Capítulo 51- Embriagado pela vitória

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Katto se levantou, encarando seu inimigo nos olhos, soltando um leve suspiro enquanto foi falando para o mesmo
— Você é realmente muito triste!
O homem das maldições, por sua vez, começou a ferver seu sangue e ficar profundamente irritado, seu corpo emanava uma intenção assassina de tamanho imensurável, contra o espadachim. Com o amaldiçoado logo o questionando
— Se eu, um ser que consegue ser perfeito sozinho, sou triste, o'que diabos um verme imundo que nem você seria?
Katará realmente se irritou com aquelas palavras, achando que aquilo era uma afronta de um ser inferior, mas em resposta a grosseria do homem de cabelos negros, o espadachim apenas o respondeu de forma calma
— Simples, sou alguém que pode ser imperfeito sozinho, mas que com as pessoas ao meu redor posso chegar perto da perfeição, e sou feliz sendo dessa forma
Ele disse isso, encarando as duas partes quebradas da lâmina de sua espada, as encarando de forma levemente melancólica por alguns momentos, até que coloca um sorriso em seu rosto e continua a falar
— Sabe, provavelmente as palavras que direi agora, não irão fazer sentido nessa sua cabeça arrogante, pois isso provavelmente nunca aconteceu com você. Mas, você sabe qual é a sensação, de se treinar do pôr até o nascer do sol, enquanto se diverte com isso, sabe qual a sensação de travar batalhas ferozes, mas mesmo assim respeitar seu oponente após elas?
Katto disse aquilo, enquanto de pouco em pouco ia jogando a ponta de sua espada para cima e para baixo, fazendo a mesma girar no ar. Aquelas palavras, ao mesmo tempo, faziam com que o vilão se lembrasse do seu passado e da época  que seu pai era vivo e o treinava, porém, lembrar dessas coisas apenas preenchiam seu coração com o mais profundo ódio, com o terrorista se mantendo em silêncio após isso
— É, como eu imaginei, você não sabe como é nada disso, pois você é apenas uma casca vazia e sem alma!
O melhor espadachim do mundo disse isso, jogando a ponta de sua espada com tudo para cima, e ao mesmo tempo em que ela se aproximava do solo, Subete pegou o cabo, movendo a pouca lâmina que ainda tinha ali para se chocar com a lâmina que caia dos céus. Ao mesmo tempo, mudando sua intenção ofensiva, para a mesma de quando duplicou aquele carrinho com seu poder, ele fez as lâminas se chocarem
— (Obrigado pela ideia, Arold, você salvou a minha vida agora!!)
Katto pensou isso, enquanto uma luz foi emanando das espadas, com Katto se lembrando da dúvida de Arold sobre duplicar sua espada. Realmente, era impossível pelo fato das lâminas não entrarem em contato, porém, ali era diferente pois ela havia quebrado. Então, desse paradoxo criado pelo poder do espadachim, a espada se duplicou na frente dos olhos de todos ali, dando origem a temporário a duas espadas
— Contemple, meu estilo de duas espadas, nascido apenas para te mandar ao inferno!!
Todo aquele momento fez com que os soldados de Katará ficassem com medo, enquanto o próprio apenas olhava aquilo com uma imensa indiferença, com o amaldiçoado apenas completando
— Já terminou esse showzinho ridículo, verme?
O espadachim apenas encarou as duas espadas, tendo um grande sorriso animado e esperançoso no rosto, algo compreensível depois de uma aposta tão arriscada. Logo, retomando sua atenção ao campo de batalha, ele encarou seu oponente nos olhos, com ambos trocando novamente olhares, tendo os olhos queimando de determinação e então respondendo
— Pode apostar que acabou, bem, acho que já tá na hora de….
O melhor espadachim do mundo foi ditando isso, enquanto encara o seu inimigo. Ambos simplesmente ficaram em silêncio se olhando, enquanto inspiram por cerca de cinco segundos, até que ambos finalmente expiram, finalizando a frase ao mesmo tempo
— Acabar com isso!
