Capítulo 39

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Terça-feira                14/12/2024
07:00.

De Volta.

[...]

Emma:
          Meus olhos estão entreabertos, vejo tudo embaçado e percebo remelas nos cantos. Sinto-me pesada, bocejo e observo ao redor com a visão turva, notando que estamos no avião. Com Jenna em meus braços e sua cabeça apoiada em minhas mãos, cedo ao bocejo e ao espreguiçar. Conforme minha visão antes obscurecida se nítida, afasto os fios loiros que prejudicam minha vista e ajusto a postura na poltrona.

Até que... de repente, sou surpreendida pelo aviso da aeromoça: — BEM VINDOS A CALIFÓRNIA! 

Enquanto fecho os olhos, balanço minha namorada e sussurro em seu ouvido: — Jenninha? Está na hora de acordar, meu amor. — Seus olhos se entreabrem timidamente, e um leve murmúrio escapa de seus lábios:

— Hmm? — Um sorriso surge em meus lábios e continuo a balançá-la. Portanto, afirmo:

— Já chegamos. — Seus olhos se entreabrem levemente e uma ruga aparece em sua testa ao bocejar e, com um olhar direto nos meus, pergunta:

— Já? — Eu concordo com a cabeça e solto uma pequena risada antes de responder: — Huhum. — Então, toco em sua mão, começando a massageá-la, ao mesmo tempo em que sussurro... mantendo meu olhar fixo no dela:

— Vamos? — Ela semicerra os olhos, e entre bocejos, pede com uma risadinha:

— Calma lá, eu acabei de acordar. — Isso me arranca uma risada.

Contudo, em companhia do meu amor espreguiçando, nossos olhares se encontram, e entre bocejos, ela diz: — Sabe, aluguei uma ótima casa para nós até encontrarmos uma para comprar, tá? — Um sorriso se forma em meus lábios, e balançando a cabeça para frente, solto algumas risadinhas bobas antes de lhe dar um rápido selinho.

— Sim — sussurrei.

          Portanto, depois de concordar com um aceno de cabeça e sussurrar, sinto um nó na garganta, pois... será que nunca mais falarei com meus pais? Apesar do mal que me fizeram, ainda sinto carinho por eles, afinal, são meus pais, e a Isa é minha irmã. Quero ao menos me despedir, ver seus rostos uma última vez. Então, gaguejo e digo:

— Mas... — Seus olhos castanhos se semicerram e com sua testa se enrugando, ela repete: — Mas?

Suspirando e colocando minhas mãos sobre as dela, aperto-as e, olhando nos olhos confusos dela, sussurro: — Eu preciso ver meus pais. — Seu cenho já franzido se contrai ainda mais, e Jenna inclina a cabeça ao perguntar:

— Por que quer fazer isso? — Eu desvio o olhar para o chão, e engolindo em seco mais uma vez, aperto suas mãos firmemente, e digo em um sussurro quase inaudível:

— Porque... Sei lá. Ela é minha mãe, o meu pai... minha irmã. — Eu encontro seus olhos, e sua cabeça assente ao mesmo tempo em que ela se ajeita no banco e diz:

— Tá.

[...]

Após um longo voo, finalmente desembarcamos, saindo do avião e recuperando nossas malas entre a multidão do aeroporto. Depois disso, chamamos um Uber para nos levar a nossa nova casa... que não fica muito longe do nosso bairro antigo. Todavia, ao passarmos pelas ruas movimentadas da cidade - dormentes em nossos próprios pensamentos. Jenna, ao lado de mim, paga o motorista e, ao mesmo tempo nos aproximamos do ponto final. Após sairmos do carro, com um sorriso, despedimo-nos do Uber, um homem de pele morena com olhos verdes.

— Tchau, moço — sussurrei.

O moço partiu com o carro, deixando apenas nós duas na frente desta magnífica residência. A casa, situada neste bairro tranquilo da Califórnia, demonstra elegância... neste momento em que a avisto pela primeira vez. Sua fachada grande... revestida de pedras pretas é muito linda. Conforme nos aproximamos, somos recebidas por um caminho de paralelepípedos que serpenteia entre jardins, repletos de flores e arbustos rosas... bem cortados.

Jemma G!P - Será Que Somos Apenas Amigas? Onde histórias criam vida. Descubra agora