Não sei exatamente como lidar contigo... mas pelo menos a história melhorou bastante. O seu texto foi a primeira carta desse livro, e felizmente as coisas mudaram. A gente conversou, e aos poucos, tudo tá melhorando... eu acho pelo menos. A gente voltou a ficar conversando sobre Tøp e outras bandas que a gente escuta, às vezes um dos dois surta de madrugada, normalmente eu, e o outro tá lá pra aguentar. Esses últimos dias a gente ficou tentando entender os códigos que postaram e tentando entender o que aquilo tudo significava, e foi legal pra caramba. Realmente acho muito bom que a amizade esteja se reconstruindo, e realmente acho que vai dar tudo certo no final, mas... fico um pouco apreensivo também.
Não sei se você já leu seu outro texto antes de ler esse, eu mesmo não consigo voltar lá pra ler aquilo, é meio... amargo demais, não sei. Mas enfim, o que me deixa um pouco incomodado é como eu tô reagindo. Parte de mim tá voltando pra como eu agia antes, tanto o lado bom, quanto o ruim. Não tenho certeza se consegui processar tudo direito. Obviamente não vou cortar a amizade do nada, até porque realmente, tá tudo indo muito bem, é só que tenho medo que eu comece a colocar expectativas antigas em você e na nossa amizade. Você sabe o quanto aquela amizade era importante pra mim... mas não dá pra ser a mesma coisa, pelo menos não completamente e não exatamente agora. Ainda tô terminando de processar tudo e aprendendo a como lidar melhor com você. Ainda não sei muito bem como fazer isso. Tô melhor que antes, mas sei que preciso melhorar ainda mais pra não ficar me machucando. Acho que esse texto é um pouco mais pra mim do que pra você.
Bem, pelo menos agora dá pra tirar o Bittersweet do seu nome, assim fica mais fácil de escrever e falar. Vou deixar assim, pelo menos por enquanto. Parte porque ainda te associo a cactus sem razões muito específicas. Talvez porque ainda tenho que tomar cuidado pra lidar direito contigo, mesmo que agora não tenha mais todo o climão de treta. Quero poder aprender a lidar com tudo de um jeito mais saudável. Enfim, esse texto tá ficando muito tenso, então vou pra parte mais tranquila dele.
Realmente fico muito feliz que as coisas melhoraram agora, você fez bastante falta. Acho que isso vai soar um pouco egoísta, mas até que fico feliz em saber que fiz falta também. Eu não tinha certeza se fazia, na verdade, no tempo que ficamos sem se falar, achava que não fazia. Então... assim fica um pouco mais fácil lidar com esse tipo de insegurança minha. Não tenho certeza de como a gente vai ficar mais pra frente, mas realmente acho que vai ser mais tranquilo do que agora. Sabe, de todos os que eu chamei de melhor amigo e depois cortamos a amizade, você era o único que eu realmente tinha certeza que era meu amigo mesmo, então... até que eu não tava errado nisso.
Acho sim que você é uma pessoa boa e que, sim, tem coisas a melhorar, mas tá bem longe de algum tipo de caso perdido. Ainda tô aprendendo a confiar em você de novo, e acho que vou conseguir confiar mais com o tempo. Quero muito poder te ver depois da quarentena porque, bem... você fez bastante falta. Conversar contigo normalmente é uma bagunça, que nem quando você me mandou o mesmo link mais de 700 vezes, ou quando eu faço uma pergunta provavelmente séria e você só responde algo totalmente aleatório. É difícil prever que tipo de conversa esperar de você, só a parte da bagunça que dá pra prever. Algum dia a gente tem que fazer algum cover juntos, só não sei quem vai cantar, com certeza eu não, e você não vai querer também... na hora a gente decide. Ainda vou jogar uma calça na sua cara de novo. Sim, esse final tá estranho. Talvez tenha a ver com o fato de eu ter escrito isso uma da manhã. Enfim, até amanhã. Vê se não morre.
De: Dusk
Para: Cactus
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Dusk
Non-FictionMeu nome é Dusk e essa é uma tentativa minha de lidar com o que acontece comigo. E de talvez viajar um pouquinho.