Ambos os combatentes ditaram isso simultaneamente, porém, o primeiro a tomar uma iniciativa ofensiva, foi o homem responsável por criar maldições. O ataque lançado pelo terrorista, foi uma estocada simples, como as iniciais, mas duas vezes mais forte e rápida que a última desse estilo que ele havia feito, Katto conseguiu se desviar, por sorte, mas aquele ataque havia passado extremamente perto de sua cabeça
— (Que rápido!! Muito mais rápido do que antes, com toda a certeza deste mundo!!)
Em seguida disso, mais um silêncio gigantescamente assustador foi feito, com Katará apenas encarando o espadachim por alguns segundos, até lançar uma parede gigante de estocadas com o tridente, em uma velocidade que a cada golpe, ia ficando sendo dobrada. Katto, para a quebra de expectativa inimiga, não se desviou, pelo contrário, ele começou a se defender dos ataques, os desviando com o lado sem corte de sua espada, enquanto movimenta sua perna direita levemente para trás, mudando sua base para uma mais defensiva
— (Esse movimento…. Parece com a mesma habilidade defensiva, de um dos mestres que eu já vi no passado!)
Esse pensamento veio do amaldiçoado, que ainda tentava investir naquela sequência de ataques, porém, mais uma vez, todos eram desviados e defendidos pelo espadachim. Isso só se estendeu, até que Subette achou uma brecha na técnica de seu oponente, e se aproveitando dessa brecha, o mesmo encaixou mais uma técnica de um dos antigos mestres de espada, aplicando o ataque "mil e um cortes sob os céus", do antigo mestre de espada kyoto. Katará apenas teve a opção de se desviar recuando, porém, mesmo fazendo isso, ele sofreu cortes leves por todo seu corpo, por onde seu sangue começou a escorrer.
— E aí, não conseguiu evitar de ser atingido dessa vez, não é, meu amigo?
Essas palavras ditas pelo soldado, fizeram o criminoso ficar extremamente irritado, e incrédulo com aqueles ferimentos, com o ódio do amaldiçoador se convertendo em intenção assassina. Em contrapartida disso, o militar conseguiu em sua cabeça, através da habilidade de reação, ver uma luz em toda aquela maldita escuridão, a luz de sua vitória
—( Isso, eu posso vencer!!... Eu VOU vencer!!!!)
Esse pensamento esperançoso do guerreiro de espada, foi seguido de um sorriso animador. Já o amaldiçoado, apenas decidiu sorrir enquanto vê tudo isso, expondo assim um sorriso distorcido, enquanto vai falando
— Você acha que já venceu, seu macaco?!?!?! Ora, não seja tão arrogante! Não importa o quão fundo chegue, você jamais irá alcançar a luz de esperança no fim do túnel, essa luz provavelmente será apenas o farol de um trem, se depender de mim!!
Katará gritou isso, extremamente cheio de ódio em cada palavra que saiu de sua boca, onde em seguida, o terrorista rapidamente desapareceu da vista do militar, indo para os céus da arena. Katto logo olhou para cima, extremamente assustado com aquela atitude repentina de seu oponente, ouvindo as falas do terrorista após isso
— Isso, é daqui de cima que eu irei esmagar você e te mandar para as profundezas do inferno, seu macaco imundo!! Assim como deve ser, o verme inferior é esmagado no solo, e a águia superior fica nos céus!!!!!
Depois de berrar isso, o gerador do líquido amaldiçoado começou a investir fortes estocadas contra o chão da arena, porém, para a infelicidade do destino do pobre Katto, esses golpes não eram tão fáceis de defender, e o motivo para isso era simples: as três pontas do tridente estavam girando, cada uma em uma velocidade imensa, criando como se fossem mini-tornados em volta de cada um dos dentes daquela arma. A rotação dos ventos era feita em direções diferentes, para que assim se crie um vácuo entre esses mini-tornados, um vácuo que esmaga qualquer coisa em seu caminho, independente de sua resistência. Sendo assim, o melhor espadachim do mundo só poderia tentar usar sua habilidade de reação para ver os ataques e tentar se defender, enquanto evita de ser atingido, seja pelas lâminas ou pelo vácuo, custando muito para isso
—( M-merda…. Não acredito que é assim que tudo vai acabar…. Não consigo ver brecha nenhuma nisso aqui, mas que droga!!)
