Capítulo 15

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Oi, gente! 

Tô de volta com mais um capítulo pra vocês. Mas antes disso queria falar uma coisa. Sei que os capítulos estão curtos e a frequência de postagem não tá do jeito que todo mundo queria. Escrever fanfic, pra mim, tem sido uma fuga. Mas nem sempre consigo me utilizar disso. Tem dias que são mais difíceis. E eu adoro escrever essa fic desde do dia que comecei o rascunho dela. Então peço paciência e que continuem comigo aqui acompanhando.

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POV CAROL

Eu dirigia tranquila pelas ruas de Belo Horizonte. Já era meio da madrugada e as vias estavam desertas. O silêncio no carro só era cortado pela música sertaneja, bem baixinha, que era reproduzida pelo alto-falante. Rosamaria vinha com a cabeça encostada no vidro lateral. Parecia focada em seus pensamentos. Ela segurava a caixinha com o presente que eu tinha dado. Não era nada demais, apenas uma agenda, uma caneta e um chaveiro chique. Antes de sairmos do bar, ela acabou cedendo quando a pedi para deixá-la em casa e agora nós já estávamos chegando em sua rua.

Observei-a retirar o cinto e suspirar um pouco pesado quando estacionei o carro na sua porta. Ela parecia querer falar algo e ao mesmo tempo se policiava. Após alguns segundos sem falar nada, ela girou um pouco o corpo na minha direção e me encarou. Mesmo com a escuridão dentro do carro, eu podia perceber, pela sua cara, que algo a incomodava.

- Cê tá bem? - eu questionei, quebrando aquele silêncio angustiante.

- Você quer entrar? - ela retrucou e logo emendou. - Se tu não tiver muito cansada, claro...

Descemos do carro e caminhamos lado a lado até entrarmos em sua sala. Ela pediu licença e seguiu rapidamente até seu quarto para tirar seus saltos, enquanto eu a aguardava sentada no sofá. Quando ela voltou, me perguntou se eu queria beber algo. Agradeci pedindo apenas um pouco de água e ela sem demora trouxe para nós duas.

- Não sei se essa é a melhor hora para isso. - ela começou sem jeito. - Mas acho que a gente precisa conversar. - ela me olhou.

- Eu também acho que precisamos conversar e não vejo problema de fazermos isso agora. - eu falei me endireitando no sofá e virando um pouco em sua direção.

- Eu queria te pedir para ouvir tudo o que tenho pra te falar. - ela começou séria e eu apenas acenei concordando. - Primeiro eu queria te contar que eu colei grau quinta-feira. Só a Naiane e a Júlia foram comigo. Eu não te chamei porque eu achei que durante a semana tu não ia conseguir ir, mas também porque eu não sabia se tu ainda teria interesse de ir depois do nosso desentendimento. - ela respirou um pouco e prosseguiu, antes que eu tentasse interrompê-la. - Eu sei que eu errei em não ter te perguntado se queria ir. 

- Se serve de consolo, eu não conseguiria ir quinta de noite. Eu tive reunião do conselho. - falei sorrindo fraco e quebrando a tensão.

- Eu confesso que passei essa semana pensando no que fazer, Carol. - ela continuou. - Eu tive medo de você recusar o convite já que nós não estávamos nos falando. Mas então, eu resolvi te chamar pra comemoração.

- Cê me chamou para a melhor parte. - aliviei de novo. - Não tem que se torturar por isso.

- Mesmo assim eu queria me desculpar. - ela falou firme. - Não só por isso. Eu fui muito injusta com você na nossa última conversa. A minha intenção nunca foi ser ingrata com a oportunidade que você tava me proporcionando. Eu espero que você saiba disso. - ela afirmou me observando. - Eu não consegui lidar com o fato de tu querer me ajudar. Eu nunca tive isso, Carol. E obviamente que juntou com aquela noite que você tentou flertar comigo e daí minha cabeça ficou confusa, eu acabei metendo os pés pelas mãos e atrapalhando tudo. Eu queria que tu me desculpasse. Eu fui muito dura, enquanto tu só quis me estender a mão.

