cap 12★·.·'¯'·.·★

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Então eu deixei o motor ligado e pulei pra fora no mar de grama

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Então eu deixei o motor ligado e pulei pra fora no mar de grama. Talvez, como na Sexta, se eu caminhasse em frente...

Eu me aproximei da entrada estéril, vago, lentamente, minha caminhonete tremendo num barulho reconfortante atrás de mim. Eu parei quando cheguei nas escadas da entrada, porque não
havia nada aqui. Nenhum senso demorado de presença... da presença dele.

A casa estava solidamente alí, mas isso significava pouco. Essa concreta realidade não ia afastar o vazio dos meus sonhos.

Eu não cheguei mais perto. Eu não queria olhar pela janela. Eu não tinha certeza do que seria mais difícil de ver.

Se os quartos estivessem vazios, ecoando o vazio do chão até o teto, isso
certamente ia doer. Como no enterro da minha avó, quando minha mãe insistiu que eu ficasse do lado de fora durante a cerimônia.

Ela disse que eu não precisava ver vovó daquele jeito, me lembrar dela daquele jeito, era melhor quando ela estava
viva.

Mas será que não seria pior se não houvessem mudanças? Se os sofás estivessem lá como da última vez que eu os havia visto, as pinturas nas paredes, pior ainda, o piano na baixa plataforma?

Era melhor ver a casa desaparecendo por inteiro, do que ver que não havia nenhuma possessão física que os ligava de qualquer forma.

Que tudo havia permanecido, intocado e
esquecido, pra trás deles. Assim como eu.

Eu virei as costas para a brecha vazia, e me apressei para a minha caminhonete. Eu quase corri. Eu estava ansioso pra ir embora, pra voltar para o meu mundo humano.

Eu me sentia terrivelmente vazio, e eu queria ver Jacob. Talvez eu estivesse desenvolvendo uma outra espécie
de doença, outro vício, como a entorpecencia de antes. Eu não me importava.

Eu forcei minha caminhonete a ir o mais rápido que ela podia enquanto eu ia procurar a minha cura.

Jacob estava esperando por mim. Meu peito pareceu relaxar assim que eu ví ele, tornando mais fácil respirar.

- Ei, Finney - ele chamou. Eu sorri aliviada.

- Oi, Jacob. - Eu acenei pra Charlie, que estava olhando pela janela.

- Vamos trabalhar - Jacob disse numa voz baixa mas ansiosa. De alguma forma consegui sorrir.

- Você realmente não enjoou de mim ainda? - eu me perguntei.

Ele deve ter começado a se perguntar o quanto eu estava desesperado por companhia.

Jacob guiou o caminho da sua casa até a garagem.

- Não. Ainda não.

- Por favor, me avise quando eu começar a enlouquecer os seus nervos. Eu não quero ser um incômodo.

𝙈𝙀𝙐 𝙑𝘼𝙈𝙋𝙄𝙍𝙊 - 𝙍𝙄𝙉𝙉𝙀𝙔Onde histórias criam vida. Descubra agora