Capítulo 3

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Hellouuuu!

Cheguei com mais um capítulo.
Queria aproveitar pra agradecer os comentários. Fico feliz que estejam gostando da fic. É isso... 🫶

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POV CAROL

A manhã tinha sido cheia de reuniões aqui na empresa. Eu dirigia uma rede de supermercados e toda semana eu tinha encontro com os gerentes das filiais. Eles vinham até a sede e nós fazíamos um balanço geral sobre os efeitos das nossas ofertas e campanhas. Estudávamos o que tinha dado certo para ser mantido e buscávamos soluções para o que não surtia o efeito desejado.

O grupo Gattaz foi uma criação do meu avô. Tudo começou com apenas um estabelecimento e a medida que os anos foram passando, a nossa rede foi crescendo e nós construimos filiais. Atualmente tínhamos sete lojas espalhadas por Belo Horizonte. Eu sempre reservava um dia no mês para passar nas lojas e verificar tudo de perto.  Meu pai e meu vô sempre me ensinaram a estar próximo e a par de tudo. E eu seguia todos os conselhos e dicas dados por eles durante os anos que estagiei.

Apesar de minhas irmãs terem suas partes nas ações do grupo, nenhuma delas quis seguir no negócio da nossa família. Renata, é dentista e Marcela, arquiteta. Isso não gerou nenhum problema. Nossos pais sempre respeitaram as escolhas de cada uma. Mas, provavelmente, devem ter dado graças a Deus quando falei que queria fazer administração e trabalhar na empresa. 

Dessa forma, após alguns semestres na faculdade, eu comecei a estagiar e andar, praticamente, no encalço do meu pai. Aprendendo de tudo um pouco. Eu amava andar para lá e para cá, aprendendo tudo que eu podia e desenvolvendo uma boa relação com os funcionários.

Assim como nossos supermercados cresceram, eu também fui evoluindo de cargo. Segui toda uma escala de hierarquia até chegar na diretoria. 

O meu pai é o atual presidente, mas já começa uma contagem regressiva para se aposentar e passar o cargo para mim.

Com o adiantar da hora, parti em direção a escola de Alice. Eu tinha combinado de almoçar com Renata para decidirmos os últimos detalhes da festinha de aniversário da minha afilhada que aconteceria em três dias.

Passei pela portaria cumprimentando os funcionários que ali estavam. A maioria já me conhecia, então eu não precisava me identificar. Segui em direção ao pátio a procura de Alice e quando a encontrei, ela estava conversando com sua amiguinha e a mãe dela. Elas mal viram a minha aproximação.

- Cadê a coisa linda da dinda? - eu falei quando cheguei ao lado delas. Fui logo ganhando um abraço e um pulo no meu colo.

- Dinda!!! Você veio! - ela disse empolgada me dando um beijo na bochecha.

- Claro que eu vim, meu amor. Que saudades de você, pequena. - falei deixando um beijinho em seu rosto. - Oi, Rosamaria. Tudo bem? - a cumprimentei sorrindo.

- Oi, Caroline. Tudo sim e você? - ela devolveu o sorriso.

- Tá tudo ótimo, graças a Deus. Oi, Juju. Como cê tá linda com esse laço azul. - falei colocando Alice no chão e me abaixando na frente da outra menina. Fiz um carinho na sua bochecha e ela sorriu envergonhada abraçando as pernas da mãe.

- Foi a mamãe que me deu. - ela falou baixinho, olhando para os pés.

- Sua mãe tem muito bom gosto, Juju. - encerrei já me levantando e encarando a mulher. - Cês tão indo para o shopping?

- Estamos sim.

- Posso dar uma carona para vocês? Eu vou lá perto.

- Se não for te incomodar.

- Imagina. Incômodo algum. Vamos?

Depois de ajudar as crianças a entrarem no carro e colocarem o cinto, partimos em direção ao shopping. Nem era muito longe dali. Nós fomos o caminho inteiro conversando. Rosamaria era uma mulher bem inteligente, naquele papo já havia ficado claro para mim. Além de ser uma guerreira. Ela me falava sobre o tema da sua monografia, o que me surpreendeu pela complexidade. Fora o fato de trabalhar e ainda ter uma filha para cuidar. Não sei como ela conseguia tempo para estudar e fazer seu trabalho de conclusão do curso. Conciliar tudo isso deveria ser uma barra muito grande. O que me fez admirar a mulher que se encontrava ao meu lado no carro.

A conversa estava tão boa que o caminho pareceu mais curto que o normal. 

Deixei-as no shopping sob agradecimentos. Recebi até um sorriso e um "xauzinho" de Júlia. Que criança fofa. Mesmo tímida, ela era sempre educada. O que me remetia mais uma vez a pensar na mãe dela e o quanto de aplausos essa mulher merecia.

Cheguei ao restaurante combinado com Renata um tanto atrasada. Se é que dez minutos podem ser considerado atraso. Mas para minha irmã, com certeza, seria. Eu já podia sentir, de longe, a reclamação que viria.

- Achei que chegariam para o jantar... - ela falou reticente. 

- Também não é para tanto, Rê! - falei enquanto via Alice ir em direção da mãe para abraça-la.

- A gente foi deixar a Juju e a Tia Rosa no shopping, mamãe.

Tinha que ser boca de sacola essa minha sobrinha, eu pensei.

- Ah, foram? - minha irmã questiona, irônica, me encarando, enquanto Alice confirmava com a cabeça e depois corria para o parquinho que tinha ali.

- Não custava nada dar uma carona para elas. - afirmei dando de ombros.

- O colégio é três quadras daqui, Caroline. O shopping é para o outro lado. Você poderia ter dito que não ia para o mesmo lado. Mas como te conheço, aposto que foi você que ofereceu a carona.

- Ah, Renata, pelo amor de Deus! Deixa de ser amarrada!

- E você, deixa de ser interesseira! Eu bem não sei o que você está querendo.

- Eu só quis ajudar. - falei na defensiva. - Inclusive, sempre que puder, eu vou fazer isso. 

- Claro que vai.

- Não é pelo que você pensa. - eu falei respirando fundo. - A Rosamaria é linda e me atrai. Não vou negar. Mas não ofereci carona para ela por esses motivos. - pausei. - Tem algo nela que me faz querer ajudar. O pouco que você me contou e o que ela me falou também. Eu não me imagino conseguindo fazer um terço do que ela faz. Conciliar filha, trabalho, faculdade. Sem ajuda de ninguém. E ela ainda faz tudo isso bem. 

- Isso é verdade.

- O tema da monografia dela é algo difícil de se estudar. Ela poderia fazer qualquer coisa mais simples já que ela não tem tempo sobrando. Mas se ela tem estudado sobre isso, me faz pensar que ela quer mais, profissionalmente falando.

- Você tá igual o vovô quando falava pra gente que sempre deveríamos buscar mais. 

- Sempre buscar o nosso melhor e não se acomodar. Nós crescemos ouvindo isso. Mas nós tínhamos o privilégio de não ter responsabilidade com mais nada. Estudar era nosso único "problema" já que dinheiro e vida boa nunca nos faltou.

- E nós nunca nos acomodamos com isso. - ela ponderou.

- Sim. Mas percebe que tivemos ajuda para isso? - ela confirmou. - Eu também quero ajudá-la.

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Como sempre, deixa aquele votinho pra incentivar a autora? 🥰🤏

Those Eyes - Rosattaz Onde histórias criam vida. Descubra agora