BOYS LOVE BOYS

Daddy

Nate

O dia anterior foi intenso em vários sentidos, e culminou em uma noite incrível de prazer, me sinto renovado, feliz, e realizado. Eu tenho vinte e dois anos, já vivi muita coisa, foram muitas experiências que me fizeram ser quem sou. Uma delas foi ter conhecido esse garoto, ou melhor, esse homem, que está deitado em minha cama, e ter aceitado de vez o que sinto por ele. Embora, eu tenha crescido com um tio, tenha um melhor amigo LGBTQIA+, isso não me impediu de ser idiota, e negar o que sentia naquele momento, e principalmente minha sexualidade.

Eu relutei, tentei rechaçar meus sentimentos por puro medo, e isso me fez sofrer. Quando resolvi me entregar ao que sinto por ele, isso mudou minha vida completamente. Olho para o seu rosto apoiado em meu peito, e me pergunto como eu poderia imaginar que aquele cara, que chegou atrasado à primeira reunião de elenco, me faria tão feliz assim?
Acaricio seus cabelos, ele abre os olhos lentamente. Leva sua mão até os olhos e os esfrega, e olha para mim. Sorrio, e ele faz o mesmo.

— Acordou primeiro pra ficar me olhando, Gatinho?

— Esqueci que você faz esse papel! — digo e sorrio.

— Tá me chamando de idiota apaixonado?

— Sim.  — respondo e Will me dá um tapa de leve, no braço. — Ai, isso dói, Coelhinho!

— Até parece que doeu! — ele exclama e sorri.

— Você é mais forte que eu, Will!

— Olha quem fala? Você pratica Muay Thai há séculos, e os seus músculos parecem pedra...

— Também não é assim! — falo e faço uma careta para ele. — Por falar nisso, como refazendo minha rotina, vou voltar à academia!

— Por que você nunca me chamou pra ir com você?

— Primeiro que você não pratica, e segundo que eu não quero que você se machuque!

— Você acha que eu sou o quê? Um cristal sagrado?

— Claro que não, mas eu não quero ver esse rostinho com algum machucado! — digo e acaricio seu rosto. — Mas se você quiser ir, eu vou gostar de te ver por lá!

— Então eu vou, quero ver meu namorado gostoso num ringue, e sem camisa! — ele fala e solta um risinho cínico.

— Deixa de ser bobo! Tem outra coisa... Na sexta eu vou à quadra, jogar futebol com Arthit e os meninos do time, você quer vir comigo?

— Quero!

— Mas vê se toma cuidado pra não se machucar de novo, tá?
Assim que falo, ele entrelaça nossas mãos, e beija em cima da minha aliança, solta uma gargalhada, e em seguida diz algo.

— Tá bom, Daddy! Eu vou tomar cuidado, Daddy!

— Você não devia falar essa palavra na cama, Will!

— Daddy é papai em Inglês, não tem nada de mais!

— Nada disso... Daddy é o tipo de palavra que ativa coisas proibidas!

— O quê?

— Algo muito quente para se fazer na cama! — digo, e ele faz uma expressão falsa, como se estivesse espantado.

— Pensando em sexo pela manhã, Daddy?

— Sim!

— Acho que tô um pouco cansado... Pedi três, e você me deu quatro, lembra? — pergunta e balanço a cabeça em sinal de positivo.

— Mas, você esqueceu que nós sempre revezamos, Coelhinho? —  pergunto e levo minha mão até sua boca, acaricio com a ponta do dedo. — E já tem um tempo que você não faz a outra parte do revezamento!