Quebra de tempo
24/12/2018
-- Não! Pelo amor de Deus, não! -- Matheus diz pegando o pote de uvas passas da mão de tia Cris.
-- Vai fazer o que com isso? -- pergunto à ele vendo que ele estava saindo da cozinha levando as uvas passas com ele.
-- Vou deixar isso bem longe da Dona Cristiane! -- ele grita da sala e começo a rir da cara de indignação que tia Cris fez.
-- Criamos os filhos para isso! Tá vendo? Não me deixa nem cozinhar mais! -- ela diz indignada e eu gargalho.
Continuo ajudando tia Cris com os preparativos da ceia de Natal, até que escutamos o barulho de algo quebrando vindo da sala. Gael.
Corro até o lugar que veio o barulho e encontro Lucas, Matheus e Gael, os três olhando pro chão, com os olhos arregalados. Quando sigo o olhar deles, vejo que o vaso de flor de tia Cris estava no chão, em pedaços. Tinha terra espalhada pelo piso e ao lado, uma bola de futebol.
-- Quem foi? -- tia Cris pergunta aparecendo ao meu lado e vejo Lucas e Matheus apontaram para Gael e o pequeno aponta para Lucas.
-- Como é que é, Gael? -- Lucas pergunta surpreso e o pequeno da um sorriso mínimo.
-- Os dois vão mesmo ter a coragem de ficarem contra uma criança? -- Tia Cris diz indo até Gael e pegando o pequeno no colo -- Que coisa mais feia! Vocês deveriam dar o exemplo! -- Ela sai da sala com o pequeno no colo -- E limpem essa bagunça!
-- E cadê a bronca? -- Matheus pergunta com o cenho franzido.
-- Na minha época não era assim não! -- Lucas diz surpreso e eu rio.
-- Baixinho pilantra! -- Matheus se levanta e vai atrás de uma vassoura, e Lucas faz o mesmo em seguida.
-- Pequeno sem vergonha! -- Lucas volta com uma pá na mão.
{...}
-- Uau! -- Matheus diz ao me olhar -- Você está linda! -- ele dá um beijo em minha testa.
-- Obrigado! Você também está muito bonito! -- digo sorrindo e percebo seus olhos brilharem.
-- Sol! -- Gael grita vindo até mim, com Lucas e Duda vindo atrás -- Lucas está me obrigando à me vestir assim! -- ele diz e só assim eu percebo que seu cabelo estava parecendo que uma vaca lambeu e sua blusa estava dentro da bermuda, que estava acima da cintura do pequeno.
Solto uma risada junto com Matheus e me abaixo para ajeitar o pequeno rabugento. Arrumo sua roupa e bagunço seus cabelos.
-- Poxa, tirou o estilo -- Lucas diz como se estivesse chateado e eu reviro os olhos -- Que foi? Era assim que minha mãe me vestia!
-- Não faça meu irmão sofrer o que você sofreu! -- digo e ele mostra a língua para mim, e eu logo faço o mesmo.
-- Chega crianças! -- Duda diz e nós vamos até a mesa.