Capitulo 17- Dança da morte

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Eles já estavam chegando perto da cidade que foi tomada pelos terroristas, já estando no caminho a pé até o local, todos se encontram atentos a todo e qualquer barulho ou movimento
— Então eles já chegaram?... Que saco!
Essa voz via do meio da mata e chamou a atenção de Kura, poucos segundos após isso, se pode ouvir um som de passos rápidos e também uma música tocando de fundo, um toque típico de lutas como a capoeira. Até que o jovem elétrico notou um movimento bem perigoso indo para o seu capitão
— Held, cuidado!
O garoto pulou e se jogou em cima de Held, ficando uns dois metros acima do homem, um poderoso raio atingiu em cheio o garoto. O homem em meio a mata ficou um pouco aliviado, pensando que já havia derrotado um deles. Mas algo mais surpreendente ainda aconteceu, o raio foi facilmente absorvido e repelido por Kura, com o garoto estando ileso, aparentando até estar melhor do que nunca
— Isso é inútil! Eu sou a própria eletricidade!
Aquela afirmação deixou o homem bastante surpreso e animado, coisa que o fez sair do meio do mato e finalmente se revelar, sendo um homem alto e que aparenta ter seus vinte e nove anos, ele também possuía pinturas por todo o corpo, aquelas marcas eram típicas da tribo indigena tapajós. O homem apenas começou a se alongar, aparentava estar tranquilo com aquilo
— Certo… Certo… Parece que o meu “Quarup Peró” não tem efeito em você, isso vai ser um saco…
O jovem não entendia o que era aquilo, talvez alguma outra língua?  Bem, não importava naquele momento, o jovem da eletricidade logo lançou um raio em direção a aquele indigena. A resposta do inimigo foi apenas efetuar mais alguns passos de sua dança, gerando fortes ventos que foram capazes de desviar o raio elétrico daquele garoto, fazendo uma árvore ser atingida no lugar dele
— Ele é rápido…. Bem rápido!
Kura falou isso enquanto olha para o seu oponente, ele logo apontou para a direção da cidade, enquanto dizia para os seus companheiros de equipe
— Vão na frente, eu vou cuidar desse homem e acompanho vocês depois… É só eu quebrar a cara dele no soco e já alcanço vocês!
Todos da equipe que estavam ali ficaram preocupados, com exceção do próprio capitão dela, que confiou na fala do seu subordinado, fazendo com que todos ali continuem a viagem até a cidade
— Certo, a gente se vê lá, cuidado com a fama dele, dizem que ele é mais rápido que um raio!
Kura apenas concordou com aquilo, fazendo um sinal de “positivo” com o seu dedo, é claro que o oponente daquele jovem não iria deixar os inimigos fugirem tão facilmente assim, ele tentou avançar contra eles a toda a sua velocidade e força, sendo parado pelo jovem militar, que se jogou na frente dele e bloqueou a sua passagem
— Ora…. Seu desgraçado!
O homem usou sua elasticidade aumentada, juntamente da sua calça que permitia esse movimento, ele tenta chutar a cabeça do garoto a fim de nocautear ele. A resposta do garoto, foi de soltar e empurra com toda a força o seu inimigo para longe, o deixando a uma distância relativamente “segura” entre ambos, deixando em uma situação de ambos ficarem se encarando
— Bem, parece que você não vai me deixar passar daqui… Então vamos logo com isso!
Aquele indigena já estava pronto para o embate com o garoto de baixo tamanho. Kura logo se posicionou, colocando sua mão direita no chão e ganhando um bom apoio ali, parecia que iria se impulsionar para um soco poderoso no rosto do oponente
— Aqui vou eu então!
O jovem fez realmente um rápido avanço, mas para a surpresa e quebra de base do terrorista, o golpe usado foi uma voadora de dois pés, que atingiu com toda a força o rosto do oponente e o jogou para vários metros longe do Kura. O homem no meio do ar recuperou sua base, dando um mortal e já colocando seus pés no chão de novo,  se desequilibrando um pouco por conta do dano, ao mesmo tempo em que saiu um pouco de sangue de seu nariz
— Wow… Você é forte garoto, essa luta será interessante!
Quando ele disse isso, notou um rápido avanço do militar contra si, com o garoto elétrico tentando efetuar um soco de baixo para cima, com o indigena conseguindo segurar o golpe usando uma de suas mãos apenas. Kura quando notou esse fácil bloqueio, usou rapidamente a sua mão ainda livre para dar um soco na cara do criminoso, um golpe de cima para baixo, conseguindo acertar esse golpe com toda a força no inimigo. A força de impacto do soco colocou o criminoso de joelhos em frente ao jovem garoto, a luta parecia ter sido ganha já, mas Kura rapidamente sentiu o indigena agarrar com força os seus ombros, o homem logo chutou com toda a força o abdômen do garoto, fazendo o mesmo voar alguns metros. O movimento do chute foi debaixo para cima, o que fez o jovem dos raios voar por cima de seu inimigo e cair atrás dele
— Sabe garoto, acho que não nos apresentamos direito… Meu nome é Humaitá Cachambi! E eu tenho que admitir , você é forte, sem dúvidas!
Humaitá disse isso com um sorriso em seu rosto, olhando o garoto militar, que se levanta com um pouco de dificuldade no chão. Kura deu algumas balançadas, enquanto puxou com força o ar para os seus pulmões, em meio a respiração ofegante, ele tentou recuperar sua pose de combate
— Okay… Essa luta não vai ser simples como eu pensava, esse chute doeu! Nem se compara com aquele bispo fracote!
