Bem, inicialmente planejava escrever sobre outra pessoa antes disso, mas acho que o que aconteceu agora tá me motivando um pouco mais a falar disso. Enfim, numa grande reviravolta, literalmente graças a Deus (é sério), todo aquele caos relacionado ao Disaster finalmente foi resolvido. E sei lá, queria dar um bom final pra ele aqui também. É incrível como só recentemente consegui entender melhor meus problemas de dependência emocional e como isso afetou meu passado. Tipo, eu já entendia mais sobre como tava me afetando nos últimos 2 anos e meio, mas não toda a extensão disso e não a longo prazo. No final das contas, dependência emocional tem esse nome porque é literalmente viciante, comparável a qualquer outro tipo de... bem, dependência. No nível de droga, álcool, etc, um treco bem complicado que quanto mais eu penso, mais faz sentido e mais explica algumas situações que passei. E uma das conclusões que cheguei foi que o Disaster foi quem mais foi afetado por esse meu problema. Eu era um amigo extremamente sufocante, e ninguém merece passar por coisa assim por tanto tempo. Ele ainda fez muito pior, mas assim, o erro de um não apaga o de outro né.
Até gostaria de explicar melhor como a gente fez as pazes, mas levaria tempo demais, e o mais importante aqui é que Deus cuidou de cada detalhe pra isso realmente ser algo que não me atormenta mais e eu ter entendido melhor como minha dependência emocional afetava tudo, e como eu melhorei e continuo procurando melhorar esse meu problema. Na verdade o que vim falar aqui é mais sobre como depois que o peso foi embora, eu percebi algumas coisas. A gente realmente era muito parecido, ainda com suas divergências, mas até fisicamente a gente é parecido. Os maneirismos, o jeito de falar, alguns interesses, os dois são caras com cabelo cacheado, magrelos, altos, de olho claro e postura ruim, de um jeito meio nerd, embolando as palavras, e é tão parecido que um consegue entender o que o outro quer dizer mesmo se embananando inteiro na hora de falar, acabam chegando nas mesmas conclusões e soluções, geralmente pensam parecido, enfim, eu posso continuar por um tempão falando das similaridades, e olha que eu cheguei a essas conclusões com bem pouco tempo de convivência. Parte é porque mais gente comentou coisas relacionadas antes da reconciliação, e agora foi muito bem confirmado que é verdade, não tenho muito como fugir. Claro, os dois tem suas diferenças também, personalidade, penteado, tom de cor do olho, formato do rosto, cor favorita, interesses mais recentes, ele é um pouquinho mais alto (o que me deixa indignado porque sou mais velho e aparentemente ainda crescendo), o jeito que cada um lida com as situações, humor, e em especial os caminhos que cada um escolheu seguir. Enfim, coisa pra caramba.
A gente é quase como dois lados da mesma moeda ou algo assim. Mas agora em paz pra cada um seguir seu caminho independente... que por algum motivo sempre vai acabar com o outro aparecendo no fundo como easter egg das temporadas anteriores. Perdoar com certeza absoluta não foi fácil e realmente só por Deus que consegui fazer isso, e não foi porque o cara pediu perdão genuinamente pela primeira vez, e muito menos por merecer isso. Em primeiro lugar, é porque Jesus ensinou a perdoar 70x7 (peço perdão aos meus amigos não crentes que não pegaram a referência), e porque perdão é a única forma que eu consigo me livrar de toda a mágoa, raiva e tudo de ruim que eu carregava por conta do passado. E realmente, tô muito mais leve, obviamente vou procurar seguir meu próprio caminho e não chegar perto demais dele, mas agora tá tudo bem se eu der um oi no corredor ou mandar mensagem sobre como eu achei um cara absurdamente parecido com ele na nossa igreja (era assustador de tão parecido). E bem, Disaster é um nome que representa tudo de ruim que aquele passado me trouxe, mas agora que tô livre desse peso, não faz mais sentido ter esse nome pra ele.
Aliás, dei tantos nomes pra esse cara, primeiro Mirror Kid, na época que eu me chamava de Goner Kid, e era justamente sobre o quanto a gente era parecido. Daí veio Bittersweet Cactus, uma mistura do sentimento da perda da amizade dele, a nostalgia do que já foi, mais uma referência a um personagem de Steven Universo Futuro por algum motivo. Depois a virou só Cactus, porque a gente tinha voltado a se falar. E enfim virou Disaster, por conta de toda a bagunça de antes, durante e depois daquele período. E agora não sei bem o que colocar. Ele ainda é parecido comigo, mas ao mesmo tempo bem diferente. Não tem mais a nostalgia, nem a mágoa. Só sobrou uma paz no lugar daquela bagunça...
Uma piada que ele fez quando a gente teve a conversa em que fizemos as pazes de vez, foi que a gente com certeza não voltaria a ser o que era antes, ao invés se ser uma parte 2 ou coisa assim, seria um daqueles reboots esquisitos, ou aquelas adaptações de filme baseado em filme que não tem nada a ver com o material original. E eu quero manter essa amizade mais como um amigo de corredor, que você encontra no meio do caminho, bate um papo e segue com a vida. Sabe o que não tem quase nada a ver mas na minha cabeça faz um sentido mínimo de sentido ter uma conexão esquisita? Chiclete.
Não no sentido que você só masca e joga fora, mas no sentido que é baseado no gosto de alguma coisa, mas na prática não tem nada a ver com o que ele tenta simular. O gosto é bom, e ele não é feito pra ser algo que você vai comer e trazer uma nutrição toda e tal. Chiclete é um treco que dura um tempinho e acaba. Sempre dá pra comprar mais, que geralmente não tem problema se não exagerar. Tem daqueles que dá pra fazer bolha, e uns outros que tem gosto mais forte, e geralmente toda versão do chiclete é grudenta, do mesmo jeito que esse cara simplesmente não some da minha vida. E tá tudo bem agora, ele é uma companhia legal, desde que eu não fique tempo demais junto. E considerando o quão meloso ele é com a namorada, combina também.
Parte também é porque acho engraçado do nada ir pra um treco meloso desses, sendo que na real tem um significado não exatamente super meloso... pro meu lado pelo menos. Quero manter as coisas bem, então vou deixar essas conversas mais de lado. Até porque é bom tomar cuidado pra não engolir chiclete sem querer, e é bom ter outras coisas na barriga pra não dar enjôo. Nem sei mais o que tô querendo dizer com isso, já passou de meia noite e nem vou mandar isso pra esse cara, por motivos óbvios. Boa noite aí.
De: Dusk
Para: Bubblegum
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Dusk
Non-FictionEssa é uma tentativa minha de lidar com o que acontece comigo e de talvez viajar um pouquinho. Maior parte do que é escrito aqui é desabafo de madrugada então provavelmente vão sair umas coisas estranhas mesmo.