Cheguei com o último capítulo.
Espero que gostem.
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POV JÚLIA
Vocês devem ter lido o meu nome aí em cima e se surpreendido. O que a Júlia, a menininha tímida que mal conseguia se entrosar com os amiguinhos no colégio, está fazendo aqui? Bom, eu preciso contar algumas coisas para vocês.
Depois de algumas sessões de terapia, eu comecei a enxergar as coisas de uma forma melhor. Aos poucos, eu fui começando a ter menos medo de brincar com meus coleguinhas e minha melhor amiga, Alice, também estava sempre ao meu lado para o que eu precisasse.
Agora eu já não sou mais aquela garotinha. Estou no auge dos meus vinte anos. Quis vir compartilhar com vocês um pouco do que eu vivi esses anos com as minhas mães.
É isso mesmo que você está pensando. Eu também considerava Carol como minha mãe. Ela sempre cuidou de mim tão bem e com tanto cuidado quanto minha mãe Rosa. A primeira vez que eu a chamei de mãe, em um lugar público, ela chorou no meio da rua. Me lembro como se fosse ontem.
~ Flashback ~
- A gente pode levar sorvete? - eu perguntei para Carol. Naquele momento nós estávamos de saída do supermercado Gattaz e a mais velha queria levar algumas coisas para o nosso fim de semana.
- Cê sabe que sua mãe vai reclamar comigo se eu ficar te enchendo de besteira, Juju.
- Mas no domingo a mamãe deixa eu tomar sorvete. - eu lembrei.
- Tá bom, então. Vamos levar e cê guarda pra gente tomar no domingo.
- Obrigada. - eu agradeci e a abracei.
Após passarmos pelo gerente, para ele registrar o que estávamos levando, eu saí correndo para o carro. Carol tentou me avisar para não correr, mas aí já era. Eu levei maior tombo e comecei a chorar. Meu joelho ficou todo ralado. A mais velha me pegou no colo e me abraçou, na tentativa de me acalmar.
- Tá doendo, mãe. - eu disse com o maior bico.
A partir daí, tudo ficou meio cômico. A mulher ficou meio paralisada e um funcionário que ficava no estacionamento veio ajudar, pois viu que ela estava chorando junto comigo e não entendia o motivo.
Alguns segundos depois foi que ela saiu do transe e disse para o rapaz que a filha dela tinha se machucado na queda. Ele então buscou algodão e água para limpar os arranhões.
Quando chegamos em casa, ela repetiu a história diversas vezes. Primeiro, para minha outra mãe e depois, saiu ligando para minhas tias. Ela estava toda orgulhosa.
~ Fim do flashback ~
Pois é. Eu também fico rindo quando lembro disso. Tenho várias memórias de situações engraçadas que passei com minha mãe Carol. Ela sempre foi muito boa pra mim e pra minha outra mãe. E falando nelas, eu também tenho uma memória bem constrangedora. Não tenho nem condições de descrever num flashback a cena que eu vi quando cheguei mais cedo do treino e abri a porta do escritório sem bater. O que presenciei foi o suficiente para nunca mais me sentar naquele sofá.
Eu sempre achei a relação delas muito bonita. Elas construíram uma amizade tão forte que foi difícil não virar amor. Sei que a mamãe não lidou muito bem no começo, mas hoje ela é muito trouxinha pela minha outra mãe. Na verdade, as duas são uma pela outra. Mesmo depois de anos elas permanecem firmes. As vezes, eu ainda acho elas meio grudentas, mas fazer o que? Elas são assim. Até mesmo quando brigam não demoram muito para se acertar. Elas não conseguem passar muito tempo sem tá perto da outra.
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Those Eyes - Rosattaz
FanfictionNinguém nunca falou que engravidar aos dezoito anos era fácil. Dez anos depois as coisas continuavam difíceis, corridas. Conseguir dar conta de filha, faculdade e trabalho vinha sendo uma tarefa árdua. Mas quando eu olhava para minha filha, eu esque...