Ele já recuperado, fez outro avanço contra o inimigo. O punho do garoto parecia brilhar na visão do foragido, aquilo fez o sentido de perigo do criminoso se aguçar e o obrigar a levantar seus braços a frente da cabeça, fazendo-o bloquear parcialmente o soco do garoto, que dessa vez parecia duas vezes mais potente, como se repelisse a água presente no corpo do índio e o fizesse voar mais longe do que em um soco normal. Isso seria efeito do eletromagnetismo puro no punho do jovem, que quando “entrou” em contato com a água do corpo dele, a fez ser repelida para longe e com toda a força. Humaitá ainda conseguiu cair de pé, por mais que colocasse força nos pés para impedir seu recuo, ele conseguiu se manter de pé após aquele poderoso ataque
— Moleque desgraçado… Essa doeu muito!
Humaitá disse isso enquanto lentamente levanta sua cabeça e recupera a visão de seu oponente, sendo surpreendido com uma chuva de socos vindo em direção ao seu rosto, fazendo-o ir cada vez mais para trás, o tornando um ser impotente em meio aquilo
— (Merda… Esse garoto viu que em uma luta de velocidade iria perder, agora ele não tá me deixando nem ter uma reação!)
O que parecia ser uma grande marcação de vitória para o militar, logo foi convertida a situação, o terrorista logo conseguiu recuperar as suas forças e quebra aquela sequência de socos lançados contra si, recuperando um pouco sua posição, acertando um poderoso soco na costela do pequeno garoto. Kura foi lançado alguns poucos centímetros para trás, mas ele que foi surpreendido agora, uma sequência veloz de socos e chutes foi feita contra ele, Humaitá parecia dançar a cada golpe realizado contra o militar, uma dança verdadeiramente mortal e feroz, que obrigou o garoto a recuar cada vez mais. A única coisa que Kura pôde ouvir, foi um “Quarup Tapera”, seguido disso, uma forte tempestade começou a cair naquela região, ensopando todo aquele campo de batalha entre o índio e o garoto do exército. O jovem dos raios já estava cuspindo o seu sangue, até notar uma abertura nos ataques do seu inimigo, conseguindo acertar no rosto dele, mais um poderoso soco de cima para baixo. Isso fez o dançarino recuar alguns passos, sem cair de joelhos como da última vez, conseguindo se prender em pé dessa vez, Kura agora vai a toda a velocidade e acerta um golpe usando a junta, entre o seu braço e antebraço bem no queixo do homem, o que fez o corpo de Humaitá dar um mortal após sofrer tal ataque, fazendo o mesmo cair com seu rosto no chão com toda a força. Humaitá foi se levantando devagar, enquanto ajeitava o seu pescoço, apertando ele para aliviar um pouco da dor que sentia ali
— (Um pouco mais forte e eu teria sido nocauteado agora… Que garoto assustador-)
Ele não conseguiu terminar seu pensamento, pois seu oponente já estava em sua frente e fazendo uma fraca sombra, Kura segurou com força a cabeça do indigena e logo deu uma cabeçada contra a cabeça do criminoso, mas nesse ataque não foi o índio que se feriu tanto, mas sim o garoto que deu a cabeçada primeiro, por mais que a cabeça inimiga também sangrasse, o sangramento vindo da cabeça do protagonista era bem mais “profundo” e forte que o do índio
— Mas o quê?...
Kura se perguntou isso, enquanto olhou seu sangue caindo da sua testa e passando pelo seu rosto, enquanto comparava com o do terrorista em sua frente, aquilo colocou um sorriso no rosto do seu inimigo, que finalmente sentiu que fez o garoto recuar um pouco
— Sabe garoto, eu fui treinado para ser bem cabeça dura durante a minha infância, pode se dizer que sou o mestre das cabeçadas!
Ele falou isso, já batendo no peito do militar usando das duas mãos para isso, tirando um pouco do ar do garoto e o pondo para recuar ainda mais, Humaitá então começou a fazer mais uma sequência de socos contra o garoto, socos esses que superaram a velocidade de um raio que Kura podia atingir. O garoto só podia se proteger daquela chuva de ataques, até encontrar uma brecha e atingir um jab direto com o braço direito, bem no meio do rosto inimigo, mas mesmo com os poucos segundos de recuo, Humaitá rapidamente se recuperou e voltou a socar Kura, obrigando o garoto a se proteger o máximo que podia daquela chuva de ataques mortais, mas um desses socos infelizmente atingiu seu plexo solar, isso fez com que o garoto fosse se curvando perante o inimigo. Mas antes de encostar no chão, ele agarrou com todas as forças o braço esquerdo do índio, esse movimento deixou o criminoso em choque e assustado com aquilo
— Deuses… Minha mãe vai me matar por estar machucado assim, bem, diga tchau a este braço.
Humaitá entrou em desespero com a fala de Kura, começando a chutar o garoto com toda a sua força e velocidade, dizendo aos berros para ele, ao mesmo tempo em que puxava o seu braço de volta
— Merda, solte-o logo, desgraçado!
Mesmo sofrendo essa sequência assustadora de ataques, Kura não se curvou e nem mesmo fraquejou enquanto segura aquele braço, pelo contrário, ele colocou toda a sua força naquele aperto e ditou com toda a sua determinação
— Me recuso!
Ele logo usou da sua força, magnetismo e eletricidade para tentar explodir aquele braço por completo, a dor e desespero fizeram o índio dar um chute com força em Kura, sendo mais um golpe mirado para acertar o seu plexo solar. Isso fez o militar soltar aquele braço antes de destruir ele por completo, só conseguindo inutilizar os movimentos daquele braço, por no máximo um minuto. Ao ter o braço solto, Humaitá respirou fundo, usando seu braço que ainda consegue se mexer para passar a mão na sua cabeça enquanto fala
— Por Tupã… Isso vai ser mais perigoso do que eu imaginava!



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