Deixa eu te beijar?

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Will




É tão visível o quanto ele está desconfortável, e a única coisa que tenho vontade de fazer é provocá-lo ainda mais.

— Qual o problema? Você parece desconfortável com o que eu disse? — pergunto de um modo inocente.

— Desconfortável com o quê? — responde um pouco ríspido, e não me encara.

— Por eu ter dito que você me acha bonito. — digo, sorrio e ele finalmente me encara.

— E qual... Qual o problema em te achar bonito? Eu não vejo nenhum problema nisso!

— Eu também não vejo problema em achar você bonito, por exemplo. Mas no seu caso, percebo que está envergonhado! — digo, e vejo confusão em seu olhar.

— Eu não estou com vergonha! Eu estou com fome. — Nate Naetang, você é tão bonitinho quando está envergonhado, mas não precisa disfarçar, sei que está mentindo.

Vira as costas para mim, e caminha entre as pessoas. Sorrio e o sigo. Caminhar entre as tendas à procura de algo para comer ao lado de Nate parece uma aventura, ele não sabe o que quer, e eu muito menos, afinal são muitas as opções.

— O que você quer comer? — pergunto o encarando, enquanto andamos entre as barracas.

— Não sei, acho que vou comer espetinho de carne. E você?

— Quero Pad Thai, faz tempo que não como... — me encara com um ar entusiasmado que me encanta.

— Acho que também vou querer, e depois vou querer arroz pegajoso, e você? — pergunta com um olhar impaciente.

— Se eu ainda tiver espaço pra comer arroz pegajoso...

— Eu vou pedir uma porção, dá para duas pessoas comerem!

— Tudo bem, Nate!

Depois de andar atrás de barracas que vendessem o que queríamos comer, encontramos uma área de mesas mais afastadas para sentarmos.

— Sabe Nate, quero te agradecer pelo dia... Foi diferente, eu não costumo fazer passeios assim. — falo, e ele me observa atentamente, e responde.

— Eu imaginei isso.

— Por quê?

— Depois do que você falou, já dava para imaginar que você não conhecia um lugar como esse!

— Quero mais passeios assim! Você poderia ser meu guia nos próximos passeios, o que acha?

— Tudo bem!

— Mas no próximo, quero conhecer lugares onde os casais costumam frequentar... — falo, sorrio e Nate quase engasga com o seu suco, limpa a boca e pergunta.

— Como assim?

— Ah Nate, eu não conheço os passeios românticos de Bangkok! — respondo, e ele mal olha para mim, engole uma colher de arroz, e olha para o lado, mas suas orelhas parecem que estão queimando de tão vermelhas que estão. — Eu tô brincando, não precisa levar tão a sério o que eu falo, tá?

— Tudo bem! — ele me olha e balança a cabeça.

— Brincadeiras à parte, eu adorei o passeio, são lugares que eu não tô acostumado a frequentar, então foi muito divertido...

— Pessoas ricas não costumam frequentar lugares assim, não é?

— Como assim?

— Não me entenda mal, mas você sabe que nós dois somos de realidade extremamente opostas, e o seu modo de vida inclui restaurantes caros, viagens internacionais, e uma série de atividades.

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