📍23/04/2021
Pedro Guilherme--- Cuidado... --- Murmuro enquanto ajudo Sol a descer da cama e a coloco em sua cadeira de rodas.
--- Obrigado. --- Ela diz e eu beijo sua testa.
Vou a empurrando pelo hospital até a parte aberta daquele local. Depois que viemos para o Brasil denovo - conseguimos uma transferência - ela não havia pedido mais para dar uma volta e ver o dia, isso já estava me deixando preocupado, muito preocupado.
Hoje ela finalmente pediu. Não sei descrever o alívio que eu senti quando a morena me pediu para que eu a levasse para dar uma volta.
Acredito que ela esteja mais contente, pois recebe alta amanhã, porém, eu ainda sentia falta de algo que não via faz tempo... Seu sorriso.
Sol observava o céu e eu a observava. Eu sou realmente louco por essa mulher, e ve-lá assim está me matando! Deus, eu só te peço que ela melhore.
Comecei a ir para a igreja. Comecei a perceber que eu estava indo para a igreja mas depois continuava no pecado. Já faziam sete dias que eu estava de jejum como perdão.
--- Pedro. --- Ele me chama baixo. --- Eu posso te pedir uma coisa?
--- Claro que pode, minha vida. --- Me abaixo em sua frente. --- O que foi?
--- Não é nada... Só quero um abraço seu.
Respiro fundo e não penso antes de abraça-lá. Não me lembro a quanto tempo eu não fazia isso. Eu estava tão nervoso ultimamente e também tão preocupado, que eu só fiquei cuidando dela. Cuidando, literalmente. Eu parecia mais um enfermeiro, não seu namorado. Eu cuidava porém esquecia de dar amor e carinho, que acredito eu que seja o que ela mais precise ultimamente.
--- Eu preciso de você assim comigo, não de você preocupado... Por favor, não faz isso denovo. --- Ela se aconchega em meu abraço. Engulo seco ao perceber que ela se refere exatamente ao fato de que eu não a abraço a algum tempo.
--- Me perdoa... Eu estava tão nervoso que acabei me esquecendo que você precisa de mim assim... Me perdoa, me perdoa... --- Sussurro ainda no abraço.
--- 'Tá tudo bem, só não se mexe. --- Ela pede e eu concordo.
Eu a amo tanto! É impossível não pensar um segundo sequer nisso. Eu a amo. Ela me ama.
{...}
--- Cheguei! --- Entro rápido no quarto, vendo Thaísa e Victor ali conversando com a morena que tinha um brilho diferente no olhar e não parecia mais tão triste.
--- Não morre mais! Estávamos falando de você. --- Victor diz e eu o olho com as sobrancelhas arqueadas.
--- Bem ou mal? --- Os três dão de ombros e eu dou risada, negando com a cabeça. --- Tudo bem? --- Ando até Sol e dou um selinho na mesma.
--- Uhum.
Fico feliz ao olhar para seu rosto e não ver aquele olhar triste de antes.
Tiro o moletom que eu usava e coloco em uma cadeira que havia ali. Hoje eu havia ido treinar, queria ficar aqui com a Sol até que ela recebesse alta, porém, a patroa não deixou. Disse que ficaria muito mais feliz se eu fosse treinar, pois não quer que eu me prejudique no trabalho.
--- Sua mulher vai ter um infarto daqui a pouco! --- Victor diz e Sol olha feio para ele.
--- Por que?
--- Ela 'tá tão ansiosa para sair daqui que esqueceu de tomar café da manhã... --- Ele explica e eu olho para ela.
--- Você ainda não comeu nada? --- Tento dizer em um tom bravo e ela me lança o olhar de filhote de cachorro pedindo carinho.