Capítulo Vinte e Oito

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Vicente Johnson:

Pedro foi embora, mas os gêmeos ficaram um pouco tristes. Mas começaram a planejar a atividade que fariam amanhã à tarde com ele.

Fiz o prato favorito deles, mas estavam concentrados no jogo e não comeram muito. Meu pai olhou para mim divertido. Na hora deles irem dormir, pararam de planejar a atividade, pois já estavam com sono. Então os levei para o quarto e os deitei delicadamente, beijando suas testas com carinho. Liguei a babá eletrônica e voltei para a sala. Meu pai estava assistindo a um filme de comédia e me olhou divertido.

- Agora que eles sabem sobre o Pedro estão fazendo a festa - Meu pai disse. - Então imagino que amanhã ele vai trazer uma roupa para o seu encontro.

- Acho que acabamos esquecendo dessa parte depois das brincadeiras que ficamos fazendo com as crianças - falei.

- Pelo menos aproveitaram o tempo com as crianças, esquecendo o assunto do Ângelo por alguns segundos - meu pai disse, acenando com a mão, e me sentei ao lado dele. Ele me olhou com calma. - Antônio te mandou alguma informação, posso ver isso só pela expressão que está fazendo.

- Ele me enviou algumas coisas e me ligou para contar, mas vai ajudar no resto que precisamos fazer - falei.

Depois dessa breve troca de palavras, o silêncio pairou sobre nós por alguns instantes. Ouvia-se apenas o som suave da televisão e do filme que estava passando.

Decidi que era hora de retomarmos o assunto sério que havíamos deixado de lado. Olhei para meu pai e respirei fundo, preparando-me para abordar o delicado tema do Ângelo novamente.

- A família dele não é muito suja desde que o senhor Jackson assumiu após a mãe dele falecer - falei, e meu pai me olhou surpreso. - Ambos os pais são lixos ambulantes.

- Isso já era de se esperar - meu pai disse calmamente. - Ele deu alguma coisa que vai ajudar com aquele cretino?

- Sim, ele deu bastante coisa, e vou precisar fazer o Ângelo sair da toca dele, já que está muito quieto nos últimos dias - falei. - Estou apenas esperando ele vir atrás novamente para atacar.

- Acho que ele deve estar planejando algo muito grande com os capangas dele, mas presumo que você está pensando em algo tenso - meu pai falou e sorri amplamente.

- Às vezes tenho alguns planos bons, mas apenas tenho que ser feliz com o Pedro, e já causa inveja no Ângelo - falei, estalando a língua.

Após um breve momento de silêncio, meu pai olhou para mim com curiosidade.

- Tenho orgulho de como você não está se deixando abater - Meu pai disse.

- Lembra que eu mudei muito nesses anos e ainda fiz as aulas de autodefesa, do Ângelo não tenho que me assustar se for um combate corpo a corpo - Respondi. - Ainda mais com os seguranças do tio Josué observando sempre por perto.

Meu pai ficou pensativo, mas não respondeu, e então ficamos observando a televisão.

- Eu contei para o Luciano sobre o meu tempo no orfanato - meu pai disse, olhando para a tela. - E sobre a mulher que eu vi esta manhã, que com toda certeza tem relação com o meu passado.

- Eu posso pedir para o Antônio pesquisar sobre ela, e também podemos pedir para o tio Josué ficar de olho nela e ver o que ela está fazendo na cidade - falei.

- Eu sei que sempre digo que não quero descobrir sobre o meu passado, mas vê-la fez com que eu tentasse me lembrar de tudo da minha infância no orfanato, e não consigo ver além de chegar naquele lugar - meu pai disse.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, cada um imerso em seus pensamentos. Eu podia perceber que aquela descoberta mexeu profundamente com meu pai, despertando uma curiosidade que ele havia reprimido por tanto tempo.

- Talvez seja hora de enfrentarmos essas lembranças, pai. Pode ser doloroso, mas pode nos ajudar a entender quem somos de verdade e a desvendar os segredos do nosso passado - falei, colocando a mão no ombro dele.

Meu pai me olhou com um misto de apreensão e determinação.

- Você tem razão, meu filho. Chegou a hora de enfrentar os fantasmas que assombram nossa história. Vamos descobrir a verdade juntos. - Ele disse.

A partir daquele momento, senti que estávamos prestes a embarcar em uma jornada cheia de desafios e revelações. Com a determinação renovada, começamos a traçar planos para desvendar os segredos que haviam sido guardados por tanto tempo. Não importava o quão difícil ou perigoso seria, estávamos dispostos a ir até o fim para desvendar a verdade sobre o passado de nossa família.

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Na manhã seguinte, acordei os gêmeos com beijinhos no rosto com ambos pulando das camas deles.

- Vejo que estão bem ansiosos - Falei divertido.

- Bom dia, papai - Otávia falou e já subiu no banquinho para escovar os dentes.

- Bom dia, papai - Gabriel falou, pedindo a escova.

- Antes disso, que tal tomar um banho pra ficarem bem cheirosos - Falei, ambos me olharam ansiosos em seguida fazendo o que foi pedido para mim.

Estavam bastante ansiosos e contaram-me sobre como vai ser a brincadeira com o Pedro, que nem tentaram jogar água em direção ao meu rosto.

Coloquei as roupas nele, que voaram para a cozinha, puxando-me pelo caminho. Meu pai, quando viu a cena, olhou-me divertido.

- Bom dia, vovô - Os gêmeos disseram e beijaram a bochecha do meu pai que se abaixou abraçando ambos.

- Como estão os meus amores essa manhã? - Meu pai perguntou com um enorme sorriso.

- Muito bem, ainda vou querer cereal - Gabriel disse e me pediu para colocar na cadeira dele.

- Também dormi muito bem, vovô - Otávia falou, com os olhos inocentes brilhantes. - Quero panquecas de café da manhã!

- Pode apostar que vou fazer panquecas deliciosas para minha adorável netinha - meu pai disse e deu um beijinho na testa da neta.

Fui até o armário e peguei uma tigela e a caixa de cereais, colocando para Gabriel, enquanto meu pai fazia as panquecas com Otávia sendo sua ajudante. Gabriel estava pulando no lugar de tão ansioso, que pedi para ele parar.

Otávia estava cantando enquanto passava os ingredientes para o meu pai. Olhei para a situação e soltei uma risada.

- Estão bastante ansiosos só porque hoje vão brincar bastante com o pai de vocês - falei divertido.

No fundo, fico feliz que tenham aceitado Pedro fazendo parte de suas vidas. Isso me traz uma calma interna.

- Ele vai buscar a gente? - Otávia perguntou.

- Claro que ele vai, na hora da saída vai buscar ambos com a tia Ava - Falei.

- Pai, porque o Papai Pedro não dirige? - Gabriel perguntou com a boca cheia.

- Ele tem um pouco de medo de dirigir - Falei. - Mas é um problema de adulto.

Não posso contar que o Pedro tem medo de ter um ataque de pânico enquanto dirige um carro. Tanto ele como a família pensam que é melhor ele tentar se recuperar do que ter um desses ataques e se ferir fatalmente.

Concordo que eles estão certos em pensar assim, mas ainda tenho certeza de que ele vai superar todos os seus traumas em breve.

Os gêmeos terminaram de comer e, quando percebi, já era hora de levá-los para a escolinha. Coloquei-os no carro ao mesmo tempo em que notei o Mario e o Stefano saindo de casa. Ambos acenaram na nossa direção.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

O Passado sempre volta (Mpreg) | Livro 1 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora