A luta do espadachim havia terminado, seu oponente estava em pedaços no chão, com o corpo dele já estando sem vida
— I-isso é mentira, não é?...
Disse um dos soldados comuns do antigo terrorista, sem acreditar na informação que seus olhos estavam lhe dando. Ver que seu líder não só havia sido encurralado, como derrotado e morto o assustava de forma profunda
— E-esse espadachim é um demônio, vamos fugir daqui de uma vez!!!!
Um dos outros soldados gritou isso, enquanto começou a correr daquele lugar, começando assim um efeito manada com todos os criminosos ali, com eles começando a fugir por todos os lugares que conseguiam
— (Eu deveria tentar matar ou prender eles?.... Nah, eles já não tem vontade de lutar, então é melhor os deixar fugir-)
Katto estava pensando nisso, até que se lembra que Arold havia ficado logo atrás dele, fazendo o espadachim se preocupar, se iriam ou não atacar o garoto, com os criminosos tendo a chance até de ajudar o comandante deles, caso o combate ainda estivesse acontecendo. Logo, o homem guerrilheiro começou a correr a toda velocidade, voltando pelo mesmo caminho em que veio
— (Merda, Arold, esteja bem meu garoto, por favor!!)
Subete correu a toda velocidade em direção a saída, até que chegou na escadaria de onde ele veio, e como pensado por ele, já havia um grupo de criminosos ali
— Vamos matar o garoto, porra!!!!
Três criminosos que estavam atrás gritaram isso, até que subitamente metade de suas cabeças era instantaneamente cortada fora, e seus corpo caíram no chão, enquanto o sangue deles jorra aos céus, caindo mortos quando colidiram com o solo
— Mas que merda?-
Os outros viraram para trás, para tentarem ver o que estava acontecendo, porém, a única coisa que parte deles conseguiu ver, foi um poderoso corte verde vindo na direção deles, com esse ataque os apagando da existência quando passa por eles. Isso foi deixando os outros assustados, e então o melhor do mundo foi falando
— Encostem um dedo nesse garoto, e morram!
Ao ouvirem isso, os criminosos apenas seguiram a fuga, enquanto o espadachim foi correndo até o garoto, mostrando a mais clara preocupação com ele. O cunhado de Held olhou para as pernas do rapaz, vendo que uma delas estava absurdamente queimada
— Arold, pode me ouvir?! Arold!!
Katto finalmente chegou perto do irmão mais novo do Kura, colocando a mão esquerda no ombro direito do jovem, começando a sacudir ele de um lado para o outro
— Hã?... Já é de manhã?....
Arold disse isso, muito confuso ainda e sem sequer saber onde se encontrava, o jovem de cabelos longos foi tentar se levantar, porém, sentiu uma dor avassaladora em sua perna, berrando de dor por conta dela
— Merda, não dá pra levantar!! Mas que porra aconteceu na minha perna?!
O garoto reclamou disso, enquanto sentia mais dores por todo o seu corpo, tudo isso sendo os efeitos colaterais de sua grande luta contra o Ikari. Katto logo sorriu, enquanto foi falando para o jovem
— Ora, vejo que você está bem, então! Ganhou a sua luta, não é?
O espadachim ficou encarando o garoto enquanto falava, demonstrando um certo orgulho para com o mesmo. Logo, o juvenil se tocou onde estava e se lembrou do que havia acontecido, com ele logo falando ao espadachim
— Oh, mestre Katto!... Sim, foi isso mesmo que aconteceu, eu venci minha luta, mas não sei se meu inimigo morreu…. Eu recomendo que você confira, já que eu não consigo me mexer…
Arold disse isso, se sentindo aliviado por ainda estar vivo, todo o estresse dessa situação de vida ou morte havia o cansado psicologicamente, a ideia de poder ter morrido com apenas quatorze anos, era algo que iria o deixar com um pequeno trauma para o resto de sua vida. Subete logo acenou com a cabeça, concordando com a ideia do cabeludo, começando. Assim, o vice-capitão andou em direção ao corpo de Ikari, colocando as mãos no pescoço do mesmo, procurando por um pulso
— Hum…. Bem, acredito que esse homem não será um problema, Arold, ele já morreu. E olhando melhor esse corpo dele, em principal a cabeça, dá pra ver que a pancada aqui foi bem feia… que fim brutal para dar a ele, Arold!
Katto disse aquilo, se levantando novamente e andando para longe do cadáver, olhando para o garoto e se aproximando dele. Arold, por sua vez, ficou bastante ressentido com as palavras, de sentido culpado por matar aquele homem, não que seja a primeira vida ceifada pelo jovem, mas essa foi a primeira batalha que o colocou para pensar sobre isso. O guerrilheiro notou isso, com ele logo completando
— Poxa, vamos, Arold! Não se sinta mal com isso, sei que poderia não ser o ideal matar este homem, mas se você não o tivesse feito, talvez o cadáver aqui no chão fosse você. E essa também não é a primeira vida que você tira, apenas, pense nisso como um novo começo.
O militar disse isso, enquanto pega o garoto e o joga em cima do seu ombro, o vice-capitão do esquadrão ia carregar o jovem de um metro e setenta e oito, até a saída da cidade. O garoto das explosões sequer se importou com isso, na verdade, ele até agradeceu por ser carregado pelo militar, dando espaço para o mesmo falar
— Obrigado, Katto…. Isso tudo me forçou muito, acho que vou dormir um pouco….
