Capitulo 55- Pé na estrada

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No dia seguinte à conversa com a mulher, o jovem Kura já estava com as malas prontas, tendo roupas, shampoos, condicionadores e todo tipo de coisa ali dentro. Quem obviamente havia preparado aquela mala, foi a sua querida mãe, que se preocupava bastante com os filhos
— Essa mala tá… Bem pesada!
Kura já estava no ponto, tentando segurar todo aquele peso nas costas, até que finalmente surge ao seu lado o Shams, que carregava uma pequena mala consigo
— Yo, Kura!... Ei, isso é a sua mala para só um dia de viagem??
Perguntou o homem solar, chocado com aquela enorme mala. O jovem elétrico dói quem mais ficou chocado com aquela informação, chegando até mesmo a ter uma gos fria de suor escorrendo seu rosto
— C-como assim só um dia?!?!?!
A representação do sol logo se chocou, encarando aquela dúvida estúpida do garoto, esboçando um sorriso em sua cara enquanto ouvia aquilo
— Você não sabia que era só um dia, seu idiota?!??!?!?!
O homem loiro não conseguia parar de rir daquilo, enquanto o garoto ainda foi tentar voltar para casa, tendo o objetivo de trocar a mala, porém esse esforço se mostrou inútil, quando o carro de Gabriel parou na frente dos dois, com o motorista abaixando os vidros e falando
— Vamos, entrem!!
Tendo isso em vista, Kura teve de ir com aquela mala enorme, a sorte do jovem foi que o modelo do carro era feito para estradas não muito asfaltadas ou totalmente de terra e barro, tendo assim um espaço para prender aquela enorme mala no teto. O segurança da líder da nação, por sua vez, olhou envergonhado para aquilo, falando calmamente
— Que idiota, garoto! E tem uma parte que iremos andar por duas horas, por ser impossível seguir de carro!
As palavras do homem fizeram o adolescente ficar ainda mais arrependido, porém, quando o mesmo terminou de amarrar a mala no teto, ele entrou no veículo e se sentou, com a viagem tendo início. Os três estavam em um compartimento exclusivo para eles no carro, enquanto o motorista se encontrava na frente, guiando o automóvel na direção desejada. Então, se aproveitando do momento, Gabriel começou falar
— Bem, estamos indo em um terreno consideravelmente perigoso, nesse tempo a informação da morte do Humaitá já chegou por lá. E, com isso, existe a possibilidade da população da aldeia não gostar da visita do Kura. Logo, Shams, seu objetivo assim como o meu, é de defender ele a todo custo, entendeu?
Antes do jovem sequer ter direito a opinar, o moreno fez um sinal de positivo com a cabeça concordando com o plano. Porém, o homem solar ainda fez questão de tentar provocar levemente o segurança
— Claro que eu entendi! Porém, se só esse é o objetivo, por qual razão você foi mandado junto? Afinal, só o meu poder é mais que o suficiente para a ocasião!!
Quando ouviu isso, o segurança apenas suspirou, tratando Shams como se fosse uma mera criança, começando a ver até mesmo o adolescente elétrico como alguém mais maduro
— Sabe, isso até poderia ser verdade, caso seus poderes funcionassem até mesmo depois do cair da noite. Porém, quando chega às seis da noite, você é um completo estorvo, coisa que não ocorre comigo
O orgulho do moreno foi subitamente ferido pelo segurança, logo, o militar do sol retrucou o homem de nome bíblico, o mais rápido que conseguiu
— E que poder você tem, pra ousar em dizer algo assim para mim?!?!?!
O segurança mais uma vez suspirou, se mostrando bastante decepcionado com as atitudes do grandalhão. Porém, como estava só com aliados ali, ele decidiu ir falando o seu poder
— Certo, como não tem inimigos aqui, irei explicar meu poder para vocês… Bem basicamente, quando eu encosto em alguém com as minhas mãos, eu posso fazer uma alteração na alma dessa pessoa. Claro, no estado normal da minha habilidade, eu só posso fazer alterações simples, a exemplo: só posso usar isso para alterar a força, resistência, velocidade ou o controle que meu inimigo tem sobre o próprio poder dele. E também, quando eu faço isso eu posso criar um "fio espiritual", entre a alma daquele que meu poder foi colocado, e qualquer outra coisa que eu quiser, resumindo: eu crio uma capacidade de acertar qualquer golpe que eu quiser com cem por cento de certeza.
