cap 2★·.·'¯'·.

193 23 10
                                    

Eu deixei seus olhos por último, sabendo que quando eu olhasse dentro deles haveria uma grande possibilidade de eu perder a linha de raciocínio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu deixei seus olhos por último, sabendo que quando eu olhasse dentro deles haveria uma grande possibilidade de eu perder a linha de raciocínio.

Eles estavam grandes, quentes com um
dourado derretido, e moldados por uma linha de cílios grossos.

Olhar dentro dos olhos dele sempre faziam eu me sentir extraordinário — como se os meus ossos estivessem como esponja.

Eu também ficava com a cabeça meio leve, mas isso podia ser porque eu esquecia de respirar. De novo.

Era o rosto pelo qual qualquer modelo daria a sua alma pra ter. É claro, esse podia ser exatamente o preço pedido:
uma alma.

Não. Eu não acreditava nisso. Eu me sentia culpado só de pensar nisso, e eu estava feliz — assim como estava frequentemente feliz — por ser a única pessoa cujos pensamentos eram um
mistério pra Robin.

Eu inclinei minha mão e suspirei quando os dedos frios dele encontraram os meus.

O toque dele trouxe a sensação mais estranha de alívio — como se eu
estivesse sentindo dor e essa dor
houvesse cessado de repente.

- Oi - eu sorri um pouco com a minha saudação anti-climática.

Ele ergueu as nossas mãos entrelaçadas pra tocar a minha bochecha com as costas da mão dele.

- Como foi a sua tarde?

- Lenta.

- Pra mim também.

Ele puxou o meu pulso para o rosto dele, nossas mãos ainda entrelaçadas.

Os olhos dele se fecharam enquanto o nariz dele alisava a pele de lá, e ele sorriu gentilmente sem abri-los.

Aproveitando o buquê enquanto resistia ao vinho, como ele havia colocado uma vez.

Eu sabia que o cheiro do meu sangue — muito mais doce pra ele do que o cheiro do sangue de qualquer outra pessoa,
realmente como o vinho em vez de água para um alcoólatra — causava a ele verdadeira dor pela sede que acarretava.

Eu podia apenas imaginar o esforço Herculano por trás desse simples gesto.

Eu fiquei triste por ele ter que tentar tanto. Eu me confortei com o fato de que eu não causaria mais dor a ele por muito tempo.

Nessa hora eu ouvi Terrence se
aproximando, batendo os pés no caminho com o seu desprazer de
costume com a nossa visita.

Robin abriu os olhos e deixou as nossas mãos caírem, mantendo-as entrelaçadas.

- Boa noite, Terrence - Robin era sempre impecavelmente educado, apesar de Terrence não merecer isso.

Terrence grunhiu pra ele e ficou em pé onde estava, com os braços cruzados no peito.

𝙈𝙀𝙐 𝙑𝘼𝙈𝙋𝙄𝙍𝙊 - 𝙍𝙄𝙉𝙉𝙀𝙔Onde histórias criam vida. Descubra agora