Capítulo 60- Voando!

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Kura estava em pé, olhando os inimigos no chão e se mantendo em pé na posição de combate. Jaguar foi se aproximando de enquanto carrega Cheera no colo, falando para o militar da eletricidade
— Que incrível, ele já caiu!! Essa era sua força total?!
O jovem apenas sorriu com aquilo, vendo o resultado devastador daquele soco que ele acertou no corpo do inimigo, respondendo ao animal canino
— Acho que sim! Eu acabei de evoluir meus poderes, então até eu tô surpreso com o aumento da velocidade e da força que eu recebi!
O clima era mais descontraído, como se a luta já tivesse acabado. Até mesmo o segurança da Kraftig se sentia mais confortável com aquilo, com o mesmo sentindo até um pouco de orgulho, já que o jovem só tinha evoluído por conta da dica que o mesmo havia entregado de bandeja para ele. Porém, toda essa paz foi lançada ao esgoto, quando o Hupi começou a gargalhar ali no chão
— Tá ficando maluco antes de morrer, velho gagá?
O adolescente falou aquilo, encarando aquela cena bizarra com um olhar de dúvida e com um pouco de medo. Logo, o avô do Tembi decide responder a dúvida do garoto
— Eu estou rindo, por um motivo muito simples seu idiota! Eu ainda posso mexer as minhas mãos!!!!
O velho disse aquilo, enquanto fazia um movimento estranho com os seus braços e mãos, algo rítmico, enquanto o mesmo ia continuando a sua explicação
— Ei, se lembra quando eu disse que tenho uma dança que me permite controlar bactérias? Então, aqui vai uma curiosidade: o corpo humano está cheio delas!!
Ele foi falando aquilo, até finalmente completar aquela bizarra coreografia de mãos, encostando nos seus dois aliados caídos em seguida. Quando o velho fez isso, foi que a ficha caiu para o Kura e os outros presentes, porém naquele ponto já era tarde demais para algo ser feito para impedir. Uma forte luz se formou, e os corpos dos três foram se decompondo e reformulando, um processo que emanava uma grande quantidade de energia
— Velho desgraçado!!
Gritou o jovem Kura, cobrindo seu rosto com os braços para proteger seus olhos da poeira levantada. Quando terminou aquela formação, um novo ser em pé foi revelado, com a entidade falando
— Veja, garoto! Essa é minha nova forma, essa é a minha fusão!!
O homem então é revelado, era o Hupi quem mandava naquele corpo, um corpo cerca de quarenta anos mais novo, mais definido e que demonstrava maior elasticidade, se comparado com a forma mais velha do indigena. Logo, ostentando esse novo corpo, o homem foi falando
— Garoto, se prepare, pois agora você vai morrer!!
Kura ouviu aquelas palavras, mas não se amedrontou, ficando pronto para o combate que iria começar, enquanto fala para o seu inimigo
— Pode vir velho, você vai morrer aqui e agora!!
O fusionado logo deu um sorriso bem arrogante enquanto olha para o garoto, com o mesmo logo fazendo a preparação de um potente soco para ser disparado contra o jovem
— Bem, vamos lá então!!
Hupi disse aquilo com um sorriso em seu rosto, onde em seguida ele decidiu avançar. Sua velocidade era tão alta, que o Kura sequer viu ele entrando em sua guarda, não só isso, como o Kura também sequer viu aquele punho grande e pesado se aproximando de seu peitoral, sendo atingido em cheio e com toda a força daquela fusão. As costelas do jovem foram trincadas e o mesmo foi lançado bem longe, ainda se perguntando sobre o'que havia acontecido, pois na sua percepção, era como se algo invisível tivesse batido nele e que em seguida Hupi tivesse só se teleportado para sua frente
— Arrrhg!!!!
Gritou ele enquanto voava em direção à estátua do Humaitá, cuspindo sangue em meio ao seu trajeto. No último momento antes de se chocar contra a construção, o adolescente conseguiu se recompor, usando do eletromagnetismo para controlar a água de seu corpo e o obrigar a parar antes de bater na construção, conseguindo para a exatos um centímetro de distância da estatueta gigante. Em seguida disso, ele apenas se jogou no chão a mais ou menos dois metros de distância da construção de concreto, vomitando mais sangue e pensando consigo mesmo
— (M-merda…. Eu sequer vi esse cara chegando, é como se ele tivesse ficado completamente invisível!!)
Kura pensou isso, tentando se levantar durante esse pensamento, demonstrando bastante dificuldade em fazer isso, cuspindo um pouco mais de sangue e se mantendo ajoelhado por alguns momentos
— Já desistiu de me matar, garoto?! Mas que pena!!