A explicação desse poder, foi capaz de deixar o Shams, um homem que tem uma força e velocidade incrível, ficar completamente assustado. Afinal, aquele que tiver, a exemplo, sua resistência alterada, pode ser destruído na hora com a própria força, pois sem ter a resistência para aguentar a própria força, você morre. Porém, entre esse medo, o protagonista ficou extremamente curioso com aquele poder, logo, ele fez umas perguntas
— Senhor Gabriel, seu poder é extremamente interessante, mas… Tenho algumas dúvidas, a primeira é: você pode mexer na sua própria alma? E também, o que você quis dizer, com forma normal?
A pergunta do garoto foi bem interessante, fazendo com que Gabriel, aquele grande homem (com cerca de dois metros e vinte de altura) de cabelos negros e curtos, começasse a desenvolver a sua resposta mais ainda para o jovem
— Ótimas perguntas, meu rapaz! Bem, iniciando as resposta pela primeira pergunta. E sim, eu posso mexer na minha própria alma, tem algumas limitações, mas eu posso fazer coisas como: deixa minha pele indestrutível a impactos, mas isso só dura até eu receber o primeiro golpe do meu inimigo, em seguida minha resistência volta ao normal e não posso usar essa habilidade, outra coisa que posso fazer também, é que misturo com essa da resistência, é tornar toda a minha pele a palma da minha mão. Assim, torna-se muito mais fácil de usar minha habilidade no meu oponente, após o golpe dele.
G.S logo parou a explicação um pouco, para beber um pouco de sua garrafa de água, a fim de repor sua saliva. Ao mesmo tempo, o juvenil estava anotando todas as informações em imagens folha, enquanto o militar solar já havia caído no sono, no meio de toda aquela palestra
— Bem, também só posso usar isso uma vez na batalha, não é algo que posso usar toda vez. E, em relação a eu citar isso como "minha habilidade na base", é pelo motivo de que existe um nível além disso. Um nível conhecido como "ascensão".
Kura logo parou de anotar, pois ficou interessado nas palavras ditas pelo segurança, logo, ele não ficou com medo de perguntar a ele
— Ascensão? Que é isso?
Gabriel então se espreguiçou, demonstrando estar já com sono naquela viagem, com ele só dizendo rapidamente
— Você vai aprender sobre isso na prática, mas… De forma resumida, é um estado que se atinge com seu poder, em determinadas situações. Bem, é isso, boa noite!
Falou o homem, logo capotando e começando a dormir, deixando assim com que Kura fosse o único acordado naquele momento, fazendo o jovem se afundar em seus pensamentos
— (Huuummm…. Que coisas interessantes, essa ascensão aí parece ser forte, queria saber como alcançar ela!!)
A viagem então seguiu em um repleto silêncio, nenhuma palavra foi trocada, pois dos três ali naquele lugar, dois haviam caído no sono. O garoto, então, abriu a janela do carro no seu lado, subiu até a sua bolsa no teto do veículo e de dentro dela tirou um mangá que trouxe para a sua leitura no caminho
— Isso, ele tá aqui!!!! E nossa, que calor tá fazendo aqui fora…. Lá dentro tem ar-condicionado, então nem dá pra perceber isso!
Kura disse isso, e logo foi retornando para dentro do carro, quase caindo no meio do trajeto, mas conseguindo se esgueirar para dentro novamente, se enfiando pela janela e sentando-se na sua cadeira, onde em seguida ele fechou a janela. Porém, algo que o mesmo finalmente parou para notar, foi que a estrada finalmente mudou, deixando de ser asfaltada e sendo puramente de areia, com bastante poeira subindo
— (Que nada fique sujo dentro da minha mala, por favor….)
