❣️RyD 04❣️

141 13 1
                                    

Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Refúgio: Estou bem, não preciso de ninguém como babá... posso e devo me virar, não posso simplesmente encarregar alguém de ficar ao meu dispor - falei secando o meu rosto - o que quer saber? Meu marido não era envolvido com nada de errado, pode perguntar a qualquer pessoa nessa cidade, era correto em tudo... eu não sei porque fizeram isso, tão pouco quem fez - me levantei - me desculpe, não sou a melhor das companhias como pode ver... vamos a cozinha, o café está pronto - falei indo com ele - prefere puro ou com leite? - questionava procurando as coisas nos armários, me sentia perdida.

Dionísio: Acabou de dizer que está com hemorragia, sozinha nessa casa, pode passar mal, precisa de babá - por que estava me preocupando com sua saúde? - seu marido estava no lugar errado, na hora errada - lhe acompanhei - puro por favor - fui até ela a fazendo parar - respira fundo e lentamente, mais uma vez, pode me dizer onde ficam as xícaras para eu pegar? Vai sentar enquanto eu pego tudo, conversarmos como pessoas civilizadas.

Senti ele se aproximar de mim e segurar em meus braços, fazendo o meu corpo sentir um calor jamais antes sentido. Fechei os meus olhos tentando respirar, mas estava quase impossível, ainda mais diante daquela aproximação. Refúgio... calma... calma...

Refúgio: Obrigada - falei indo até a mesa e me sentei lhe falando onde provavelmente estariam as coisas... agradeci a ele após nos servir e peguei a minha xícara tomando um gole do café - estou bem, obrigada... estou um pouco perdida... creio que seja essa casa grande - falei mexendo a colher dentro de minha xícara.

Dionísio: Não acho que seja a casa, sente falta do seu marido, é normal. Tem a sensação que ele entrará pela porta a qualquer momento, que tudo passou de um engano, a ficha ela nunca mais vai voltar, ele, eu disse ele - bebi um pouco do café - está gostoso, seu marido falou sobre a viagem, quem pediu para ele ocupar o lugar do outro juiz? Ele te mandou uma carta, pacote, um envelope grande?

Refúgio: Obrigada - o olhei - eu sei... o vazio ficará sempre... não... não recebi nada... apenas nos falamos no dia antes de acontecer... Julián estava estudando o caso para o julgamento, o juiz que iria julgar o caso não pôde, não lembro bem... me desculpe, ainda sinto que as lembranças estão embaralhadas.

Dionísio: O juiz em questão faleceu em um acidente misterioso de carro, seu marido substituiu tendo acesso a determinados documentos que não sabemos quais porque sumiram, achamos que ele tenha enviado para cá, no escritório, por isso os policiais no velório, a viatura passando de vez em quando. São documentos que nos levam ao mandante. Das pessoas que estiveram no velório algum desconhecido?

Refúgio: Ele também morreu? - o olhei rapidamente - por que então não suspenderam esse julgamento? Por que não forneceram a devida segurança ao meu marido? - tomei de meu café - eu não recebi nada do meu marido, não sei no escritório dele no fórum... a sua secretária pode ter recebido...- pensei um pouco - teve... teve um homem que se apresentou como amigo de infância do meu marido, mas não lhe conhecia, achei estranho pois conheço todos os amigos do Julian, viemos de outra cidade para cá... sempre fomos só nós dois, sem família... a única amiga de infância é a Camila - brincava com a colher - ele me deu um cartão, o convidei para um almoço, quero descobrir quem ele é.

Dionísio: Morreu, era um acidente de carro não tínhamos motivos para suspeitar até dias depois a esposa aparecer na delegacia com cartas de ameaças, começamos a investigar a morte, o julgamento foi suspenso, quando sou chamado ao fórum para acompanhar dois chefes do tráfico para interrogatório, se estava tudo parado essa ordem não deveria acontecer e foi feita pelo alto comando, se me entende, fui até lá, estranhei estar com pouca segurança, 15 minutos depois o lugar foi invadido e aconteceu o que já sabe, documentos foram perdidos, ordens erradas foram dadas, estamos no escuro, seu marido teve acesso a documentos importantes onde se leva ao culpado, as pessoas que financiam, aos esconderijos importantes, a toda a quadrilha, tem noção que se isso chegar em suas mãos será a próxima vítima? - segurei sua mão - prometi ao seu marido que te protegeria e pretendo cumprir - falei olhando em seus olhos.

Refúgio: Eu não preciso de segurança - puxei minha mão da sua - se eles querem vir atrás de mim, que venham, eu já perdi tudo delegado, absolutamente tudo... se acha que essa vida me serve de alguma coisa - sorri sem vontade - está enganado... tudo que me restou aqui foi dor e sofrimento... Julián deveria ter largado tudo, isso não era para ele, não era - chorei sem lhe olhar - quem quer que tenha armado tudo isso é forte o suficiente e tem gente infiltrado na polícia, será que vocês não percebem isso? - bati na mesa com raiva e me levantei - por culpa de vocês o meu marido está morto.

