Capítulo 29- A sua promessa

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Nas memórias do Held, ele estava no chão assim como no tempo atual, estando bastante machucado, como se tivesse acabado de levar uma forte surra
—  Você fez algo muito idiota, viu Held?
Quem falou isso foi uma criança da mesma idade que Held naquela época, o auge dos dez anos de idade. Held era uma criança bastante magra e fraca, mas já possuía a sua vontade de querer proteger as outras pessoas, assim como o seu olhar cheio de determinação
—  Eu não poderia deixar eles fazerem aquilo com você, era o seu cachorro!
O pequeno Held disse aquilo com bastante raiva, aquela situação realmente pareceu irritar o mesmo com todas as suas forças
—  Eu poderia só ter recuperado meu cachorro depois, retardado!
A criança que havia sido “salva” pelo pequeno garoto, falou aquilo com bastante raiva enquanto andava para longe, logicamente deixando o ruivo para trás e levando o cachorro. O garoto que seria um futuro capitão militar, acabou por ficar bastante cabisbaixo por conta disso, questionando se o que ele fez foi realmente correto, pensando isso enquanto ele faz uma caminhada até a sua, chutando uma pequena pedrinha enquanto isso
—  (Qual a razão de ele ter agido assim, será que fiz algo muito rude naquilo?)
Ele pensou aquilo até chegar na porta de sua casa, onde escutou alguns gritos vindos do andar de cima da casa em que ele morava com seus pais. Um homem saiu de dentro do quarto da sua mãe, descendo as escadas bastante irritado
—  Vadia barata, aprenda a fazer seu único trabalho da forma certa, para depois vir querer o meu suado dinheiro!
Aquele homem era um velho gordo e bastante fedido, além de ser alguém bastante peludo e de dentes bastante tortos. Aquele homem horroroso esbarrou na criança e derrubou ela no chão, logo olhando para o rosto do Held e cuspindo nele
—  Aprende a andar por onde anda, seu filho da puta!
O velho gordo saiu da casa e começou a andar na rua, enquanto o pequeno ruivo foi se levantando com uma certa dificuldade devido aos ataques que já havia sofrido antes
—  Ai… Esse cara foi grosseiro, mais do que é normal!
Held começou a subir as escadas da sua casa, chegando até o quarto da sua mãe e a vendo com um machucado em seu belo rosto, fazendo com que o garoto corre-se em direção a sua mãe
—  Mamãe, o que aquele moço fez?
Ele a abraçou ela com força e tentou acariciar a parte machucada no rosto da sua mãe, com o objetivo de tentar aliviar a dor que sua mãe provavelmente deve estar sentindo com aquele golpe que ela sofreu
—  E- eu estou bem filho, não precisa se preocupar comigo…
Aquela mulher era uma prostituta, assim como a mãe do seu inimigo no tempo presente também era. A mulher quando notou que seu amado filho também estava machucado, ela se desesperou e correu atrás dos remédios, para os passar em cima dos machucados do seu filho
— Como você ficou assim Held, o que aconteceu?!
Ela rasgou o seu próprio vestido e usou os pedaços de pano para enfaixar os ferimentos do seu filho, estando bastante preocupada com o ruivinho
—  Eu briguei com dois garotos, que queriam roubar o cachorrinho de um amigo meu, então eu tentei proteger o cachorro dele!
A mãe do garoto ficou ainda mais preocupada, já que os garotos daquela periferia em que eles moram são bem “barra pesada”, tendo até mesmo a possibilidade de eles serem membros de alguma gangue perigosa
—  E qual o motivo de ter feito isso?
A mãe do garoto indagou isso para o garoto, estando bastante irritada por ele ter se machucado. A reação do garoto foi a de criar um sorriso em seu rosto
—  É que eu quero proteger todas as pessoas, sem exceção!
As falas do garoto fizeram a mãe dele soltar um suspiro de “eu sabia que ele diria isso”, com ela apenas olhando no rosto do seu filho e dizendo para ele, ainda colocando os curativos na bochecha do garoto
—  Então, quero que me prometa uma única coisa, acha que consegue?
Ela falou aquilo olhando no fundo dos olhos determinados do seu filho, enquanto segura a mão dele com bastante força, quase a apertando com toda a força dela
—  Prometer o que, mamãe?
