Capítulo 9

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Oi, gente!

O capítulo é curto só pra não passar batido essa semana.

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POV CAROL

O aniversário das gêmeas tinha sido muito divertido. Repetindo o que já havia acontecido na festa de Alice, nós fomos praticamente as últimas a sair. As meninas não queriam parar de brincar no pula-pula. Foi difícil convencer minha afilhada e Júlia a ir embora. Sem contar nas gêmeas que também as seguravam para não irem.

Mais cedo, naquele dia, Rosamaria havia jogado um balde de água fria, metaforicamente, em mim. Naquela conversa tinha ficado claro para mim como ela me via na vida dela. Não que eu acreditasse que podia ser algo diferente. Mas aquela confirmação havia me atingido. Porém, não deixei transparecer durante todo o momento em que estávamos na festa. Não me permiti ficar triste com aquilo. Pelo contrário, conversei com ela a todo momento. Não a deixei um minuto sequer de fora das conversas que ocorriam na mesa. Se ela me via como uma amiga eu seria a melhor.

O resto do mês passou muito rápido. Eu me concentrava no trabalho e no processo de transição de deixar a diretoria para assumir a presidência. O que me deixava sem muito tempo livre, uma vez que tínhamos muitas reuniões com os mais variados departamentos da loja e ainda tinha as visitações nas filiais.

Eu estava exausta, saindo de uma das lojas, após o final do expediente quando me lembrei que precisava levar alguns itens para casa. Devido a falta de tempo, minha geladeira se encontrava vazia. Eu não tinha conseguido, ainda, fazer a feira do mês. Peguei um carrinho e resolvi ir à procura dos alimentos que eu mais precisava. 

Depois de passar pelo gerente e registrar todos os produtos que eu estava levando, caminhei em direção ao meu carro no estacionamento. No momento em que eu terminava de desocupar o carrinho e colocar as sacolas na minha mala, ouvi uma voz de criança me chamar.

- Tia Carol! - Júlia falava se aproximando de mim e de mãos dadas com a sua mãe.

- Oi, Juju! Que saudades de você! - falei me abaixando para abraçá-la. 

- Você nunca mais foi lá na escola buscar a Alice. - ela acusou.

- Verdade, Juju. - falei erguendo, novamente, o meu corpo. - Mas é que a tia aqui anda tendo bastante trabalho e aí não dá tempo.

- Entendi. - ela disse e me dirigiu um sorriso que logo foi correspondido por mim. 

- Oi, Rosa! - falei a olhando pela primeira vez desde que havíamos nos encontrado.

- Oi! - ela me respondeu com um meio sorriso. - Como você tá? 

- Eu tô bem! Só um pouco cansada. - falei rindo. - Tem sido bem puxado as últimas semanas. - a expliquei. - E você? Tá tudo bem? 

- Tá tudo bem sim. Tô só correndo contra o tempo para estudar tudo para as últimas provas.

- Quero nem imaginar como tá sendo cansativo pra você também. Mas pelo menos é um sinal que já está perto do fim. - eu disse compassiva.

- Sim. Eu ainda nem acredito que vou me formar. - ela contou feliz.

- Temos que comemorar isso aí, hein!?

- Com certeza. Assim que eu me livrar de todas as provas eu vou marcar uma comemoração e tu tá mais que convidada. - ela encerrou sorridente.

- Vou ficar no aguardo do convite então. - eu disse descontraída. - Bem, a conversa tá ótima mas eu preciso ir. Cês querem carona?

- Não precisa, Carol. A gente ainda vai entrar para comprar umas coisas. Mas mesmo assim obrigada.

- Ok, então. Me lembra de te entregar alguns cupons de desconto da loja depois. Eu não tenho nenhum agora aqui comigo.

- Ah, não se preocupa com isso, Carol.

- Mas não tem problema nenhum não. A maioria dos meus amigos usam os cupons. Depois deixo lá na sua casa. - finalizei sem deixar ela falar mais algo. - Quanto a você, assim que eu tiver uma folguinha eu vou na escola buscar a Alice e se sua mãe permitir, vou levar vocês para almoçar e tomar sorvete comigo. - eu disse na direção de Júlia.

- Mãe, você deixa? - a menina encarou a mais alta como se fizesse uma súplica.

- Se não for incomodar a Carol, eu deixo sim.

Não demoramos muito para nos despedir. Eu tava muito cansada. Eu até pedi desculpas por não poder esperá-las para deixá-las em casa. Rosa apenas me agradeceu e elas partiram na direção da entrada do mercado.

De banho tomado, preparei um sanduíche e peguei uma latinha de coca zero. Me escorei na bancada da cozinha e enquanto comia, deixei meus pensamentos correrem sobre os últimos dias. Não estava sendo fácil. Apesar de meu pai ser um excelente presidente e acompanhar sempre tudo de perto, eu havia percebido que alguns procedimentos que a empresa fazia estavam defasados. Não era uma falha, mas atrapalhava demais a otimização do trabalho. A informatização de alguns setores era mais que necessária, porém eu não queria chegar com um pé na porta e mudando tudo de uma vez só. Eu vinha martelando na minha cabeça um jeito de começar a fazer algumas mudanças sem que parecesse uma megera ou uma pessoa que não via a hora de tomar o poder para si e botar as garrinhas de fora.

Além disso, também tinha outra questão que me preocupava. Eu tinha lido alguns relatórios e eles não pareciam "bater" com a realidade. Como eu ainda não tinha tido tempo para investigar a fundo, eu não sabia se o problema era real ou apenas falha de comunicação ou até mesmo, pela documentação ser noventa por cento física ter algo faltando.

Era muita coisa na minha cabeça e a transição ainda não tinha sido finalizada. Eu ainda não era oficialmente presidente e já tinha muito trabalho para resolver. 

Depois de lanchar e limpar tudo, subi as escadas em direção ao meu quarto. Deitada eu sentia muito mais o cansaço do dia. Juntava tudo que estava na minha mente e pesava ainda mais no meu corpo.

Não sei quanto tempo havia passado quando ouvi uma notificação de mensagem no meu celular. Estiquei meu braço para alcançá-lo, na mesinha de cabeceira, e logo acendi a tela para olhar.

Rosamaria: Oi, Carol. Desculpa te mandar mensagem essa hora. Mas te achei um pouco abatida mais cedo. Tá tudo bem mesmo?

Foi inevitável não dá um sorrisinho ao ler aquilo. Por mais simples que fosse aquela atitude, ela se preocupou comigo.

Eu: Oi, Rosa. Eu tô um pouco cansada e com alguns aborrecimentos lá na empresa. Mas no geral tá tudo bem sim, não há nada demais. Obrigada por se preocupar. :)

Rosamaria: Fico feliz de saber que está bem. E não tem porque me agradecer, tu tem sido uma ótima amiga, então também quero ser para você. Quando quiser ir tomar um café e conversar é só me avisar. 

Rosamaria: Já vou indo, Carol. Tou caindo de sono. rs
Dorme bem. Bjs

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O próximo capítulo promete ser muito fofo. Me aguardem! 😉

Those Eyes - Rosattaz Onde histórias criam vida. Descubra agora