Dionísio: Precisa, devia parar de ser teimosa achando que é a mulher maravilha, perdeu tudo? E sua amiga Camila? É justo com ela? Deve encontrar motivos para continuar porque é isso que ele iria querer, mude de casa, de cidade, de país se quiser, somente não desista, seu marido lutava por justiça para um mundo melhor para todos, principalmente para você - o que eu estava fazendo? Consolando uma desconhecida, esse não era eu - eu sei o quão forte ele pode ser, quem ele pode comprar, sou cauteloso - a abracei, por que estava fazendo? Por que? Apenas senti vontade de fazer - a culpa foi minha, eu sinto muito por não ter conseguido salvá-lo, esse amigo que falou não ficará sozinha com ele, disse que não o conhece, ele pode ser perigoso, não vou correr o risco que se machuque.

Refúgio: Eu não vou carregar o peso do mundo sozinha, não posso - me virei para ele sem sair dos seus braços... o que eu não conseguia entender... mais uma vez aquela aproximação, aquele sentimento forte e intenso percorrer todo o meu corpo - por que me fala? Por que falhou com ele? Por que falhou com o meu marido? - olhava no fundo dos seus olhos - por que está fazendo isso? Eu não sou sua prioridade delegado... só... me prometa que vai encontrar o verdadeiro assassino... eu só te peço isso... preciso me encontrar com ele, saber o que ele quer - deitei minha cabeça em seu peito, me sentia tão protegida ali... quente... acolhida... diferente de quando ficava sozinha naquela casa enorme e vazia.

Dionísio: Não precisa carregar sozinha, devia protegê-lo, estava na sala com ele ajudando um grupo de pessoas a fugirem, quando os bandidos entraram atirando ele me empurrou para me proteger, foi atingido, eu revidei, mas era tarde demais, ele morreu em meus braços me fazendo prometer que te protegeria - a apertei em meus braços - agora é uma das minhas prioridades, vou encontrar esse assassino e acabar com ele - o olhar dela me hipnotizava não conseguia desviar - estou sendo cuidadoso, não há motivos para você correr risco desnecessários, quando marcou com ele? Vai ser aqui?

Refúgio: Não foi sua culpa, Julián escolheu salvar a vida de vocês, só me prometa que irá encontrar os culpados e que terá cuidado - ergui o meu rosto lhe olhando, por um breve momento ficamos bem próximos, poderia sentir sua respiração ofegante se misturando com a minha, estava perdida em seus grandes e largos braços, que me proporcionava o que eu tanto desejava... fechei os meus olhos por um breve momento sentindo que o seu corpo me atraía, nossos lábios estavam prestes a se tocarem quando ouvi o barulho de uma colher cair... me afastei dele bruscamente passando as mãos em meus cabelos, estava prestes a cometer uma loucura e me arrependeria - nós não marcamos nada, fiquei apenas com o seu cartão, vou marcar em um restaurante, um lugar movimentado - falei voltando até a mesa - quer mais café? - fui até a cafeteira pegando a jarra.

Dionísio: Se não fosse por isso ele estaria aqui, você estaria feliz, eu vou encontrá-los, tem a minha palavra, sou cauteloso, não se preocupe - tentei sorrir, queria beijá-la, jurei que nunca mais teria esses sentimentos - eu... é, deveria ir, conversar - falava nervoso quando se afastou - espere um pouco, podemos marcar em um lugar movimentado, colocar uma escuta em você, acho que seria bom colocarmos câmeras aqui, uma na entrada, outra nos fundos, aqui dentro umas escondidas em pontos estratégicos, escritório, corredor, não sei - comecei a andar pela cozinha, não conseguia olhar em seus olhos, tinha receio de agarrá-la ali mesmo e saciar essa vontade de sentir os sabor dos seus lábios.

Refúgio: Não, não quero me sentir ainda mais vigiada do que já estou sendo, estou perdendo a minha privacidade e isso está me enlouquecendo - respirei fundo - ligarei para ele e marco um café amanhã a tarde, o que acha? - me aproximei dele lhe olhando.

Dionísio: Seria temporário, apenas para a visita desse sujeito, vou ser repetitivo, sua segurança é minha prioridade, ainda mais se esse sujeito for um dos bandidos - falei indo até ela a fazendo me olhar - Onde? Vai ficar sozinha com ele? - me aterrorizava pensar em que ficassem sozinhos - não vou permitir isso - falei ríspido.

Continua...

O Preço do Amor é a Morte - Refúgio y Dionisio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora