Ele realmente parece um coelhinho indefeso

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Nate




Você quer transar comigo, é só não fez ainda porque sabe que vai ficar por baixo, e tem medo de assumir que deseja ser o passivo!

O quê?


Escuto um pouco longe alguém dizer "Acorda Nate!". Abro os olhos e sento rapidamente na cama. Passo as mãos no cabelo, minha respiração está ofegante. Olho ao meu lado, e um par de olhos puxados me observa atentamente. Ele toca a minha mão, e a acaricia.

— Está tudo bem?

— Está. Foi apenas um sonho!

— Sonho, ou um pesadelo? Porque eu ouvi seus gritos lá da sala...

— Ergh... Não. O que faz aqui tão cedo?

— Não lembra que combinamos que eu viria te buscar para irmos juntos à gravação do MV, da sua música? — pergunta, e eu balanço a cabeça em positivo. — Ah... Sua mãe disse que era pra comer alguma coisa que tinha na geladeira, só não lembro o que era...

— A presidente do seu fandom? — pergunto e ele solta uma gargalhada.

— Acho que quem deveria ser o presidente do meu fandom, era o filho dela, mas ele parece que não gosta muito de mim!

— É mesmo? O filho dela não gosta de você? Que estranho, ele me disse que era louco por você, fez uma música, e um pedido todo fofo, de namoro!

— Mesmo assim, acho que ele não gosta de mim! — exclama e sorri. Seu sorriso é contagiante, e eu acabo sorrindo também.

[...]



Passamos o dia todo ontem no set de gravação do meu MV, estou feliz com mais essa realização em minha vida. Mesmo estando ocupado com a gravação, aquele sonho vem martelando na minha mente, e eu não sei o que pensar, e se... O que Will me disse no sonho for verdade? E se eu estiver com todo esse medo, por que não tenho coragem de assumir que eu sou o uke da relação, e Will é o seme?

Preciso conversar com Will, mas eu não sei como vou fazer isso, e o pior é que ele vem aqui em casa no fim da tarde, e provavelmente vai dormir. Toda vez é a mesma história, ele fica fazendo chantagem emocional, usando aquela voz manhosa, beijando meu pescoço, e isso me deixa feito um bobo, e acabo cedendo. Antes de conversar com Will preciso esclarecer tantas coisas na minha cabeça.

Levanto da cama, ando pelo quarto. Caminho até a sala, sento no sofá, ligo a tv. Levanto, ando até a varanda, abro a porta, observo a paisagem à minha frente, mas isso não faz parar de pensar no sonho. Respiro fundo, e o nervosismo ainda faz morada em mim, sinto-me um tonto. Volto à sala, e ando de um lado para o outro. O som estridente da campainha me tira do meu transe de pensamentos que não me levam a lugar algum.

Abro a porta.

— Nate, o meu óculos ficou aí?

— Não sei tio, vou olhar!

Acho que pode ser a oportunidade que eu precisava para falar com ele. Olho pela sala, e vejo seus óculos na mesinha ao lado do sofá.

— Tio, tá na mesinha do sofá! Por que não entra e a gente conversa um pouco? Está com pressa?

— Não, hoje estou de folga! — assim que fala, não demora muito e ele entra, senta no sofá e olha para mim com aquele olhar de sempre, de quem está investigando. — Então, o que está te preocupando?

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