O garoto falou isso estando realmente em dúvida em relação a essa tal “promessa” que sua mãe estava falando, sentindo uma dor grande na sua mão, por conta do aperto forte que sua mãe estava dando na pequena mão dele
— Eu quero que prometa, que você nunca, jamais irá se machucar assim de novo, eu não quero você se machucando assim mais!
A mulher ruiva falou isso com um olhar bastante preocupado com o seu único filho de toda a vida dela, com ela parando de segurar com força a mão do garoto e até mesmo a soltando por completo. O garoto passou um tempo em silêncio olhando a sua mãe e pensando na fala dela, pensando no que dizer para a sua mãe, até finalmente descobrir o que dizer
—  Claro mamãe, eu prometo nunca mais me machucar, também prometo te proteger sempre, nunca vou deixar você se machucar!
Held falou isso ainda cheio de determinação, seguido de um forte e carinhoso abraço na sua mãe, recebendo aquele abraço de volta e ficando assim por alguns vários minutos, aquela era a parte favorita do dia do garoto, pois nesse momento ele se sente bastante calmo e protegido, mesmo não vindo de uma família rica ou morando longe daquela periferia, ele se sentia feliz por ter nascido ali
—  (Minha mãe…. É a melhor mãe do mundo inteiro!)
Held pensou aquilo com um sorriso genuíno no seu rosto, um sorriso de uma criança inocente e sonhadora. Mas esse momento acabou, junto da chegada de um barulho no andar de baixo da casa, parecia ser a de alguém esbarrando em alguns móveis da casa, além do som da suposta pessoa se jogando no sofá sujo que eles têm
—  Ele finalmente voltou do bar….
A mãe do Held disse isso, enquanto estava andando até o andar de baixo da sua casa, sendo possível ver o pai do garoto jogado no sofá, segurando a garrafa de uma marca de cerveja bastante conhecida naquela periferia. O cheiro dele era de puro álcool e comidas comuns em bares, era algo horrível e que só ficou pior devido ao cheiro de mofo saindo do sofá que ele havia se jogado, ficando um cheiro de verdadeiro lixo saindo do corpo dele. A mãe do garoto ficou um pouco irritada com aquilo, podendo notar uma certa alteração na cor da sua pele, para um tom vermelho de raiva
—  Ei, você não deveria se jogar no sofá assim que volta daquela espelunca! Vá pelo menos tomar um banho-
A fala da mulher foi interrompida, por conta que a garrafa de cerveja foi jogada na direção da mulher, mas pelo homem está bêbado, ele acaba errando e acerta a parede perto da ruiva e faz com que o resto da bebida dentro da garrafa se espalhasse pela parede
—  Cala a boca, puta!
Ele gritou isso para ela, parecia bastante alterado por conta da bebida que havia acabado de tomar, parecia um verdadeiro bêbado sem esperança para ser salvo dessa rotina maldita que ele possui. A mulher ficou bastante assustada por conta disso, chegando a recuar um pouco na escada e fica encarando o homem
—  Eu sei como você consegue esse dinheiro, sua desgraçada galão de porra!
O bêbado continuou falando aquilo cheio de ódio para a mulher, enquanto ficava cambaleando ali, mesmo sem andar praticamente um passo sequer. A esposa dele apenas se irritou ainda mais, acabando por retrucar ele
—  Se você não fosse a porra de um bêbado estúpido e começasse a trabalhar para dar dinheiro para essa casa, nossa família poderia ser bem melhor do que é agora, seu merda!
As falas dela fizeram aquele maldito homem ficar mais irritado ainda, mas ao inves de ele continuar brigando com a mulher, ele saiu andando para fora daquela casa mofada em que ele mora com a mulher
— Então pode ir atrás de outro otário, pois eu só volto aqui se for para te matar, vadia!
Ele saiu da casa e começou a ir embora daquele bairro, xingando tudo e todos que vê pela rua em que ele caminhava. Enquanto isso, aquele mesmo homem gordo de antes estava observando tudo aquilo, surgindo um rosto gigante em seu rosto
—  Heh, acho que posso pegar aquele dinheiro de novo
Aquele homem disse aquilo em um tom bem egoísta, sem se importar com a criança que estaria dentro daquela casa chorando, ou da mulher em choque. Ele apenas se importa com o maldito dinheiro que saiu das suas mãos sujas e com cheiro de cerveja, junto de um cheiro de comidas velhas entre os seus dedos imundos e peludos.
       

 

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