Juntos

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Nate






Sentado na cama, e pensando no que acabei de afirmar para mim mesmo diante do espelho. Chegar a esta conclusão não foi fácil, há tantas coisas que implicam, mas está muito claro. Não adianta esconder isso de mim mesmo, Will entrou na minha vida e se instalou na minha mente, e também em meu coração. Isso é fato!

Penso nas vezes que rechacei Mali, porque pensava em Will e na possibilidade de beijá-lo, durante as gravações das cenas para o episódio cinco, e no quanto eu estava completamente sedento por um beijo dele naquele dia. Penso no quanto me senti estranho, achando que fiz algo de errado, e por acaso lembro-me do que ouvi de meu tio Khalan, que ele jamais deixaria de amar seu marido, que está no Japão a trabalho, porque a sociedade acha que ele não pode.

Meu tio está certo. Eu estava errado. Will me fez enxergar que não era por conta da novel, da série, de nada... Apenas eu e meus sentimentos por ele. Tudo que me falou no estacionamento do Shopping, quando pediu para me beijar, quando voltei para beijá-lo em seu carro, seu flerte no elevador que quase me deixou louco, a tensão sexual pairando sobre nós depois de ele dizer que não havia mais espaço em seu coração, porque ele já estava preenchido. Ainda teve o beijo no meu quarto, e por último, a cena tórrida e quente no banheiro do restaurante.

Tudo que senti, sinto. Não há mais o que negar...

— Nate, você está apaixonado pelo Will!

Eu gostaria de falar com ele, mas seu telefone está desligado, Will deve estar com raiva de mim, e com razão. Levanto, pego meu violão em cima de uma poltrona perto da janela. Sento, e começo a dedilhar alguma melodia. Lembro-me de uma melodia composta a algum tempo, que não tem letra, preciso colocar para fora, minha cabeça está cheia de sentimentos, sensações, e Will.

Levanto mais uma vez, caminho até a poltrona novamente, ao lado dela, na mesa de estudos, abro a gaveta, e retiro um caderno. Meu velho caderno de composições e anotações, pego uma caneta e sento na cama. Quando penso no início de tudo, não me recordo exatamente como, ou em que período começou. Pego o caderno e escrevo:


"Eu não sei quando começou,

Quando você entrou na minha vida,

Eu ainda não consigo descobrir,"


Paro um pouco, e penso: O que eu quero com ele? O que ele desperta em mim? É recíproco? Será que estávamos destinados a nos encontrar?


"Eu não sei o que nos atraiu,

Tudo que eu sei, é que você está em meu coração,

Sei que nos apaixonamos, é isso que importa..."


Lembro-me de quando ele esteve aqui em meu quarto pela primeira vez, e Mali apareceu de repente, a forma como ela falava, como se quisesse culpar o Will de algo. Senti tanta raiva dela por falar daquele jeito com ele, e depois tive certeza que não adiantava prolongar, o relacionamento tinha chegado ao fim, e se eu não terminasse, talvez hoje ela estivesse entre nós, se enganando, e eu fazendo os três perderem tempo.


"Eu não quero que ninguém fique entre nós,

Eu quero estar ao seu lado,

Agora, sei que não era um engano,

É verdadeiro, e recíproco..."


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