. Eu sou tão, tão grato por ter eles na minha vida... e ver eles assim é de partir o coração. Às vezes fico num certo desespero quando escuto o que eles falam que queriam fazer com eles mesmos, e com o que infelizmente fazem pra se machucar. Ninguém merece passar por nada disso, principalmente eles. Não queria perder eles também, ainda mais assim, não é a mesma coisa que simplesmente ir embora, é ir pra sempre. Não é culpa minha e de certa forma não tem nada a ver comigo, mas ainda sinto um leve senso de responsabilidade pra ajudar eles a se manterem aqui. Não é a mesma coisa de antes em que absorvia tudo igual uma esponja, é mais que não sei quem mais tá ali pra dar apoio, e de qualquer forma, sou amigo deles e quero o melhor pra todo mundo. Quero fazer tudo que puder pra ajudar eles, tanto por eles mesmos, tanto um pouco por mim. Não quero perder ninguém de novo, ainda mais assim... felizmente não teve ninguém que foi embora desse jeito, mas morro de medo de acontecer alguma hora.

Vou acabar mandando isso pra eles também, e eventualmente vou dar um nome pra cada um, mas por enquanto, vou deixar eles sem até poder escrever melhor sobre eles. Acabou que esse texto foi muito mais sobre mim do que tava planejando, mas enfim. Quase nunca esses textos saem como o planejado mesmo. De qualquer forma, só quero que eles saibam que eles são amados e sempre vai ter alguém se importando com eles, mesmo que não pareça. Digo isso por experiência e por, sei lá, só sei disso.

- Dusk