- Você não tem que se desculpar comigo. Eu que errei. Eu te pressionei, insisti em algo que claramente estava te deixando constrangida. Mas eu só quero que você saiba que as minhas ações são honestas e que eu não espero nada em troca. Eu te prometo. - falei em um tom de quase súplica. - Eu não tenho segundas intenções por trás disso, Rosa. 

- Acho que ambas erramos de algum modo. A situação não precisava ter chegado onde chegou. - ela disse sobrepondo minha mão com a sua. - Eu acredito em você, Carol. Você só tem feito coisas boas para mim e Júlia. Eu que sou muito orgulhosa e como te falei, não estou acostumada com pessoas me ajudando tanto assim. 

- Se depender de mim, vai ter minha ajuda sempre que precisar. - respondi apertando sua mão que estava por cima da minha. - Eu quero que cê saiba que eu sempre vou estar aqui pra você e pra Juju. - concluí encarando-a com um sorriso.

- Eu não sei como te agradecer mais. Já tô até ficando com vergonha do tanto que tu tem feito e a forma como te retribuí mal. - ela abaixou o olhar, mordendo o lábio inferior.

- Ei, não tem que se sentir assim. - chamei atenção dela. - Eu também errei com você e não quero que fiquemos assim. Na verdade, eu quero te pedir algo. - eu disse esperando ela me olhar. - Não quero que a gente fique mais tanto tempo sem se falar. Eu senti falta das nossas conversas.

- Eu também senti sua falta. - ela respondeu me olhando de uma maneira tão intensa que acabei engolindo seco. - Não quero que a gente se afaste, Carol.

- Não vamos! - encerrei sorrindo e a puxei para um abraço. - Uma pena a Juju não está aqui. Eu também tô com saudades dela.

- Ah, nem me fala! Eu só estou algumas horas longe e tô morrendo de saudades da minha pequena. - ela falou resignada.

- Mamãe coruja mesmo. - falei brincando. - Eu queria muito aproveitar que a Alice e a Júlia estão de férias para passear um pouco com elas. Só que eu tô com a agenda cheia essa semana. - contei fazendo uma careta. 

- Imagino como as coisas estão corridas para você. - ela retrucou com um meio sorriso. - Eu, ao contrário de você, tô de férias. Acabei pedindo a Caterina para tirar esse mês e aproveitar com a Júlia.

- Fico muito feliz de saber que vocês estão bem e aproveitando um tempo juntas. Ela deve tá toda contente. - eu disse.

- Sim. Ela tá muito e eu também. - ela contava. - É muito bom ter mais um tempo livre com minha filha.

Continuamos por mais um tempo conversando até eu anunciar que já ia embora, afinal já estava muito tarde. Ela me acompanhou até o carro para nos despedirmos.

- Carol, antes de tu ir, eu queria saber uma coisa. - ela falou meio sem jeito. Fiz sinal para que ela continuasse. - A tua oferta ainda tá de pé?

- Claro que está! - eu respondi. - O emprego é seu se cê quiser. 

- Eu quero. Eu quero muito, Carol. - ela falou firme, porém com um sorriso no rosto. - Eu vou fazer o meu melhor para tu não se arrepender de me dá essa chance.

- Eu tenho certeza disso.

Eu dirigia de volta para casa numa felicidade só. Eu nem acreditei quando ela me chamou pra conversar. Apesar de cansada, não pensei duas vezes. Queria muito aparar as arestas entre nós. Era bom ter uma pessoa como Rosamaria em minha vida. Ouvir todas as coisas que ela falou foi um afago ao meu coração. Saber que mesmo ela sendo muito cabeça dura, ela tinha humildade para reconhecer a hora de se desculpar e de ceder. Gostei muito de saber que ela sentiu minha falta. Assim como eu também senti dela. Sem contar com o fato dela ter aceitado a minha oferta. 

Quando me deitei e fechei os olhos, só uma coisa vinha na minha cabeça: o quanto eu queria me manter próxima a Rosamaria.

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Espero que tenham gostado. Não esqueçam do meu biscoito, por favorzinho. 🌟

Those Eyes - Rosattaz Onde histórias criam vida. Descubra agora