BOYS LOVE BOYS

Eu não quero te ver triste

Nate

— Will, acho que nós precisamos conversar!

Olhamos na direção da voz, atrás de nós, e encontramos o sorriso largo de seu avô. Ele puxa uma cadeira e senta ao nosso lado.

— O que fazem aqui afastados? Por que não estão na nossa mesa? — pergunta, Will o encara, sorri um pouco sem graça.

— Eu não quero ficar na mesma mesa que meus pais!

— Eu não estou mais na mesma mesa que eles, vocês podem vir ficar conosco, seu tio também está lá com o marido dele, e... — seu avô não conclui sua frase, e encara meu namorado como se estivesse o analisando. — O que houve? Seus pais não gostaram muito quando disse que chamaria você para sentar conosco, e discutimos por isso. Aconteceu alguma coisa que eu não sei?

— Acho que o senhor sabe que saí de casa, não é? — Will pergunta um pouco cauteloso, enquanto seu avô balança a cabeça em positivo. — Então, eu assumi para eles que... Que... Que...

Antes que ele tenha coragem e conclua, seu avô faz por ele.

— Que você é gay? — pergunta com naturalidade, enquanto eu e Will trocamos olhares. — Eu já sabia...

— O senhor sabia? Como assim?

— Você e sua irmã sempre foram diferentes dos outros netos, assim como o meu irmão. O mesmo sentimento que eu tinha em relação ao meu irmão, Prayut, sempre tive em relação a vocês!

— Eu nem sei o que dizer... Eu...

— Não pense que vou te recriminar, eu quero que você seja feliz! — diz, segura a mão de Will, acaricia e continua. — Agora, eu gostaria que você tivesse me contado isso antes pra evitar tudo que aqueles dois fizeram, ou disseram a você!

— Obrigado, Vô! Você não imagina o quanto suas palavras me fazem bem!

Ele olha para nós dois, e pergunta.

— Me diga uma coisa? Seus pais estão incomodados com a presença do seu amigo, vocês dois são apenas um casal na série, ou não?

Ele nos observa atentamente. Will olha para mim com receio, esperando alguma reação minha, e tenta falar.

— Somos ami...

Eu não o deixo completar.

— Namorados! — falo, e Will me encara com um grande sorriso.

— Agora entendi o incômodo dos seus pais, e os seus sorrisos constantes naquele dia que almoçou lá em casa, lembra?

Will balança a cabeça em concordância, e sorri. Eu encaro seu avô, e falo.

— Nós ainda não assumimos publicamente por causa das nossas carreiras, e tudo mais que pode de alguma maneira nos prejudicar, e...

— A sua família sabe, Nate?

— Parte dela, sim... Quer dizer, aqueles que realmente importam pra mim, minha mãe e o meu tio gostam mais do Will, do que mim...

— Deixa de ser exagerado, Nate! — Will diz e sorri.

Seu avô segura a mão de Will, e em seguida a minha.

— Quero que saibam... Que vocês têm o meu apoio, e não deixem de viver o que sentem! — ele exclama e me encara. — Sabe Nate, eu já fui um homofóbico, passei muitos anos sem falar com meu irmão, mas hoje, eu sou um homem diferente, e procuro apoiar qualquer um dos meus netos, ou outras pessoas do meu convívio que se amem, independente de qualquer circunstância, amor vai ser sempre, amor!