Capítulo 25- Pobre chama ingênua

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Um casal se encontra na rua, junto daquele belo casal também se encontra o filho deles, era um casal aparentemente feliz e bem arrumado, usando roupas do tecido de mais alta qualidade da época, uma roupa digna de nobres de alta classe
— Filho, vai querer qual comida para o jantar?
— Vou querer um hambúrguer!
A mãe e o seu filho conversam sobre isso enquanto andam, era realmente uma família realmente feliz e unida. Mas do beco escuro naquela rua, havia uma criança nos fundos de uma padaria, parecia estar tomando bronca do dono da loja
— Seu moleque desgraçado, tentando roubar comida até do meu lixo! Faça isso de novo e eu vou te mandar preso!
A criança estava vestindo trapos, suas roupas também é de um tecido bastante barato e mal feito, algo usado em sua maioria por moradores da periferia
— Me desculpe senhor… Desculpa!
A criança era o assassino Lume no auge dos seus nove anos de idades,ele se ajoelhou na frente daquele homem cheio de ódio, realmente se humilhando para aquele padeiro arrogante
— Eu te imploro, permita-me pegar um pouco de comida da sua padaria, mesmo sendo a do lixo!
O pequeno Lume não agiu assim à toa, de alguma forma o garoto consegue saber com exatidão o que o dono do estabelecimento está sentindo, como se ele fosse uma máquina capaz de ler mentes
— (Arrogância…. E dominância)
O homem por sua vez, ficou se sentindo como se fosse uma espécie de “rei” da mais alta corte, mesmo que isso custasse a dignidade de uma pobre criança que teve de se humilhar na sua frente para aquilo
— Claro garoto, eu te dou a comida do meu lixo, mas eu não quero nunca mais ver o seu rosto na minha frente, entendeu?!
O homem falou aquilo com um sorriso de pura arrogância em seu rosto, desprezando ao máximo aquela criança. Lume por sua vez, aceitou aquilo com um grande sorriso no seu rosto, começando a pegar a comida dentro do lixo daquele restaurante e o colocando em uma sacola qualquer dada pelo dono do estabelecimento
— Chefe, você não acha que está sendo cruel demais por conta do lixo apenas?-
Uma das funcionárias falou isso para o dono da padaria, mas foi rapidamente calada por um funcionário mais antigo do local, o senhor que a interrompeu parecia assustado com ela tentando dizer aquilo, parece que ir contra as ordens daquele homem não era uma boa ideia
— M-muito obrigado pela comida!
O garoto Lume disse aquilo enquanto se curvava de novo, saindo do estabelecimento, carregando aquele saco cheio de “lixo” até a sua casa, parecendo bastante feliz por ter o que comer. Todos no estabelecimento olharam aquilo em silêncio, apenas continuando o que estavam fazendo ali como se nada tivesse acontecido ali, à exceção da mulher que viu aquilo com remorso. O pequeno Lume chegou na sua casa depois de um tempo de vinte minutos, parecendo bastante cansado por conta daquela caminhada
— Mãe, estou em casa!
O garoto gritou aquilo com uma grande animação e alegria, sentimentos esses que foram rapidamente apagados por conta do que ele escutou em seguida
— Sua vagabunda de quinta!
Essa era a voz do pai dele, que saiu do quarto em que dormia com a mãe do garoto, aquele homem tinha um forte cheiro de álcool, além de ter uma barba bastante mal-feita e suja de comidas de bar. A criança ficou assustada por ver o seu pai se aproximando dele, olhando aquele grande homem nos olhos dele
— Tá olhando para onde, seu merdinha?
O bêbado gritou isso para o seu filho, agarrando com força os loiros cabelos do garotinho e deu uma joelhada com força na barriga dele, fazendo com que a criança cuspisse bastante sangue por conta daquele golpe
— Vocês são dois pedaços de merda, eu vou sair para o bar, é melhor do que ficar com vocês!
Aquele bêbado sujo apenas saiu da casa, deixando o garoto no chão e com a “comida” que ele carregava naquela sacola sendo completamente derrubada no chão
— (Por que isso tinha que acontecer?...)
O pequeno garoto pensou isso enquanto estava no chão, ainda cuspindo um pouco a mais de sangue. Após ele passar mais alguns segundos ali, a mãe dele apareceu na sala da casa, era uma mulher muito bonita, com belas curvas no corpo, além de ter belos cabelos loiros e belos olhos azuis
