Capítulo 20

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P.O.V Cora

Depois de dez anos, eu estou tendo a chance de devolver para a Laura todos os tapas que eu ganhei da nossa doce mãe durante nossa infância.

– Vem, Laura. O que foi? Está com medo de se machucar? – Pergunto e ela abre um sorriso debochado.

– Nem um pouco, pirralha. Só acho uma perda de... – antes dela terminar, dei um tapa em seu rosto.

– Sua sorte é que esse foi fraco. Anda logo. Deixa de ser fraca e luta direito. – Mando e ela tenta me dar um soco no rosto, mas eu desvio e acerto um nela. – Isso foi pelo dia que eu apanhei da sua mãe, quando você quebrou uma taça e colocou a culpa em mim. – Digo e a empurro no chão.

Laura me dá uma rasteira e me joga no chão, vindo para cima de mim. Ela me dá dois socos no rosto e eu consigo a empurrar de cima de mim.

Me levanto e quando ela tenta se aproximar, lhe dou um chute tão forte no estômago, que ela bateu em uma árvore atrás dela.

– Esse chute, foi pela minha boneca que você rasgou na minha frente quando eu tinha sete anos. Sabe o tanto que eu amava aquela boneca? – Pergunto e vou até ela, a segurando pelo pescoço.

Aquela boneca, eu ganhei de presente de natal quando eu tinha sete anos. Era a única coisa que eu tinha do meu pai, que morreu alguns meses depois.

Dei mais dois tapas fortes nela e puxei seus cabelos.

– Isso foi por ter me trancado no quarto, só para eu não brincar com o Derek – digo e ela puxa meus cabelos para trás, me fazendo soltá-la.

Laura não falava nada, apenas revisada os tapas.

Em um momento, eu joguei Laura no chão, me sentei em cima dela e fui dando tapas e socos em seu rosto. À cada lembrança, eu batia mais nela. Cada vez que eu me lembrava dos tapas que minha mãe me deu, dos castigos, cada vez que eu me lembrava de algo, mais eu batia nela.

Não parei até que alguém me tirou de cima dela.

– Isso foi por todas as vezes que eu apanhei e fui castigada no seu lugar. As vezes que você se saiu de vítima, quando na verdade, era a culpada de tudo. – Grito olhando para ela e percebo que Derek e Peter faziam de tudo para me manter longe dela. – Me solta. – Mando e tento empurrar eles, mas eles são mais fortes.

– Você foi castigada porque mereceu, Cora. Não culpe a sua irmã por isso – Talia diz e vai até Laura.

– Ah, claro! Quem vai defender a lobinha boazinha? A mamãe Alfa, que sempre teve preferência na filha mais velha, por ela ter nascido Alfa. – Talia vem em minha direção e me dá um tapa no rosto.

– Não fale comigo dessa forma, Cora. Você me deve respeito, me ouviu? – Ela pergunta e eu rio.

– Respeito? Acha que eu vou respeitar uma mulher que nunca respeitou a filha de seis anos de idade? Acha que eu vou respeitar a mulher que me abandonou para morrer? Acha que eu vou respeitar a mulher que nunca me aceitou como filha? Você não sabe o que é respeito, Talia. No dia em que você descobrir o significado dessa palavra, você vem falar comigo – puxo meus braços e me afasto deles.

– Onde vai? – Derek pergunta.

– Pra longe dessas duas infelizes – respondo.

– Vamos continuar? – Ouço Stiles perguntando.

– Depois disso aqui?

– Sim. A Cora descontou a dor que a Laura causou nela. Agora, se a Laura está sentindo dor, ela que aceite calada – Stiles responde.

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