Desde que seja com você

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Will






Continue mordendo seus lábios,

E eu vou fingir que não quero nada

Porque estou esperando

O momento certo,

E se esse momento for agora?





O abraço de Nate é tão reconfortante. Sinto que estou protegido, e que nada vai me afetar se ele estiver ao meu lado. Pode parecer romântico demais, ou até desesperado, mas é exatamente o que me tornei depois de tanto rechaçar sentimentos, sensações, e principalmente a minha sexualidade. Desde que decidi apostar na carreira de ator, além de interpretar um personagem tão confuso quanto fui no passado, tudo isso me impulsionou a me entender, aceitar quem sou e ter certeza do que quero.

Quando conheci esse cara que virou minha cabeça, perdi o medo de sentir tudo que antes repudiava, porque fui levado a acreditar que era errado. Não quero mais viver daquele modo, fingindo estar tudo bem, sendo alguém que eu não era, mesmo que ainda não possa assumir que tenho um namorado, posso omitir, mas não quero mentir para mim, como antes mentia.

Nate se desprende de mim, segura minha mão e me conduz até o sofá. Além de seu abraço, seu olhar também é consolador.

— Desculpa, se eu pareci invasivo!

— Tudo bem, eu precisava falar sobre isso. Afinal de contas, faz parte da minha história, as minhas tentativas nulas de relações sexuais com garotas...

— E com garotos? — não acredito que ele está me perguntando isso!

— Antes de você, só teve o Somchai, e eu nunca fui além de beijos e amassos. Naquela época tinha medo de aceitar que sentia algo por ele, imagina se eu teria coragem de ir além?

— Então, você é virgem?

— Depende... Se pensarmos no sexo apenas como penetração, sim!

— Como assim?

— Sexo não é só penetração, Nate! O sexo oral, e tudo que vem antes também é sexo...

— Tá, é verdade. Mas eu só não consigo entender o porquê de você ser sempre o que toma a iniciativa, se você não tem experiência amorosa, ou sexual que...

Eu realmente custo a acreditar no que Nate me fala. Às vezes, acho que meu namorado tem algum problema.

— O que uma coisa tem a ver com a outra? Você acha que ser virgem, ou não ter muita experiência amorosa, ou sexual, torna uma pessoa burra e idiota? — pergunto, e me olha um pouco atônito. Abre e fecha a boca rapidamente, mas não fala nada. — Se o que você perguntou fosse verdade, ainda não teríamos nos beijado, Nate!

— Nada disso, eu teria tomado a iniciativa! Você fala como se eu fosse lerdo.

— E não é? — pergunto, ele me olha fazendo uma careta.

— Não concordo com você, eu teria tomado a iniciativa...

— Não teria mesmo, você ficou relutando para se aproximar de mim quando a gente se conheceu...

— Eu já te falei que fiquei incomodado com você...

— Incomodado com o quê exatamente, Nate?

— Sabe, hoje eu percebo que meu incômodo já era um interesse em você. Eu queria te olhar o tempo todo, e isso me incomodava, porque eu nunca tive interesse em garotos, e de repente você me despertou algo, e isso me deixava confuso demais, e eu tinha medo de me aproximar de você, entende?

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