— Filho!
A mulher gritou isso e correu até o seu filho, começando a cuidar do garoto, tentando fazer a dor do seu filho passar o mais rápido possível. O garoto por sua vez, ficou olhando a sua mãe com a sua visão turva devido ao golpe do seu pai, ele usou de novo a sua capacidade ligada a saber os sentimentos das pessoas, agora indo bem mais a fundo nessa capacidade do garoto e futuro serial killer, que é ouvir esses sentimentos como uma música. A música que ele escuta vinda da sua mãe, é uma harmonia bela e que alegra o garoto do fundo do seu coração
— ( Esses sentimentos são…. Amor e felicidade….)
Esse pensamento do garoto o fez ficar cada vez mais tranquilo, já que de todas as pessoas com quem ele já falou, sua mãe é a única que exala em grandes quantidades aquele puro e alegre sentimento
— Obrigado, mamãe…
O garoto falou isso com um sorriso no rosto, um sorriso inocente de uma criança da idade dele. A mãe dele acabou abraçando o garoto com força, parecendo bastante aliviada pelo seu filho estar  “bem”
— Ainda bem que você está bem, Lume!
Aquilo foi alegrando ainda mais o garotinho, que tinha um grande apreço e amor por sua mãe, assim como uma certa dúvida pelas marcas no corpo dela. Ele sempre soube desde que nasceu que segundo sua mãe, eram as marcas do “trabalho” dela, já que ela não queria dizer ao seu filho que seu “trabalho” era de prostituta
— Ah mãe, eu trouxe comida!
O garoto disse isso enquanto pega a comida do chão, mesmo sendo comida tirada do lixo de uma padaria, o garoto estava dando uma grande importância para ela. A mãe dele pegou um pão mordido dentro daquele saco, começando a comer aquele pão que se encontra até mesmo com um pouco de mofo
— Obrigado pela comida, querido!
A mulher falou isso de forma angelical para o seu filho, com os dois começando a comer aquela péssima comida juntos. Mas durante aquela refeição, o jovem Lume não conseguiu tirar algo de sua mente
— Mamãe, por qual razão você me protege tanto?
O garoto perguntou aquilo para a sua mãe, já que todos à sua volta pareciam não gostar do garoto, com isso incluindo o seu próprio pai.
— Bem… é por que você é a minha esperança para ter uma vida perto de quem amo
A mulher falou isso de forma calma e serena, com uma voz angelical e que seria capaz de acalmar a alma de qualquer um. Isso fez com que Lume ficasse bastante feliz, a criança pensou que sua mãe realmente o ama do fundo do coração dela, deixando o garoto bastante alegre com aquilo tudo
—  Mãe, por que você me ama?
A conversa entre eles continuou com todas as perguntas do Lume, perguntas normais para uma criança da idade dele que passou por todas aquelas coisas. Enquanto isso no bar da cidade, o bêbado sujo estava bebendo a sua terceira garrafa de cachaça pura
—  Ainda bem que aquela vadia tinha esse dinheiro, posso beber a noite toda!
Quando o homem disse aquelas palavras, um dos bêbados do bar acabou tendo sua atenção presa naquilo
—  Vadia? Que vadia?
Aquela fala foi dita em meio a soluços bêbados e uma certa tosse, já que esse outro alcoólatra também fumava muitos cigarros, algo por volta de vinte cigarros por dia
—  A minha mulher, uma loira peituda qualquer, sempre aparece com uma grana que não sei de onde vem. Mas isso não importa, eu só peguei o dinheiro e ela ainda tentou me impedir, só quebrei ela no soco!
O pai de Lume disse isso se vangloriando e rindo muito, se sentindo um dos seres mais poderosos daquele barzinho
—  A descrição da sua mulher, me lembrou a de uma prostituta de um bordel aqui perto!
Quando esse outro frequentador do bar falou isso, o pai do garoto voltou seus olhos para ele extremamente em choque e pálido, rapidamente puxando uma foto da mulher do bolso da sua camisa
—  A prostituta era assim, seu bêbado de merda?
Ambos ficaram se olhando, com um deles estando em análise olhando aquela foto, até que finalmente chegou em uma conclusão
—  É exatamente ela, até eu já fiquei com ela
Essa fala deixou o pai de Lume com raiva durante alguns segundos, até que ele explodiu de raiva
—  Eu vou matar aquela puta!    


    

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