Pensou ele, quando começou a folhear aquele quadrinho, até que, depois de passados uns vinte minutos, ele também acabou por cair no sono, mostrando o quão tediosa estava aquela viagem. Logo, cerca de três horas já tinham se passado, era por volta das quatro da tarde, o sol já estava se pondo e o motorista parou o carro, abrindo a espécie de "janela" que separava os espaço, e falando para Gabriel
— Senhor, já cheguei até onde dá com o carro, mas sinto em informar, mas agora o senhor terá de ir a pé
O segurança logo acordou, olhando pela janela e notando que a estrada já era bem acidentada, de terra e provavelmente mais para frente tinha regiões pantanosas. Logo, O homem de cabelos pretos acordou os outros dois que estão o acompanhando, e falou ao motorista
— Certo, estamos descendo aqui então, volte logo para casa e se cuide no caminho. Não é muito seguro andar por aqui durante a noite, mesmo que esse carro seja blindado!
O motorista apenas concordou com a cabeça, e os outros dois finalmente acordaram. Os três, então, saíram do carro, com o jovem pegando a sua enorme mala, e começando a seguir os outros dois durante aquele caminho
— E-ei…. Essa mala tá muito pesada, podem me dar uma ajudinha, por favor?....
Perguntou o garoto, se esforçando bastante para carregar aquela bagagem, enquanto os outros dois homens prontamente responderam para ele
— Não, ninguém mandou você trazer uma mala enorme dessas, idiota!!
Eles falaram isso, esbanjando suas malas de tamanho normal, e obviamente infinitamente mais leves que a do garoto. Kura, por mais que estivesse querendo rir da situação do Shams, afinal, o sol já iria se pôr e o mesmo estava muito menor e mais fraco que antes, mesmo tendo tamanha vontade de rir, o mesmo não iria conseguir, por conta da força que se encontra fazendo. A caminhada foi perdurando, até que a noite finalmente caiu e o militar loiro perdeu totalmente as forças do sol, mas ainda conseguia continuar
— E-estamos chegando?....
Falou o jovem Kura, quase caindo de joelhos enquanto carregava aquela mala imensa, seu corpo inteiro estava tremendo devido ao cansaço. E, para a esperança do jovem, G.S finalmente lhe deu uma resposta de teor positivo
— Bem, já caiu a noite, então é provável que chegue em alguns instantes à vila!!
Gabriel falou isso, enquanto subitamente parou na frente do jovem, olhando para ele e dirigindo a seguinte pergunta
— Kura, você tem um telefone?
O irmão mais velho do Arold ouviu aquilo, ficando em dúvida para o Sariel, estranhando qual seria o objetivo dele com aquele questionamento repentino
— N-não…. Por que?
Kura disse isso, em meio a umas soldadas de ar, estando quase morrendo devido ao peso. Então, quando recebeu a resposta, ele entregou um telefone celular para o Kura, enquanto falou calmamente
— Certo, fique com esse, como um presente meu! Eu te daria um carregador também, mas como você cria eletricidade, isso não parece muito necessário
Ele logo colocou o telefone no bolso do jovem, para que o coitado não tivesse que largar aquela mala no chão lamacento e sujar as coisas que ele carregava ali dentro. Em seguida, o homem deu as costas ao jovem, voltando a caminhar tranquilamente
— Agora, pare de reclamar, garoto! Vamos, ande pois falta pouco para chegarmos!!
O elétrico voltou a andar, ainda confuso com aquela atitude, olhando o homem e soltando algumas reclamações e dúvidas para ele
— Pra que um telefone?..... E nossa, por mais que o carro tenha demorado uma hora a mais, pareceu muito mais rápido!!!!
O garoto foi andando e se movendo de forma extremamente devagar e lenta, com suas pernas tremendo de forma frenética, devido ao peso. O segurança de Kraftig, por sua vez, apenas explicou
— Manter a conexão, esse telefone pode entrar em sincronia com uma satélite especial do governo/exército, então podemos nos falar sem ser interceptados. E, em relação ao carro, veículos normais levam quatro dias para chegar até onde chegamos, nossa sorte era que o carro que usamos, foi feito justamente para ser muito rápido.
Durante essas falas, os três puderam ver luzes em uma curta distância, com cada um deles começando a acelerar o passo à medida em que as observava. Ao final disso, os três finalmente se encontraram na porta de entrada daquela aldeia, uma aldeia com luzes por todos os lados, e com toda essa visão, Kura apenas falou, em um tom muito animado
— Que…. Lindo!!!

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