Meu coração não tem mais espaço

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Will






Meu coração bate desesperadamente quando sinto seus lábios tocarem os meus levemente. Intensifico nosso beijo, meus lábios sugam os seus, sinto sua língua invadindo minha boca. Provar seus lábios mais uma vez é a melhor sensação do mundo, a forma como ele saboreia os meus é ainda melhor. Seus braços se envolvem ao redor do meu pescoço, envolvo meus dedos entre seus cabelos, e a língua dele brinca dentro da minha boca. Algo inevitável acontece, ouço um leve gemido dele. Isso me deixa louco.

Minha boca beija levemente a sua, e vai trilhando um caminho por seu pescoço e a cada beijo que dou suas mãos puxam meus cabelos, e antes que eu continue, e isso fique mais intenso, escuto um som estridente de um solo de guitarra. Nate coloca as duas mãos em meu peito com o intuito de pararmos. Torna a se apoiar no banco do carona, e puxa algo do bolso, encara seu celular, e atende um pouco ofegante.

- Oi Mãe! - fala e escuto a maior parte das coisas que ela diz, como: "Onde você está?" "Por que não atende esse telefone?" "Com quem você está?", e por último, quando ele diz que está no meu carro, ela pede insistentemente para falar comigo, e ele coloca no viva voz.

- Oi Will, como você está?

- Estou bem, e a senhora?

- Melhor agora, que estou falando com você!

- Quê isso!

- É verdade! Olha... Ainda são nove horas, por que não sobe para conversarmos um pouco? - e antes que eu responda, o Nate fala.

- Não mãe, ele já está indo embora! - olho para ele, e percebo mais uma "Gay Panic", e isso me faz sorrir.

- Não se meta, estou falando com seu amigo! Will querido, não leve a sério o que Nate diz, ele fala isso, mas a cada dez assuntos que ele conversa aqui em casa, sete envolvem você.

- Mãe! - fala indignado, eu o encaro sorrindo.

[...]



Ele simplesmente encara o nada no elevador, enquanto o observo. Saber que ele fala sobre mim em sua casa, me deixa feliz, ainda mais depois desse beijo de hoje.

- Dá pra você parar de me olhar! - fala e um sorriso brota dos meus lábios, quando percebo sua orelha bem avermelhada. Nate está envergonhado novamente. - Por que você está sorrindo?

- Por que eu não posso sorrir? - pergunto, e me aproximo dele.

- É claro que você pode, mas está rindo de mim, e isso me irrita...

- É, o que mais te irrita? - falo, e me posiciono de frente para ele, que me olha de um modo assustado.

- Que porra, você tá fazendo? - pergunta, e eu encurto ainda mais a pequena distância entre nós, e escoro minhas mãos entre a cabeça dele. Ele abre e fecha a boca. - Você tá louco? Essa porra tem câmera!

Observo suas expressões, e o quanto está envergonhado. Afasto-me, e me coloco ao seu lado.

- Mas, se não tivesse câmera, a gente podia repetir o que aconteceu no carro? - eu nem acredito que perguntei isso!

Ele me olha com raiva, e antes que fale algo, somos surpreendidos pelo som do elevador se abrindo.

[...]



- É tão bom ter você aqui, Will! - ela fala ao meu lado no sofá. - Quando Nate me disse que iria ao mercado flutuante, não imaginei que fosse com você! - ela fala, e eu sorrio.

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