Epílogo

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Vicente Johnson Lewis:

Passaram alguns dias desde que trouxemos Carly do hospital, mas ainda estou ficando mais cansado do que o normal com ela chorando de madrugada e acordando todos na casa.

Pedro e os gêmeos ficam ao meu lado por alguns minutos até que os mando ir dormir e depois troco com Pedro para que eu possa dormir.

Otávia e Gabriel ficaram tão animados em conhecer a irmã que tentavam me ajudar a cuidar dela quando tinha que acordar para vê-la quando começa a chorar, mas os coitadinhos não conseguiam ficar acordados por muito tempo para ajudar e quase dormiam em pé todas as vezes.

Carly às vezes parece ser tão calma, bem diferente dos irmãos que eram agitados assim que nasceram.

Lembro que quando tive os gêmeos, um tempo depois adormeci imediatamente. Como eu suportei mais de nove horas de dores de parto com todo o ânimo, a exaustão poderia ser dissipada em segundos.

O pior foi a dor que senti por causa do parto, mas ainda estou cada vez mais apaixonado pela minha pequena bebê, que dormia calmamente em seu berço após tomar sua mamadeira e ser aninhada nos braços do pai.

Pedro se inclinou sobre o berço e olhou para o rosto de Carly dormindo em um quarto escuro. A luz do sol vermelho, que está se pondo, passou acariciando a bochecha dele, que não sabia o que estava pensando. Ele se sentou lentamente ao lado do berço como se estivesse com medo de perder alguma coisa.

— Ela é tão pequena — Ele disse. — Mas também parece tão calma com tudo, ela é muito fofa também.

— Pelo menos está deixando tudo calmo em casa, com os irmãos dela querendo ajudar bastante com as coisas — Falei e me diverti com o pensamento dos meus dois pedaços de gente dizendo que são grandes para cuidar da irmãzinha.

— Nossos filhos são muito fofinhos — Pedro disse e acariciou a bochecha da filha com delicadeza.

Me aproximei e olhei para ela dormindo calmamente.

— Sou eu quem irá te proteger daqui em diante. Não importa a situação, vou proteger você e seus irmãos — Pedro falou, como se estivesse orando. — Porque vocês são meu mundo.

Pedro me olhou e sorriu. Finalmente, deixei um beijo em seus lábios com delicadeza e fui atrás dos gêmeos, que estavam muito quietos.

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Cheguei na sala e ambos esconderam algo atrás deles rapidamente.

— Oi, papai — Otávia disse com um sorriso.

— O que estão escondendo? — Falei, me aproximando lentamente.

— Não temos nada — Gabriel disse ao mesmo tempo em que um miado saiu de trás dele.

Levantei uma sobrancelha para os dois, que ficaram culpados, enquanto o pequeno gato saiu de trás deles me olhando com uma certa curiosidade e depois se sentou, começando a miar.

— Vocês trouxeram um gato para casa — Falei e o gato se esfregou em mim. Fiz cafuné em sua cabeça. — Onde o encontraram?

— Ele estava no quintal e deixamos ele entrar — Otávia disse, e ambos me abraçaram. — Deixa a gente ficar com ele, vamos ajudar a cuidar direitinho.

Eles me olharam com olhos pidões e até o gato fez a mesma expressão, se metendo no meu colo também com seus enormes olhos castanhos.

— Vão ter que me ajudar com tudo, se eu permitir e se o pai de vocês concordarem e ainda tenho que dar as vacinas para ele e compra as coisas — Falei, sabendo que iria ter que fazer isso nesse momento.

Esses dois sabem que quando fazem essa expressão podem me dominar, agora entendo muito bem que eles vão ser capazes de dominar o mundo se quiserem.

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Naquela noite, após colocar Carly para dormir e garantir que os gêmeos também estavam acomodados, todos se reuniram na sala. O gatinho, agora chamado de "Biscoito" pelos gêmeos, brincava com um novelo de lã no chão, entretendo a todos com seus pulos e brincadeiras.

Enquanto Pedro e eu nos aconchegávamos no sofá, trocamos um olhar cúmplice e sorrimos, compartilhando a alegria de ter uma família unida. Os gêmeos, sentados próximos a nós, não conseguiam conter a excitação.

— Podem nos contar uma história, papai? — Otávia perguntou, seus olhos brilhando de entusiasmo.

—Claro, que tipo de história vocês querem ouvir? —respondi, curioso.

— Que tal uma história sobre uma aventura com um gato, em uma missão secreta? — Gabriel disse.

Todos rimos com a ideia inusitada, mas Pedro prontamente começou a contar uma história envolvente sobre as incríveis façanhas de Biscoito, o gato detetive que enfrentava desafios e mistérios para proteger a cidade dos vilões.

Enquanto Pedro narrava a história com entusiasmo, percebi que a família estava se fortalecendo, conectando-se através da imaginação e do carinho mútuo. Observar nossos filhos rindo e participando da história com suas próprias sugestões aqueceu meu coração.

Depois da história, os gêmeos pegaram Biscoito no colo e o abraçaram com todo o cuidado. Era evidente o vínculo que já estava se formando entre eles e o pequeno gatinho. Era uma cena tão adorável que não pude deixar de tirar uma foto para registrar o momento.

Finalmente, a hora de dormir se aproximou. Os gêmeos depositaram Biscoito em sua caminha improvisada no canto da sala, garantindo que ele estivesse confortável para a noite. Trocamos abraços e beijos de boa noite antes de nos dirigirmos para nossos respectivos quartos.

Enquanto me deitava, não pude deixar de sorrir ao pensar em como a vida havia mudado tão rapidamente. A chegada de Carly e agora a adição de Biscoito à família trouxeram uma nova dimensão de alegria e aventura às nossas vidas.

Com um suspiro de contentamento, senti os braços de Pedro ao meu redor enquanto me beijava no pescoço.

— Sabe, ainda estou incrédulo sobre como você consegue arrumar tantas coisas para aquele gatinho em uma tarde — disse Pedro, divertido. — Você até arrumou uma cama para ele.

— Eu tenho meus contatos — falei, e ele me puxou ainda mais para perto. — Eles sabiam que eu me convenceria rapidamente; treinaram o gatinho em segundos para fazer isso.

Pedro soltou uma risada baixinha, e virei na direção dele.

— Eu sei que isso não é engraçado, mas nossos filhos são iguais a você — Pedro falou, olhando para mim com olhos brilhantes. — São incrivelmente inteligentes, além de serem fofos, algo muito perigoso.

Soltei um risinho olhando para sua direção em completa paixão, Pedro se aproximou e me beijou com delicadeza.

Nosso beijo era uma conexão que ia além do físico, uma fusão de almas que transcendeu o tempo e o espaço. O gosto do momento era doce, como se todos os sentimentos bons do mundo estivessem concentrados naquele simples gesto.

Cada segundo que passava se tornava eterno, e o toque suave dos lábios se transformou em um abraço caloroso de emoções compartilhadas. Era um beijo cheio de significado, uma promessa silenciosa de amor, apoio e jornadas compartilhadas.

Me aconchegando em seu peito, estava em paz com ele ao lado e ouvindo-o dizer o quanto me amava.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

O Passado sempre volta (Mpreg) | Livro 1 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora