cap 14★·.·'¯'·.·★

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A moto estava melhor do que eu havia sonhado

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A moto estava melhor do que eu havia sonhado. Ela serviu ao meu propósito original. Eu havia traído — quebrado minha promessa. Eu fui desnecessáriamente descuidado.

Eu me sentia um pouco menos patético
agora que as promessas haviam sido feitas e quebradas de ambos os lados.

E eu ainda tinha descoberto a chave para as alucinações! Pelo menos, eu esperava que sim. Eu ia testar essa teoria o mais rápido possível.

Talvez eles terminassem rápido comigo no pronto socorro, e eu pudesse tentar de novo essa noite.

Descer a estrada correndo daquele jeito tinha sido incrível. A sensação do vento no meu rosto, a velocidade e a
liberdade... isso me lembrou de uma vida passada, voando pela grossa floresta sem uma estrada, nas costas dele enquanto ele corria — eu parei de pensar aí, deixando as memórias me atingirem com uma súbita agonia. Eu vacilei.

- Você ainda está bem? - Jacob checou.

- É - eu tentei parecer tão convincente quanto antes.

- Aliás - ele acrescentou. - Eu vou desconectar o seu freio de pé hoje á noite.

Em casa, a primeira coisa que eu fiz foi me olhar num espelho; eu estava grotesco. O sangue estava secando e deixando trilhas grossas nas minhas bochechas e no meu pescoço, se colando com o meu cabelo cheio de lama.

Eu me examinei clinicamente, fingindo que o sangue era tinta pra que ele não incomodasse meu estômago.

Eu respirei pela minha boca e fiquei bem. Eu me lavei tão bem quanto pude.
Então eu escondí minhas roupas sujas, ensanguentadas, no fundo do cesto de roupa suja, colocando outra calça jeans e uma camisa de abotoar (que eu não precisava passar pela minha cabeça) tão cuidadosamente quanto pude.

Eu consegui fazer isso tudo com uma só mão, e manter tudo livre de sangue.

- Se apresse - Jacob chamou.

- Tá bom, tá bom - eu gritei de volta.

Depois de ter certeza de que nada mais me incriminava, eu descí as escadas.

- Como é que eu estou? - eu perguntei pra ele.

- Melhor - ele admitiu.

- Mas parece que eu tropecei na sua garagem e batí a cabeça num martelo?

- Claro, eu acho que sim.

- Então vamos lá.

Jacob me apressou pela porta, e insistiu em dirigir de novo.

Nós já estávamos a meio caminho do hospital quando eu me dei conta de que ele ainda estava sem camisa.

Eu fiz uma carranca me sentindo culpado.

- Nós devíamos ter pego uma casaco pra você.

- Isso teria nos denunciado - ele zombou. - Além do mais, não está frio.

𝙈𝙀𝙐 𝙑𝘼𝙈𝙋𝙄𝙍𝙊 - 𝙍𝙄𝙉𝙉𝙀𝙔Onde histórias criam vida. Descubra agora