Katto pensou isso, enquanto divaga dentro de sua mente, vendo a luz no fim do túnel lentamente se apagando na sua mente, enquanto ele vai se aprofundando mais e mais em seus pensamentos, perante aquela inevitável e esmagadora derrota, que o aguardava logo em sua frente
— (É…. Foi bom enquanto durou, até que cheguei bem longe nessa vida, mesmo sem tantos objetivos…. Tudo só culminou nisso, por conta do meu pai que me colocou para fazer o teste naquele dia…. Sabe, espero que o Held e a minha irmã, possam me perdoar por acabar morrendo nesse combate, de verdade, me desculpem)
A luz foi ficando cada vez mais fraca, o suor foi descendo pelo corpo do espadachim, enquanto seus movimentos vão perdendo cada vez mais a determinação do mesmo. Ele já havia praticamente desistido, estando perto até mesmo de essas duas espadas criadas com base total em sua vontade de vencer, sejam desfeitas e que o mesmo morra. Os olhos de Katto estavam fechados, sua respiração foi ficando cada vez mais pesada e ofegante, com o mesmo já demonstrando não ter vontade alguma de continuar lutando. Enquanto isso, o homem das maldições apenas podia sorrir, vendo aquela vitória considerada certa em sua visão, com ele mesmo começando a divagar sobre isso
— (Isso, finalmente, finalmente!!!! Ele vai cair e vai finalmente ser morto por mim, a vitória dessa droga de luta, pertence única e exclusivamente a mim, Katará, o ser perfeito!!!!)
Ambos estavam em seus pensamentos, mas apenas um estava desistindo da luta, e esse único já demonstrava isso para o inimigo, enquanto quase cai em lágrimas durante o combate
— (De verdade…. Me desculpem vocês dois, mas eu não vou muito além daqui….)
Katto pensou isso, até que sentiu uma mão encostando em suas costas, lá dentro da sua mente, com essa mão o impulsionando para frente, como se o obrigasse a continuar andando em direção a aquela luz, mesmo com o próprio espadachim não conseguindo acreditar que irá a alcançar
— Vai desistir agora, Katto?!
A voz que disse isso, vinha das costas do espadachim, era uma voz extremamente familiar para aquele homem. E, logo quando o espadachim se vira, ele vê seu amigo Held em forma de espírito, nas suas costas
— H-held?!
Katto disse isso em um tom levemente alto, enquanto fica surpreso com o fato de seu amigo estar ali, afinal, até onde o espadachim sabia, seu amigo deveria estar combatendo um dos membros dessa organização terrorista, quase que naquele exato momento em que ele esta lutando ali
— Você não respondeu, Katto, vai desistir agora?!
O ruivo bateu na mesma tecla novamente, enquanto outras mãos de pessoas familiares, seja por ter as conhecido, ou treinado suas técnicas, foram aparecendo, chamando pelo nome do espadachim e o empurrando em direção até aquela luz. Os empurrões foram o levando cada vez mais rápido até o final daquele feixe, o empurrando mais e mais rápido, até que os "espíritos" aliados conseguiram o jogar para dentro da luz. Logo, o melhor do mundo finalmente abriu seu olhos novamente, se vendo no campo de batalha mais uma vez
— Q-quê?! Eu ainda estava defendendo esse tempo todo?!
Se perguntou o cunhado do Held, vendo seus braços se movendo naquela velocidade incrível, e logo em seguida disso, o mesmo decidiu olhar para suas costas, vendo na área vazia da arquibancada, aquelas mesmas pessoas que estavam em sua cabeça
— Vá, Katto!!
