capítulo vinte e dois

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A verdadeira Jenna Ortega

Eu não sou boa com despedidas muito menos com chegadas, eu não ligo que as pessoas saiam da minha vida e nunca mais retorne. Eu prefiro assim, ser sozinha, é melhor. Você não precisa de ninguém, é apenas você e você, contra o mundo. Pensando assim pode até ser imaturo e egoísta, mas prefiro lutar contra todo o mundo, doque lutar com quem eu amo.
Isso é a verdade, imagine você se apega a pessoa, se apaixona, confia, protege, zela pela pessoa, e no final vocês nunca mais serão como antes. Mamãe sempre me ensinou que pessoas, sempre entram e sai de nossas vidas, e normalmente isso deixa uma grande ferida...

Mais a culpa não é minha, porque a culpa é minha. Sempre vejo dedos apontados para mim me criticando, insultos vindo em minha direção a todo momento, a minha infância inteira foi assim, EU fui criada assim. Então porque a culpa é minha? Porque?

Jenna abandonou os pensamentos idiotas que a cercavam a mais ou menos 4 anos. Se levantou indo para a biblioteca. Em apenas um estalar de dedos, uma porta foi revelada, atrás de uma das prateleiras da biblioteca.

Jenna desceu as escadas, logo a passagem secreta sendo fechada atrás dela. Entrou em uma das salas, abrindo a gaveta secreta e tirando um caderno.
O folheou até a página no meio, a lendo inteira.

12/03/2004

Querido diário

Hoje o dia estava lindo, mamãe brincou um pouco comigo, eu queria que ela fosse mais presente, mas não posso reclamar, ela faz de tudo par ficar comigo igual o papai. Hoje a titia Denise me deu um apelido, jejen. Não é fofo diário? Eu amo tanto ela, a comida dela é incrível. Eu estou tão feliz que minha aulas com a mamãe, de não sei ao certo sobre oque vai começar. Vou poder ficar com ela, sentir o cheiro dela, ficar no quentinho de seus braços...

É só isso por hoje diário.

Jenna arrancou a página com raiva, uma carta caiu em seus pés, ela iria esmagar o pedaço de papel levemente amassado, mas se agachou abrindo o papel.

Denise

Oi tia Denise, meus pais me proibiram de falar com você, então eu estou te escrevendo essa carta. Eu não gostei das aulas com a mamãe, ela sempre grita comigo, e me obriga a bater em pessoas. Eu não quero mais isso. Sinto falta do nosso chá da tarde, onde me contava como foi seu dia e eu contava como foi o meu. Agora isso acabou, tenho que aprender muitas línguas, machucar pessoas inocentes e não posso falar com ninguém. Aquele homens de preto sempre me vigiam, menos no banho que é quando tenho privacidade. Eu queria te abraçar novamente, oque eu fiz para merecer isso? Será que esse é o meu castigo, por ter quebrado o vaso de vidro da mamãe? Eu não sei, só sei que esses bilhetes e ela está me ajudando, a ainda ser feliz. verdade, não te contei sobre ela. Papai estava me levando a mais uma reunião chata, sobre assuntos irritantes, quando eu vi ela. Ela tinha cabelo longo e castanho, eu acho. Seus olhos eram azuis bem clarinhos, ela parecia uma princesa. Eu tenho certeza que ela é uma princesa. EU VOU ME CASAR COM ELA!!!! Ela é muito lindaaaa. Queria que a conhecesse.

É só isso por hoje, não vai demorar para meus pais chegarem. Não posso escrever mais.

Beijinhos jejen.

Jenna sentiu um nó criar em sua garganta, a vontade de chorar infelizmente veio. Ela jogou esse sentimento longe, amassando com raiva e desprezo aquele pedaço de papel. Tinha tantas coisas que ela nem pensava em se lembrar, aqueles pensamentos a deixava invulnerável, a deixava fraca.

— saiba que ela não morreu.

Denise descia o resto das escadas, se encostando na parede.
Jenna se virou para ela irritada, já sabia que foi Denise que colocou aquele bilhete lá.

— sim, ela morreu, e pare de tentar ressuscita-la. Ela não irá voltar. - jenna se aproximou de Denise pegando em seus braços

— só porque acha que me conhece, que você pode fazer essas coisas, fique na sua. Você sempre se paga de durona, mas isso pode acabar com a sua demissão - jenna sorriu sarcástica, para Denise. A mesma pousou uma de suas mãos, na bochecha da mais nova.

— eu não me pago de durona, e sabe jenna. Essa sua casca dura, esta se quebrando a tempos, me afaste, acabe com o resto do psicológico de Emma que não sobrará ninguém, você irá cair, ninguém irá te proteger. Você e essa empresa iram desmoronar. Você sabe disso, por isso que eu estou aqui. E pense nas suas ações e consequências, e não apenas na sua raiva e na sua vingança - Denise falava tudo acariciando o rosto da mais nova. Denise não tinha medo de jenna, ela nunca teve. Jenna já foi uma menina boa, uma menina doce, ela pode voltar a ser, Denise sabe que pode. Jenna apenas precisa aceitar. Apenas aceitar...

— hahaha, você realmente acha que tem todo esse direito e valor certo? Saiba que eu não preciso de ninguém, você está aqui porque minha mãe não quer que você seja demitida, Emma está aqui por causa do passado de meus pais. Joy, Percy e Georgie estão aqui porque tiveram a mesma criação que eu. Eu não preciso de ninguém - jenna cuspia tais palavras com desgosto no rosto de Denise, que a olhava séria sem expressão. Jenna bateu o no peito de denise o pedaço de papel e soltou, subiu as escadas e saiu da biblioteca.

Denise continuava ali, em silêncio com os olhos marejados de água, seu coração doía ao ver oque jenna se transformou. Antigamente jenna era como se fosse uma filha para ela, agora Denise tenta, tenta muito achar essa doce criança em jenna. Mais a mesma se perdeu, a muito, muito tempo.

Lágrimas rolavam no rosto da mais velha, caindo diretamente no pedaço de papel, que agora, estava aberto e esticado nas mãos trêmulas e geladas de Denise.

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Eita, eita.

Então meu povo, é isso aí por hoje. Apenas eita atrás de eita.

Bjos leitores.


so se vive uma vez (jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora