Nas memórias da militar Iya, tudo começa no dia de seu nascimento, que assim como a semelhança com seu inimigo neste combate, ela e seu irmão eram gêmeos. Seu irmão alguns segundos mais velho, Shams, ele possuía um grande brilho que era exalado do seu corpo a cada segundo, assim como um poderoso calor que era irradiado do seu corpo no seu nascimento. Olha para aquele garoto, era a mesma coisa de olhar para o próprio sol ou qualquer outra estrela-anã, além de essa criança possuir uma força avassaladora saindo do seu corpo
— Ele é forte e brilhante, da mesma forma que o Sol que ilumina este planeta! Eu irei chamar ele de Shams!
Quem disse isso, foi o pai de ambas crianças, que falou isso quando pegou seu filho em seus braços. O mesmo homem logo olhou para a outra criança que havia nascido, que ao contrário de seu irmão mais velho, não era grande em tamanho, a mesma também não exalava um brilho exorbitante como o do seu irmão. O homem colocou seu filho deitado ao lado de sua mãe e logo pegou sua filha em seus braços, notando que a mesma era extremamente frágil, além de ver a pele pálida como a superfície da Lua que ela possui, além claro, de perceber os cabelos negros como a própria noite que ela possui. O pai de ambos encarou a criança e ficou pensativo por um tempo, como se estivesse analisando tudo aquilo
— Bem… Ela não tem a força ou o brilho do seu irmão, mas em compensação, ela tem uma beleza igual a da Lua em seu estado de “Lua cheia.” Então… Irei chamá-la de Iyanga. Me parece um bom nome
Ambos, tanto pai e mãe das duas crianças batizaram as crianças com ambos os nomes, fazendo assim com que os irmãos vivessem tendo esse contraste. Os anos foram se passando, mostrando ainda mais o contraste entre essas duas crianças, com o irmão mais velho, Shams, possuindo um poder ligado ao Sol, uma habilidade que o fazia ficar mais forte com o passar do dia e atingindo capacidades infinitas ao meio-dia em ponto até meio-dia em um. Enquanto a sua irmã, Iyanga, tem uma habilidade extremamente parecida, mas ligada com a noite e a Lua. Porém, o irmão mais velho de Iya, sempre recebeu mais atenção que a mesma devido ao seu “brilho” intenso
— Mamãe, por que o meu irmão sempre recebe mais atenção que eu?
A jovem perguntou aquilo, mostrando um certo tom de tristeza em sua voz que era bem infantil naquela época. A mãe da jovem falou de uma forma que aparentava não se importar muito com a garota, dando uma resposta rápida e qualquer
— É que o brilho do seu irmão é maior do que o seu, ele é como o sol, mas você tem uma boa beleza, não que ajude muito
A mãe de Iya fala isso e logo foi para próximo do filho mais velho dela, deixando a pobre garota isolada no canto dela e sozinha mais uma vez. Porém, de forma muito contra intuitiva, a única pessoa que não isolava aquela garota, era o seu próprio irmão mais velho, que mesmo sendo bastante mimado pelas pessoas a sua volta, ele não concordava com a forma que sua irmã era tratada. Mas, o tempo foi passando e a garota foi ficando mais velha, guardando um certo rancor do seu irmão mais velho, tudo por conta da atenção que seu irmão recebeu até aquele ponto de suas vidas. Ambos já estavam frequentando a escola, no primeiro ano do ensino fundamental, o irmão da garota continuou recebendo mais atenção e ela continuou sendo mais esquecida. Isso foi aumentando aquele seu “rancor” pelo seu irmão e pelas pessoas ao seu redor, em principal por só lembrarem dela pela beleza dela e por ser a irmã do Shams, com ela vivendo sob a luz do seu irmão. Mas isso não iria durar por muito mais tempo
— Olha, a albina!
Um garoto dizia aquilo enquanto apontava para a garota Iya, parecia estar querendo diminuir ela, em principal pelo irmão da garota não se encontrar com ela ali
— E olha a roupa dela, que ridícula!
Um dos garotos daquele grupo também falou aquilo para ir diminuindo a garota, apontando para roupa, pois eles estavam na escola para uma comemoração festiva da escola. A noite estava chegando e a garota se irritando, o cansaço mental dela de ficar ofuscada pela luz do seu irmão, fez com que ela se aproxima-se do primeiro garoto que começou com aquilo, agarrando o mesmo pela gola da camisa e falando
— Fale mais alguma coisa e eu vou!...