Gritou o espírito do ruivo, enquanto torce pelo seu amigo. Em resposta, o marido da Kanaori apenas sorriu, como quem dissesse que está tudo bem, voltando totalmente o foco para aquele combate mortal, recuperando totalmente a sua determinação para o combate
— Olha só quem decidiu voltar com tudo, senão foi o espadachinzinho de merda, ainda quer tentar lutar mesmo sabendo que não tem como vencer, seu verme?!
Katará gritou isso, enquanto começou a bater as estocadas de forma cada vez mais brutal, fazendo toda a arena ficar cada vez mais destruição e fragmentada, tudo isso na base apenas com a força do ódio. O lutador de duas espadas, analisou cada vez mais afundo os pontos fortes e fracos daquela barragem de ataques, até finalmente pegar o ritmo daquela técnica
— (Ótimo, agora tudo isso irá terminar!!!!)
Nesse momento, após entender como tudo isso funciona, o espadachim movimentou rapidamente suas espadas, dentro das brechas do ataque inimigo, cortando o espaço-tempo com ambas as lâminas, mandando dois daqueles poderosos cortes verdes que apagam o inimigo da realidade, onde no meio do caminho os dois cortes se encontraram, tomando assim a forma de um imenso dragão. O amaldiçoado, foi obrigado a esquivar daquele ataque, entretanto, com a sua arma tendo dois dos três dentes totalmente destruídos por aquela técnica esverdeada
— (Maldito imundo usuário de espada, esse verme não desiste nunca?!)
O líder dos radicais pensou isso, quando colocou seus pés no solo destruído, porém, o mesmo solo se tornou a sua ruína, com ele nao conseguindo recuperar sua base com velocidade o suficiente, tudo por conta de um escorregão no terreno destruído
— Agora!
Gritou o vice-capitão militar, saltando em direção ao seu oponente a toda velocidade, com o capitão dos terroristas tendo a sua guarda totalmente aberta e sem a mínima chance de ele conseguir se defender a tempo. Porém, mesmo com tudo estando contra o miserável, o criminoso ainda tentou investir no ataque, dando uma estocada com aquela praticamente lança, visando acertar a cara do militar
— (um ataque sem pensar logo agora? Mas que desespero!)
Pensou o guerrilheiro, antes de interceptar o ataque do seu oponente, deslizando sua lâmina esquerda em direção ao braço responsável pelo ataque do Katará, conseguindo assim decepar fora esse braço com um único corte. Porém, mesmo sem seu braço, o criador de maldições não desistia, pelo contrário, ele continuou a afundar em sua mente
— (Não, isso não é nada! Se esse braço foi arrancado, é por ele não ser perfeito como todo o resto de mim, eu não preciso dele, eu ainda tenho o outro!!)
O terrorista pensou isso, e logo tentou acertar um jab direto no rosto do Katto, revestindo seu punho com o líquido de maldições, movendo o seu braço a toda velocidade contra o rosto do opositor, porém, assim como o braço que segurava o tridente, o braço do soco também foi arrancado fora sem dó alguma pelo Katto. E, nesse momento crítico, a última troca de olhares foi trocada pelos inimigos, e enquanto na mente do homem-maldição, se passavam apenas palavras de ódio, enquanto o mesmo tentava forçar um último ataque com uma cabeçada, na cabeça do melhor espadachim do mundo, apenas uma coisa se passava ali
— (Muito obrigado pela luta, Katará!!)
E então, sangue voou para os céus, mostrando a conclusão de ambas as investidas, os dois ainda pareciam estar de pé, porém, logo foi possível ouvir algum deles proferindo as seguintes palavras, antes de finalmente cair para a morte
— S-seu…. Verme imundo… eu sou… eu sou perfeito-
Antes de ele terminar completamente sua fala, os pedaços cortados de seu corpo caem no chão, e logo começam a envelhecer devido a morte do usuário daquele poder. Logo, nós é revelado o vencedor, o último a se manter de pé, foi o melhor espadachim do mundo, Katto, que com um grande sorriso no rosto, começou a falar
— É… eu venci no fim!!



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