A fusão disse aquilo, enquanto encarava o garoto no chão, rindo do estado deplorável que o mesmo se encontrava. O jovem nem sequer podia reclamar, devido às dores que estava sentindo naquele momento, permitindo a Hupi que falasse
— Bem, lá vou eu de novo!!
Disse o velho, voltando a entrar em posição de combate. O Kura conseguiu focar a visão no homem, porém, nada disso iria ser útil quando o mesmo começasse a avançar. O sol começou a nascer, e em seguida o indigena avançou contra o garoto, sumindo novamente da visão do mesmo. Seu próximo golpe não seria mirando mais o peito do garoto, mas sim seu crânio, tendo o único objetivo de matar o adolescente ali. Logo, quando o punho estava próximo de atingir a cabeça do Kura, um grande som de impacto era escutado por todos ali presentes, a vila e toda floresta em volta estremeceu-se com a força daquele impacto, com algumas  casas sendo destruídas e várias árvores em volta derrubadas apenas com a pressão do vento que foi gerada. Jaguar e todos ali presentes ficaram um pouco em choque com aquilo, pensando que o Kura poderia estar morto
— Hupi…. Seu azar foi que o sol começou a nascer!
Essas palavras foram ditas pelo Shams, que conseguiu naquele instante antes do punho encostar na face do kura, se aproximar e bloquear aquele potente soco, o segurando com a sua mão. Sua velocidade foi tanta, que o vilão nem mesmo havia conseguido enxergar o homem solar se aproximando
— M-mas o que?!
O ex-líder da aldeia disse aquilo, enquanto se afastava lentamente dos dois, chocado com a velocidade e força do homem do sol. Gabriel, então, decidiu se mover e aparecer na frente daquela fusão, dizendo para o mesmo
— Bem, eu só não tinha interferido antes, por achar que o jovem Kura poderia lidar com você, principalmente depois de ter aumentado seus poderes…. Bem, tendo em vista que ele falhou, agora irei te dar duas opções: se renda e aceite ser preso e enviado a nação prisão, ou então morra aqui e agora!
Gabriel disse aquilo de forma séria, não demonstrando remorso em ameaçar aquela entidade de morte. A fusão controlada por Hupi, novamente se afastou para trás, sentindo medo com o fato de duas pessoas em sequência terem superado sua velocidade
— Q-quem você pensa que eu sou, seu verme da cidade?!
O pai do Humaitá gritou isso, logo dirigindo um soco de esquerda contra o peitoral do Sariel. Sariel, nem sequer se mexeu vendo o golpe vir na sua direção, pelo contrário, ele abriu ainda mais o seu peito e mostrou uma área muito maior de impacto. Bem no centro daquele peitoral, foi onde a mão esquerda da fusão acertou, e foi justamente por este acerto que aquele punho foi totalmente fragmentado
— Que dor desgraçada!!!!!!
Gritou o indigena, enquanto se movia levemente para trás e segurava a sua mão esquerda. Gabriel mostrava uma cara de desapontamento, enquanto falava
— Essa é toda sua força? Ora, vamos, se esforce um pouco mais, eu sequer usei o meu poder para me defender disso!!
Hupi escutou aquilo, ficando ainda mais irritado e ofendido com as provocações do homem de terno. O indigena de rendeu a elas, e logo desferiu um outro soco, dessa vez com a mão direita e mirando o queixo do homem, o resultado entretanto não foi diferente, com aquela mão também acabando totalmente quebrada e com o homem em completo choque
— Bem…. Eu te dei a chance de mostrar algo, agora acabou, você vai morrer!
Gabriel disse aquilo, abrindo totalmente a palma de sua mão e acertando com toda a força um tapa contra o queixo daquela entidade, quebrando sua mandíbula e lhe arrancando todos os dentes inferiores fora. Em seguida disso, o segurança sacou uma pequena adaga de sua cintura, ao mesmo tempo que o atingido é sua mão direita brilhavam na mesma cor
— Minha habilidade foi ativada, sua alma acabou de ser marcada e o status diminuído por mim foi: sua resistência. Chance de acerto do meu próximo golpe: cem por cento
O idoso no corpo de novo ouviu aquilo, entrando em desespero e tentando correr, mas sem seus olhos sequer captarem o ataque, o mesmo foi fatiado em três pedaços que logo caíram no chão. Cada pedaço, entretanto, se transformou nos membros da fusão, com cada um estando curados de seus danos
— Impressionante! Bem…. Não importa, encostei no corpo de vocês durante a unificação, então a alma dos três se mantém marcada, mesmo que separados
Enquanto Gabriel falava isso, cada um deles tentou correr para uma direção. Essa atitude se mostrou falha, pois o engravatado rapidamente surgiu atrás de um e lhe acertou um soco em sua nuca, arrancando na hora a cabeça do pescoço
— Menos um, agora o próximo…..