Foram as últimas palavras ditas por ele, antes de finalmente apagar de vez, Katto logo deu um leve suspiro, enquanto foi andando na direção de volta, de forma bem calma
— Espero que todos estejam vivos…. Todos têm de estar!
Ele foi andando por alguns minutos, aquela madrugada gélida estava aterrorizante, com isso durando por cerca de dez minutos, até ele finalmente encontrar a Iya
— Iya!!!!
Gritou ele, enquanto foi chegando perto da mulher, ela estava cercada por alguns corpos, esses cadáveres eram os criminosos que outrora foram afugentados pelo melhor espadachim do mundo. A mulher ouviu chamarem seu nome, onde a mesma logo se virou em direção a voz que a chamava
— Hm? Ah, Katto, garoto!!
Falou ela, em um tom extremamente calmo, mostrando uma expressão facial bastante contente, mostrando que estava feliz em ver aqueles dois com vida
— Vejo que também ganhou a sua luta!!
Falou o vice, quando chegou perto dela, mostrando também estar contente em ver a mesma com vida. A mulher concordou com a cabeça, enquanto ficou olhando em volta
— Sim, eu ganhei, acabei de chamar reforços também. Coisas como a nação prisão e alguns soldados básicos, apenas para terminar de limpar os vermes que sobraram
Enquanto os três ali conversavam e andavam para onde Held estava. No lado oposto dali, ainda na entrada da cidade, se encontrava o jovem Kura, que andava com extrema dificuldade
— Merda…. Tenho que correr!!!!
Falou ele consigo mesmo, enquanto cambaleava e se chocava contra as paredes de alguns prédios, mostrando não estar em condições de andar sozinho
— Faça menos barulho, moleque!!
Gritou a voz do grande cão dentro dele, o espírito/animal queria continuar seu cochilo sossegado, mas o som da voz do Kura e de seu corpo batendo as paredes, atrapalhava isso
— Ora, então me cure direito, seu pulguento! Sua regeneração é muito pobre, quase não curou nada em mim!!
O jovem da eletricidade disse isso, bastante furioso, pois devido a certa negligência daquela entidade, ele estava tendo uma grande dificuldade para se locomover. O grande husky, por sua vez, se sentiu levemente ofendido, enquanto começou a falar
— Seu pirralho mal amado! Fique sabendo, que não só eu, como qualquer um dos meus iguais, teríamos a capacidade de te regenerar inteiro a partir só do seu cérebro, se quiséssemos!!
Essas palavras da entidade, deixaram o garoto extremamente curioso com aquilo, com o jovem questionando a mesma enquanto já cambaleando pelas ruas da cidade
— Seus iguais, como assim?... E se isso é verdade, qual o motivo de você não me curar direito então, hein?!
O husky apenas riu daquelas palavras com um certo desdém, enquanto respondeu com um leve tom de superioridade em suas palavras
— Sim, iguais, ou acha que é o único com um bicho gigante morando em você, sem pagar um aluguel? E, o motivo é simples… Isso me dá preguiça só de pensar!
O cachorro logo se mexeu em sua cama, virando de lado e se colocando a dormir novamente. Kura ficou extremamente irritado com aquilo, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa sobre isso, ele notou que o chão e os prédios em volta, começaram a dar sinais de combate
— (U-uma luta aconteceu por aqui, tenho que correr!!)
O elétrico logo foi apressando o seu passo, ofegante e caindo bastante durante o trajeto, quase não conseguindo se manter de pé. Porém, de forma muito custosa, ele conseguiu no centro de toda aquela destruição
— C-consegui chegar aqui, eu cheguei a tempo!!
Seus olhos, de primeira, apenas avistaram seus outros companheiros de combate, indo desde o vice-capitão até o seu irmão mais novo, a imagem deles fez com que o coração ansioso e assustado dele finalmente se acalmasse mais um pouco
— Arold, Iya, Katto! Vocês estão bem, mas que alívio!!
Ele disse aquilo para eles, mas logo notou a face incrédula dos dois que estavam acordados ainda, notando que ambos tinham suas visões focadas em algo difícil de se acreditar. O sol já estava nascendo pelas costas do jovem elétrico, enquanto a lua ia embora e levava a noite consigo, a luz foi iluminando a coisa que todos ali olhavam, ao mesmo tempo em que o Kura decidiu focar sua visão no mesmo local que os seus companheiros estavam focando
— Não…. Isso é mentira… não é?
Ele disse isso bem baixo, apenas para si mesmo, enquanto via aquilo em sua frente. A imagem que foi fincada por todos ali, é a imagem iluminada pelo nascer do sol, era nada mais nada menos, que o corpo frio e sem vida do Held, junto a de seu oponente, ambos os corpos ainda se encontravam em pé, imóveis
— HEEELLLDDDD!!
Tanto Katto quanto Kura gritaram isso, sem acreditar no que viam. A batalha para recuperar a cidade de interior, Kaisō como conhecida internacionalmente e o nome adotado para as missões, mas, dentro dos ditos populares, conhecida como caicó, havia chegado ao fim. Entretanto, as consequências para essa batalha, jamais poderiam ser esquecidas, uma luta que perdurou por doze horas seguidas, havia finalmente se encerrado, mas, a que custo aquela vitória havia se alcançado, a que custo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Strong Soul
AventuraStrong Soul conta a história de dois irmãos, sendo eles o Kura e o Arold, que entraram no exército do seu país, tendo o objetivo de ajudar a pagar o hospital e o tratamento para o pai e avô deles. Assim, os dois irmãos acabam entrando em diversas mi...