Capítulo 40

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Terça-feira                14/12/2024
21:00.

Poxa Isabel.

[...]

Emma:
         Todavia, ao ouvir minha irmã admitir que foi ela quem fez o tal "mal", meus olhos se estreitam e eu a abraço firmemente, encarando-a com os meus próprios olhos semicerrados, meu cenho franzido e os cantos dos meus lábios curvados para baixo. Em seguida, mordendo o meu lábio suspeitosamente enquanto inclino a cabeça lentamente, questiono... porque é estranho vê-la tão abatida e desabafando sobre os meus problemas... algo muito raro de acontecer.

— Fez o quê? — perguntei.

Isabel começa a tentar explicar, mas imediatamente ela se contorce e nega com a cabeça, cerrando os olhos com força. Ela luta para articular suas palavras, apenas conseguindo expelir um suspiro de frustração e ódio antes de se calar novamente. — Eu sou... uma idiota...

— Muito idiota — complementou.

Meus olhos permanecem semicerrados, meu cenho franzido, demonstra claramente minha confusão e necessidade de esclarecimentos. Observando-a atentamente, ela começa a explicar, suas palavras em um ritmo pausado: — Eu tava usando o Markus para namorar ela escondido, a Mariah se esgotou disso... porque, eu fiz várias coisas também.

Minhas pupilas se estreitam ainda mais, captando seu medo... uma expressão que conheço bem demais quando ela tenta esconder algo sério. Instintivamente, engulo em seco antes de perguntar: — Que coisas? — Como sempre seus olhos rolam, e ela morde os lábios, úmidos pelo nervosismo, antes de responder, mais uma vez, em um tom pausado:

— Acabei traindo ela, numa festa. Nem me lembrava mas, ela me mostrou a gravação de eu beijando um garoto... Eu tava bêbada...

          É tão decepcionante ver alguém agindo de forma insensata. Ela demonstra afeto por uma pessoa, mas acaba traindo sua confiança. Isso me deixa realmente frustrada. Neste momento, sinto tantas emoções - meus olhos se reviram involuntariamente, minhas mãos se fecham com força enquanto eu mordo meus lábios, e não consigo evitar resmungar em desaprovação.

— Você sempre está — sussurrei. Isabel fecha os olhos brevemente, um sinal de que provavelmente ouviu o que eu disse.

Suspiro profundamente, sentindo-me exasperada com isto. Encaro os olhos azuis da minha irmã, formulando a pergunta óbvia: — E ela terminou com você, não é? — Sua cabeça se move para cima e para baixo mostrando confirmação, e ela resmunga em resposta:

— Huhum.

Isabel está tão diferente, tão retraída... nunca a vi assim, parece que está completamente vulnerável. Observo-a olhando para baixo timidamente e a envolvo em um abraço forte. Com cuidado, a conduzo gentilmente para a cama, insistindo: — Vem.

          Seus olhos reviram-se em resposta, acompanhados de um suspiro lento, ao mesmo tempo em que ela tenta se desvencilhar dos meus braços. Sinto uma risada escapar dos meus lábios diante da sua teimosia, e ao levar para a cama, Myers reclama melodicamente, em um tom de descontentamento:

— Você é muito melosa.

          Solto uma risadinha sarcástica e me acomodo na cama, ocupando o lado direito, ela se ajeita no esquerdo. Meus olhos se alargam ao notar uma garrafa de uísque sobre a escrivaninha – detesto essa bebida. Engulo em seco diante da visão e volto meu olhar para os olhos fechados da minha irmã, que ainda está abraçada a mim. Fixo meu olhar nos seus e aperto os braços ao redor dela, formulando a seguinte pergunta:

— Não vai beber, hein?

          Isabel não emite uma resposta verbal, apenas abre os olhos e os semicerra, deixando claro que está perdida em seus próprios pensamentos. Tenho certeza de que ela está cogitando a ideia de começar a beber e entrar em uma espiral de descontrole assim que eu sair, como costuma fazer. Cerro os dentes, mantendo meu olhar fixo em suas pupilas, e afirmo:

Jemma G!P - Será Que Somos Apenas Amigas? Onde histórias criam vida. Descubra agora