Ela não completou a frase, na tentativa de intimidar aquele garoto, mas o fedelho não parou de a provocar, o garoto foi logo aumentando as piadas para cima da Iya
— Vai fazer o que? Chamar seu irmão para bater em mim é, sua patética?!
Aquele delinquente e seus amigos começaram a rir daquela garota, a menosprezando ainda mais. A jovem da pele branca logo terminou de se irritar, usando toda a sua força no braço que estava segurando aquele garoto, logo em seguida o jogando com tudo no chão e quebrando as suas costelas com o impacto
— Eu vou quebrar a cara de cada um de vocês!
Essa ação da garota assustou cada uma das pessoas ali e em principal os garotos que estavam incomodando a garota, fazendo os mesmos correrem e abandonarem o amigo deles. Essa atitude da garota, fez seus pais serem chamados na escola, tendo o objetivo de resolver isso. O diretor da escola entrou na sala, logo se sentando na sua cadeira
— Bem, acho que vocês sabem exatamente o que a filha de vocês fez, não sabem?
Aquela fala do diretor, fez a sala ser tomada por um grande e desconfortante silêncio, por conta de uma certa vergonha que os pais da garota estavam sentindo. O pai da garota logo começou a falar
— C-Claro… Eu sei exatamente a ação da minha filha, então como pai dela, eu estou disposto a fazer qualquer coisa que for necessária, para que a família da outra criança nos perdoe.
O pai da garota disse aquilo, engolindo seco a saliva, esperando alguma pena pesada para cima da sua filha e consequentemente carteira. O diretor logo sacou uma uma pasta, entregando ela a mãe da garota e começando a falar
— Bem, nesses papéis tem a conta do hospital do garoto, caso realmente queiram se redimir, basta que paguem isso
A mãe da Iya abriu a pasta e leu a papelada, ficando pálida com os números daquela conta hospitalar, a reação dos pais da garotas apenas a deixou mais assustada com aquilo, ficando com medo do seu castigo mais tarde. A mãe da garota logo começou a falar, de forma trêmula
- C-cinquenta e nove mil?!
A mulher falou aquilo, quase como um berro de desespero, um grito igual ao de um animal selvagem sendo atacado por um predador. O pai da garota também ficou assustado com o preço daquela conta, com ele logo falando e puxando um pouco de dinheiro da carteira
— Bem…. Se isso for necessário…. Eu pago o preço!
O homem pagou o preço que era necessário, para obterem o “perdão” daquela família, assim como o da escola também. Eles foram voltando para casa, para quando chegarem na residência deles, o pai começar a gritar com a filha
— Por que você teve que machucar aquele garoto, de forma tão brutal?!
O pai parecia bem irritado com a atitude da sua filha, estando vermelho de tanta raiva que sentia naquele momento
— Por conta da sua atitude, nós estamos quebrados, por pelo menos os próximos cinco meses!
Os gritos do pai estavam assustando todos da casa, incluindo até mesmo o filho mais velho, o Shams. Iya por sua vez, ainda tentou contestar o seu pai, iniciando uma discussão com ele
— Eu reagi, pois o Shams teria feito algo parecido com isso! E vocês só prestam atenção nele!
Ela berrou isso de volta para o seu pai, na tentativa de o fazer se tocar de alguma coisa, mas a única coisa que ela recebeu de volta, foram gritos de mais raiva ainda de seu pai
— Shams é um homem forte, ele pode fazer isso! A única coisa que você deveria ter feito, era se calar e depois falar para o seu irmão, para ele resolver!
O pai não parou por aí, ele logo desferiu um forte tapa no rosto da sua filha, para logo em seguida a puxar pelo braço e continuou com os berros
— Você agora, está proibida de fazer coisas que o seu irmão faria!
Ele abriu a porta do quarto dela e a jogou ali dentro, trancando a porta do quarto com ela ali dentro. Iya logo começou a chorar ali dentro, não de tristeza ou medo, mas sim de raiva
— Eu odeio isso, odeio ser ofuscada por aquele desgraçado!
Ela falou isso do seu próprio irmão, batendo com força no chão, fazendo toda aquela gigantesca casa tremer com aquilo tudo
— Eu juro, que eu que irei ofuscar ele um dia, custe o que custar!
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Strong Soul
PertualanganStrong Soul conta a história de dois irmãos, sendo eles o Kura e o Arold, que entraram no exército do seu país, tendo o objetivo de ajudar a pagar o hospital e o tratamento para o pai e avô deles. Assim, os dois irmãos acabam entrando em diversas mi...