O homem de cabelos negros logo voltou seus olhos para o outro ser em fuga, conseguindo aparecer no lado do mesmo e acertar um potente soco com a mão direita em suas costelas, abrindo um rombo na lateral daquele corpo
— É você! Menos dois….
Em paralelo a isso, o exilado da tribo tentou fazer um último ato desesperado, o de destruir a estátua homenageando o Humaitá
— Seus miseráveis, eu posso ir para o inferno, mas levarei tudo referente a esse inútil comigo!!!!
Ele rapidamente fez um movimento de dança, conseguindo assim provocar chamas e as jogou contra a estátua. O lobo guará ou até mesmo a mãe do Humaitá viram aquilo, não conseguindo ter velocidade o bastante para tentar impedir aquilo
— Droga, seu velho bastardo!
Gritou Jaguar, conseguindo até mesmo acordar o Cheera com sua voz. O fogo ia bater e destruir a estátua, quando de repente uma sombra misteriosa entra na frente da mesma e toma o impacto do golpe. A pessoa que se jogou para defender a estátua foi o próprio Kura, que se jogou na frente das chamas, queimando o curativo que estava em cima do seu olho e revelando finalmente a cicatriz que ele carregava, a cicatriz feira pelo Humaitá
— Eu não vou permitir que você faça isso, seu velho imundo! Eu te mandarei sozinho para o inferno!!
O jovem elétrico disse aquilo, mostrando ter conseguido finalmente se recompor do dano, caindo em pé no chão e encarando aquele malfeitor nos olhos. O idoso maldito se desesperou, principalmente vendo que não só o Jaguar, como também o Cheera estavam vindo para cima dele, fazendo o mesmo dar as costas e tentar fugir dali. A fuga mesmo assim foi falha, pois o Kura apenas estendeu sua mão e lançou uma corrente elétrica contra o homem, essa corrente se moveu em uma velocidade quase igual à da luz, conseguindo facilmente alcançar aquele homem e o envolver, usando do magnetismo para o prender e puxar de volta
— Certo, vou te matar agora!!
Disse o irmão mais velho do Arold, colocando sua mão livre em posição de soco, pronto para esmagar o crânio do indigena com um simples golpe. Porém, ele logo foi impedido pelo Jaguar, que Gritou
— Ei, deixe isso comigo e o Cheera! Nós quem temos algo contra ele!!
Essas palavras fizeram com que o jovem de cabelos negros ficasse pensando por algum tempo, enquanto mantém aquele prisioneiro imóvel ali. Então, o mesmo tomou uma decisão rápida, falando ao animal
— Certo, Jaguar, deixarei que vocês façam isso! Mas com duas condições: a primeira, é que você vai falar com sua avó sobre vir comigo à cidade. Já a segunda, é que você vai se resolver com seu irmão Cheera, aqui é agora!
Essas palavras deixaram os dois irmãos em silêncio, porém, eles logo aceitaram aqueles termos. Indo para junto do garoto militar e também preparando socos, fazendo com que o avô de Cheera se desespere e grite
— E-ei, calma! Mesmo com tudo isso, eu ainda sou o avô de vocês!! Por favor, não me matem!!
As preces desesperadas, porém, não foram escutadas, com os três acertando potentes socos contra o velho e o isolando para longe dali. Um adicional nisso, é que o Kura não apenas arrancou parte da cabeça do velho com o soco, como também o mandou ao ar cercado se plasma quente a trinta mil graus, fazendo com que o corpo do velho fosse incinerado por completo. Logo, o jovem militar recebeu alguns cuidados, ficando quase que totalmente cem por cento. E ao mesmo tempo, Jaguar olhava para o seu irmão Tembi, e sua avó
— Tem certeza dessa escolha, Jaguar?
Disse a velha, olhando no rosto do seu neto de criação. O canino, por sua vez, apenas respondeu
— Bem…. Eu posso não ter total confiança nele, mas ele não aparentou ser alguém maligno, principalmente depois de hoje! Então…. Acho que sim, acho que vou para cidade com ele!
A idosa ouviu aquilo, fechando seus olhos e então concordando com a cabeça, mostrando estar tudo bem com aquela decisão aparentemente imatura de seu neto. Tembi, então, olhou para o seu irmão e disse
— Vou ficar com saudades, mano! E me desculpa por tudo, principalmente por termos brigado durante aquela noite, um ano atrás…. Espero que aproveite lá, e não se preocupe, pois logo logo também irei para lá te acompanhar!!
O irmão adotivo apenas sorriu, concordando com a cabeça. Os três então notaram a presença do jovem Kura, que estava esperando o Jaguar na porta, assim, finalmente decidindo voltar para a cidade, agora acompanhado de seu novo amigo e companheiro de jornada: Jaguar




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