Quero explicar

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Will




Faz algumas semanas que Nate me deu um anel de compromisso, e com toda aquela cerimônia me fez pensar que seria pedido em casamento. Aquela noite foi maravilhosa. Parte de nossas famílias estavam juntas, celebrando conosco seis meses de namoro, conversamos sobre tantas coisas, mas algo me preocupou naquela noite, e ainda me preocupa.

O sucesso nos segue por onde andamos, isso é como uma moeda, tem dois lados, uma é positiva e outra negativa. Não poder assumir nosso relacionamento diante do público é algo negativo, mas somos instruídos a provocar situações para o fandom do nosso ship viver alimentado, o que é algo bem contraditório. Entretanto isso também fomenta problemas com parte do fandom que não concorda com o ship, apenas curte o trabalho de cada um de nós separadamente, e isso está cada vez pior, pois há muita gente que gosta de mim e persegue o Nate nas redes sociais.

Preocupação tornou-se uma palavra recorrente em minha mente. Nate não fala mais nada, mas eu sei que as fakes news, e os haters tem o deixado preocupado e triste. Isso de certa forma também me atinge, pois toda aquela imagem de cara forte, que não se abala com qualquer coisa, é só para as câmeras, e as pessoas que não o conhecem, sinto que isso o incomoda, ele está distante, abatido.

Tenho sugerido que ele procure ajuda, tanto judicial, como terapêutica. Nate é teimoso, e afirma que não precisa, e que tudo vai ficar bem, mas eu não sou cego e vejo que isso está afetando sua vida, e de alguma forma ele parece não querer me envolver, não querer que eu saiba. Às vezes acho que ele me trata como se eu fosse um cristal sagrado que não pode ser maculado, e isso me incomoda, porque sinto que ele age como se não merecesse estar comigo, e isso me entristece. Depois que minha mãe começou a querer se aproximar de mim, percebi que isso tem o deixado preocupado.

Ela tem insistido muito em me ver. Nate não gosta muito da ideia, mas ela é minha mãe, e às vezes sinto sua falta. Eu só queria que ela fosse como a minha sogra.

[...]



No restaurante, penso no Nate. Eu não gosto de mentir, mas preferi não contar que estava indo jantar com a minha mãe, não quero que ele fique chateado antes de eu saber se minha mãe realmente merece o benefício da dúvida, e como ela me garantiu que seríamos apenas nós dois, eu aceitei.

Olho no celular à espera de alguma chamada, ou mensagem de minha mãe, mas não há resposta. Estranho. Meu olhar percorre o restaurante à procura de algum sinal, mas quem avisto não me agrada. Kânya. Ela se aproxima da mesa que estou, e eu respiro fundo.

"Sua mãe já chegou?", ela pergunta e puxa uma cadeira para se sentar.

— O que você faz aqui, Kanya?

— Sua mãe me convidou para jantar...

— Como é que é? — não consigo acreditar que cai nessa história de mãe arrependida, como ela pôde ser tão vil? — Ela te convidou, e disse que eu estaria aqui?

— Sim.

— Então, você veio por minha causa?

— Eh... Eu...

— Não precisa responder mais nada, eu já entendi tudo!

— Will, eu só queria uma oportunidade para me aproximar de você! Eu nunca tive coragem de fazer isso antes, e a sua mãe, ela...

— Ela tem colocado ideias na sua cabeça Kanya, ideias erradas!

— Will, eu... — não a deixo falar.

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