Quer morar comigo?

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Will





Nate me ligou o tempo todo para saber se eu já estava a caminho, estou começando a ficar nervoso. Começou quando eu estava na casa do meu avô, conversando com Sunee e Lyn, e até elas ficaram preocupadas. Durante o trajeto até sua casa, e agora enquanto estaciono na garagem do prédio, ele liga mais uma vez para saber onde estou. O elevador leva três minutos para chegar ao seu andar, mas para mim é uma eternidade.

Coloco a chave, giro a maçaneta e finalmente abro a porta. A sala está escura, apenas percebo a luz que vem da sala seguinte, a sala de jantar. Acendo a luz, e chamo por ele, que me responde. Caminho até lá, e me deparo com uma mesa posta para o jantar, com comida chinesa, a minha preferida, e Nate sentado à minha espera.

— Nossa, estamos comemorando algo?

— Estamos... Mas, primeiro você vai lavar as mãos, anda!

— Precisa ser grosso, seu chato? — reclamo com minha voz manhosa.

— Você gosta de grosso, que eu sei! — ele responde em tom malicioso, sorrio, e sigo em direção ao banheiro, ao lado da sala de jantar.

[...]


A conversa flui como sempre, há assuntos diversos. Trabalho, diversão, festas, futebol, política, viagens, séries, animes, música, família, amigos e uma infinidade de coisas. Nate é o tipo de pessoa que eu poderia passar a noite toda conversando, mas pararia para beijar, e fazer outras coisas também.

— Seus pais já sabem que Sunee será a futura CEO?

— Parece que sim!

— O que você acha que eles vão fazer? Será que eles vão aceitar com facilidade?

— Eu não sei, e espero que não inventem problemas para o meu avô, ou para Sunee! — digo e suspiro. — Então, você disse que tínhamos algo para comemorar, além de me ligar a cada cinco minutos, até agora não me disse nada!

— Que exagero! Temos muito que comemorar, os episódios especiais são um sucesso, nossas músicas são um sucesso, somos um casal famoso na Tailândia. Isso não é motivo de comemoração?

— São motivos, mas adoraria poder assumir que somos um casal de verdade!

— Calma, em breve faremos isso!

— Tudo bem, mas você parece estar me escondendo algo, diz logo o que é? Você vai me pedir em casamento dessa vez? — pergunto e ele sorri.

— Não, dessa vez! Se eu fosse te pedir em casamento, teria que ser em um lugar muito especial, e de um modo bem especial!

— Já que você não vai me pedir em casamento, eu tenho algo importante para te perguntar! — digo, e ele me olha com curiosidade.

— Eu também tenho algo importante para te perguntar!

— Então pergunta primeiro, já que você estava cheio de mistério para mim!

— Não, por que você não fala primeiro?

— Nate, desse jeito vamos passar o tempo todo nessa! Já sei, por que não falamos ao mesmo tempo?

— Isso é coisa de criança, Will!

— Nós somos o quê? Duas crianças que cresceram!

— Bobo.

— No três!

— Will...

— Deixa de bobagem! 1, 2 e 3!

— Você quer morar comigo? — falamos em uníssono.

— Era essa a sua pergunta, Will?

— Sim, já faz um tempo que estou pensando nisso. Afinal, vivemos sempre juntos, quando não dormimos juntos, geralmente você reclama, e...

Ele me olha com um sorriso debochado.

— Só eu que reclamo? Tem certeza disso?

— Tá, eu também acho ruim! Também tem o fato de eu preferir estar aqui, em vez de ir ao apart, e você também não gosta de ir pra lá...

— Não é que eu não goste... Só acho impessoal, não me sinto confortável, não parece um lar! Nesse caso, se vamos morar juntos, a gente pode trazer suas coisas para cá, hoje mesmo, o que acha?

— Ai Nate, hoje não! Vamos deixar pra amanhã?

— Tudo bem. Amanhã você traz suas coisas para cá, e nós vamos transformar esse apartamento num...

Antes que ele termine a frase, eu concluo.

— Ninho de amor?

— Eu pensei no lar de um casal feliz!

— Ai que brega, prefiro ninho de amor!

— E você diz assim? Nem pensa nos meus sentimentos! — exclama num falso tom de tristeza, eu me aproximo e bagunço seu cabelo, ele afasta minha mão. — Para Will, você é muito mal comigo! Você me paga!

— Só se for na cama, de preferência me fazendo gemer o seu nome... Aceita?

[...]

Eu me aconchego a ele na cama, e puxo ainda mais a colcha sobre mim.

— Will, vai me deixar sem nada! — Nate reclama, e eu o encaro, usando meu olhar inocente e minha voz manhosa.

— Gatinho, estou com frio!

— Quem mandou você ficar um tempão naquela banheira?

— Eu precisava relaxar! Você quer que eu more com você, mas não me trata bem!

— O Senhor manhoso em ação, outra vez?

— Eu não sou manhoso, apenas gosto que cuidem de mim! —  digo, e  jogo um pouco mais da colcha para o lado dele, e o agarro pela cintura. — E você por ser mais velho, P’Nate, deveria cuidar melhor do seu Nong, não acha?

— Que engraçado! Agora, lembrou que sou mais velho? — ele diz e acaricia o meu rosto. — É estranho quando você me chama assim, geralmente é na frente de quem não nos conhece de verdade, ou em entrevistas!

— Você prefere ser chamado de quê? Nate, Gatinho, P’Nate ou Daddy?

— Você gosta de brincar com fogo? — pergunta e solto uma gargalhada. — Sabe, eu tava pensando em como nosso relacionamento evoluiu, e em como a vida imitou a arte, e nós estamos vivendo como Thirasak e Wanchai, não acha?

— Como assim?

— Morando juntos, fazendo tudo juntos! Assim como eles, eu quero viver por um longo tempo com você, Coelhinho! — ele diz, e eu percebo seus olhos marejados. Aproximo meu rosto do seu, beijo levemente sua boca e o encaro, ele sorri.

— Meu Gatinho tá emocionado? — pergunto e ele apenas balança a  cabeça. — Sabe, eu não quero viver um longo tempo com você!

— O quê? — ele me pergunta assustado.

— Juntos por um longo tempo? Não quero! — digo, e ele me encara, sua boca abre e fecha, e parece querer dizer algo. — Pode parecer loucura, mas quero para sempre, pode ser?

Ele sorri ao ouvir minha pergunta, toma minha boca, e me beija apaixonadamente. O que dissemos são juras de amor entre dois homens, ou melhor, dois garotos que se entregaram de corpo e alma, a um sentimento imenso, passando por cima de tantas coisas. Hoje, tenho a certeza que o amo, e o quero ao meu lado.

Always...

BOYS LOVE BOYSOnde histórias criam vida. Descubra agora