Will
— O quê? Você sonhou comigo?
— Eu falei isso? Não, é... Eu...
— Você falou, mas... — antes que eu conclua minha frase, o telefone dele fica mudo, e aquele som insuportável ecoa pelo meu ouvido. Não é possível que Nate tenha desligado o telefone na minha cara!
Eu realmente custo a acreditar que ele fez isso. Tentei ligar de volta, mas o telefone parece estar desligado, não chama. Se eu já estava abalado, fiquei ainda mais depois de suas confissões. O que ele quer? Me enlouquecer, ou alguma coisa do tipo? Ele disse que sonhou comigo, e talvez tenha ficado envergonhado pelo que disse, ou pelo sonho? Desse jeito não consigo dormir. Respira, fecha os olhos, amanhã você precisa estar bem relaxado, pois o dia será longo...
Mas, como foi esse sonho? Será que foi feito o meu?
Will, você precisa dormir!
[...]
O dia de gravações foi intenso, não consegui falar com Nate, ele parecia me evitar. Quando saí do set, meu corpo pedia apenas cama. Segui direto para o estacionamento. Dou partida no carro, mas algo está errado, ele não pega. Porra, o que está acontecendo? Saio do carro, bato a porta com força, e escuto alguém falar.
— O que houve, Will? — Nate pergunta e se aproxima.
— O carro não quer pegar, e eu vou ter que chamar um taxi, ou na pior das hipóteses, chamar o motorista da família! — ele me olha sem entender muito bem o motivo da minha reação, e sorri.
— Por causa disso, você quase quebra a porta do carro? Por que não chama o reboque?
— Quase uma hora da madrugada? Não, melhor deixar ele aqui, e amanhã o reboque vem...
— Você quer uma carona? — ele fala e me olha com timidez, parece que ultimamente não vejo mais aquele olhar intimidador, o que há com ele?
— Quero
— Mas não é um carro importado!
— Engraçadinho — fiz uma careta e sorri, ele fez o mesmo.
Assim que entro em seu carro lembro aquele dia, ele estava nervoso, e se atrapalhou com o cinto. Se o meu celular não tivesse tocado, será que teríamos nos beijado? Deixa de pensar bobagem!
Fomos pelo caminho conversando sobre as cenas que gravamos, mas havia um incômodo entre nós, e de repente ele ficou em silêncio, e eu também. Mas preciso aliviar esse clima.
— Nate...
— O quê?
— Não tem música? — é sempre bem vinda.
— Fica à vontade pra colocar alguma coisa pra tocar!
Pego meu celular, e coincidentemente a primeira que aparece no aleatório mexe comigo, e assim como na letra, meu coração batia descontrolado quando olho para ele.
"Mas quando abri os olhos,
Vi que você estava bem na minha frente...
Olhei para você por um longo tempo,
meu coração começou a bater forte,
Tudo entre nós é real, não é um sonho"
O carro parou um pouco antes do grande portão de ferro.
— É aqui mesmo? — ele pergunta, e o encaro balançando a cabeça positivamente. — Sempre passei por aqui, nunca imaginei que fosse uma casa, pelo muro alto e esse portão enorme, achei que era uma fábrica!
— Não, é uma casa mesmo! — falo e olho para ele. — Nate..."
— O quê?
— Você disse ontem que sonhou comigo, e...
— Will... Eu acho que falei demais, eu tinha bebido, e...
— Tudo bem! — coloco a mão no cinto, enquanto ele me observa, e rapidamente sua mão toca a minha. — O que foi?
— Tá... É mentira, eu não bebi! Eu realmente sonhei com você no dia que li novamente alguns capítulos da novel para entender melhor o sentimento do Thirasak pelo Wanchai, e a cena do carro ficou na minha mente!
— Que cena do carro?
— Aquela que acontece o primeiro beijo mais intenso deles, eles se beijam no carro, e as descrições são bem quentes, e eu imaginei que era eu... — ele parece nervoso, e eu estou mais ainda, meu coração está batendo muito rápido.
— Você imaginou nós dois, e depois sonhou? Foi isso? — crio coragem para perguntar, mas não o mínimo para olhar para ele.
— Will...
— O quê? — pergunto, e finalmente o encaro.
Há algo diferente em seu olhar, eu não sei o que é... Eu só sei que os olhos dele estão olhando para mim intensamente, mas sem aquele tom intimidador, é algo... Ah, o que eu estou fazendo? Não posso olhar para ele, isso me deixa vulnerável demais, e faz meu coração bater muito rápido. Não dissemos nada um ao outro, apenas olhamos.
Nate morde o lábio, me deixando completamente perdido, depois tira o cinto de segurança, avança lentamente em minha direção, de repente me sinto muito inseguro. Solta meu cinto, e se aproxima ainda mais, seu rosto está a poucos centímetros de mim, se inclina e seus lábios tocam os meus lentamente. Para, me encara, e eu não tenho mais o que fazer, fecho meus olhos e me entrego ao momento.
A ponta da sua língua quente penetra minha boca. Seus lábios tocam os meus com intensidade. A ponta da sua língua se move maliciosamente, e isso me deixa louco. Como beija bem esse maldito! Sua língua brinca dentro da minha boca, ele vai sugando meu lábio inferior. Nate, que porra você tá fazendo comigo? Isso é bom demais...
Ele se separa dos meus lábios, me encara com olhar cheio de desejo, e me diz de uma forma suave que é quase inaudível, e me faz sentir muito leve.
— Há tempos eu queria fazer isso, mas não tinha coragem...
— Eu também!
Seguro seu rosto, toco seus lábios com força, e insiro minha língua em sua boca. Mesmo se eu quisesse parar, a minha mente não obedece mais a nenhuma ordem. Nosso beijo vai ficando intenso, eu mordo suavemente seu lábio inferior, e novamente minha língua vai pedindo passagem, e a dele se entrelaça com a minha. Estou quente demais, e uma mão segura minha cabeça, seus dedos puxam meus cabelos, e isso me deixa louco. Porra, o que ele está fazendo comigo?
A razão me diz para parar, mas eu não quero. Sua mão desce até meu abdome, levanta minha camisa, e me acaricia. Sinto que preciso parar, começo a sentir um calor intenso, não consigo respirar direito, meu coração bate forte, e meu pau parece dar sinal de vida. Porra, eu estou na frente da minha casa!
Precisamos parar, ele me deixa louco. Enquanto nos beijamos, sinto suas mãos alcançarem o zíper da minha calça, isso me deixa mais duro ainda. Eu não posso... Alguém pode nos surpreender!
— Para, para... Eu tô na frente da minha casa ! — enquanto falo, ele me encara com um olhar de súplica.
— Eu sei que você quer o mesmo que eu... Nós podemos ir para minha casa! — seu olhar de súplica continua, e vem acompanhado de uma voz melosa.
Antes que eu responda, alguém bate no vidro do carro. Olhamos para a mesma direção, e lá está ela, com seu olhar acusatório. Minha mãe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BOYS LOVE BOYS
RomansWill é filho de uma rica família tailandesa, foi criado para ser o sucessor de seu pai nos negócios, mas o garoto queria ir além disso, e tornou-se ator. Ele foi convidado para atuar em uma série Boyslove, ao lado de Nate, o cara de olhar intimidado...