Às vezes você é tão atrevido

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Will





— Will, abra essa porta! — ela fala mais uma vez. Nate sai de cima de mim, com um olhar perdido.

— É a minha mãe!

— Você não disse que seus pais passariam o fim de semana fora?

— Eu também não entendo, Nate! Agora, se esconde no closet, que eu vou abrir a porta. Você viu a toalha?

Ele levanta, recolhe suas roupas que estão pelo chão, e joga a toalha para mim. Envolvo em minha cintura, e olho para ele.

— Desconecta o bluetooth...

Respiro fundo, caminho lentamente até a porta, e percebo que a música silenciou, e escuto apenas minha mãe batendo na porta, e chamando meu nome desesperadamente. Quando finalmente abro, encaro seu olhar, nada agradável.

— Que barulho era esse? Essa música infernal tocando repetidamente, e eu te chamando feito uma louca!

— Ah, era música? — ainda bem, eu pensei que ela tivesse ouvido meus gemidos, que não foram poucos. — Porque a senhora voltou?

— Esqueci o notebook, e preciso enviar uns documentos nesse fim de semana...

— E não tinha como arrumar um notebook por lá?

— Tinha. Só que os documentos estão salvos apenas no meu notebook pessoal!

— Mãe, eu já te falei pra não fazer isso! Se você perde o notebook, ou de repente acontece algum problema com ele, e aí?

— Eu nunca faço isso, mas desta vez esqueci! — esqueceu e atrapalhou meu momento por causa do seu esquecimento. — Por que a porta estava fechada, e você demorou tanto a abrir?

— Ah, porque eu estava transando, mãe! — exclamo e sorrio.

— Isso são modos de falar, Will? Eu não sei porque ainda pergunto algo para você! — fala, e eu solto uma gargalhada.

— A senhora vai voltar, hoje?

— Não, amanhã cedo eu volto, passamos o dia e voltamos na segunda à tarde! Já jantou?

— Já. Eu vou dormir. A viagem me consumiu muito, e eu ainda tô cansado. Boa noite!

Assim que me despeço de minha mãe, tranco a porta, e meu namorado sai do closet com os olhos espantados, e joga um travesseiro na minha cara.

— Will, você é louco? Como é que você diz pra sua mãe, que tava transando?

— Eu conheço a minha mãe. Se eu dissesse qualquer coisa, ela não acreditaria, então foi melhor contar a verdade, e ela não acreditou do mesmo jeito!

— Você é louco! — exclama e pega sua carteira, coloca no bolso.

— Pra onde você vai?

— Eu vou pra minha casa! — diz, me aproximo, envolvo meus braços ao redor do seu pescoço, o encaro usando um olhar e minha voz manhosa de sempre.

— Por favor, não vai Gatinho! Fica aqui comigo, eu vou ficar tão sozinho...

Ele suspira e balança a cabeça.

— Você é um manipulador, sabia? Fica usando essa voz e esse olhar manhoso pra cima de mim, achando que vai me ganhar!

— É mentira, eu não faço isso!

— Faz sim!

— Por favor, fica aqui!

— Não.

— Por favor, Gatinho! Vamos dormir abraçadinhos, e amanhã quando ela sair, teremos tranquilidade para transar o dia todo! — falo e Nate me encara com espanto. — O que foi? Disse alguma coisa errada?

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