Capítulo Trinta e Oito

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Vicente Johnson:

Algum tempo atrás, meu tio Josué havia me dito que tinha algo estranho com um dos seguranças que entraram na empresa dele. Sabia muito bem que Ângelo havia comprado aquele segurança e apenas esperei que ele mordesse a isca, como eu queria.

Não pensei que isso iria acontecer em plena luz do dia dentro de um shopping, mas posso ver que, segundo a mente distorcida de Ângelo, é a coisa que pensa ser a correta.

Os quatro capangas me puxaram pelo braço, com Jéssica atrás e me olhando com preocupação, como se eu fosse louco da cabeça. Murmurei para que ela se mantivesse no papel de capturada, afinal, desde a infância, meu tio Josué fez com que ela treinasse cada luta corporal que existisse.

Com o coração batendo forte no peito, fui conduzido pelos capangas de Ângelo através do movimentado shopping. Eles mantinham uma aparência ameaçadora, o que atraía olhares curiosos de algumas pessoas que passavam por nós. Enquanto isso, Jéssica continuava atuando muito bem, fingindo estar dominada e assustada.

Caminhamos por corredores lotados de lojas, e a tensão só aumentava a cada passo. Os capangas de Ângelo mantinham-se alerta, certificando-se de que ninguém pudesse interferir ou atrapalhar o plano. Enquanto isso, eu tentava manter a calma, sabendo que logo tudo mudaria.

Finalmente, chegamos a uma área mais isolada do shopping, próxima a uma saída de emergência pouco utilizada. Lá, Ângelo estava à espera, com um sorriso malicioso no rosto. Ele sabia que tinha me pegado em sua armadilha e estava desfrutando da situação.

— Vicente, você achou mesmo que iria conseguir deixar você ser feliz — Ângelo falou com um tom de deboche. — Olha onde está em minhas mãos e nem sabia o que eu estava planejando.

— Você pode ter me levado até aqui, Ângelo, mas isso não vai durar muito tempo — respondi com confiança.

Jéssica permanecia em silêncio, mas seus olhos revelavam que ela estava pronta para agir caso houvesse uma oportunidade de nos libertarmos.

Ângelo ordenou que seus capangas me colocassem de joelhos diante dele. Eu sabia que ele estava prestes a fazer algum tipo de declaração ou ameaça. O momento era tenso, e o olhar frio de Ângelo me deixava ainda mais determinado a encontrar uma maneira de escapar dessa situação.

Ainda precisamos de mais tempo para que as coisas aconteçam como meu tio e eu planejamos.

— Então você soube de tudo o que a sua família fez, até mesmo com a sua pobre avó — Falei. — Não existe nenhum tipo de compaixão por ela? Seu pai e você têm a mesma índole. Até imagino como sua mãe, sua avó, se arrepende imensamente de tudo o que aconteceu com a família dela.

Ele se aproximou e segurou meu queixo com força, olhando em minha direção; seus olhos brilharam perigosamente.

— Nunca diga que sou igual àquele canalha — Ângelo rosnou as palavras.

— Mas essa é a verdade, você é igualzinho ao seu pai, posso dizer que chega a ser ainda pior do que ele — Falei sorrindo. — Você sabe muito bem que tudo isso é a pura verdade.

Seus olhos brilharam perigosamente e ele me deu um tapa no rosto, fazendo com que eu caísse no chão. Imediatamente, ele se preparava para começar a chutar o meu corpo. Segurei seu tornozelo e o desequilíbrio fez com que caísse no chão pela ação repentina. Pulei em cima dele e apliquei uma chave de braço.

Jessica riu atrás de mim e avançou. No minuto seguinte, um capanga estava segurando o nariz sangrando, enquanto os outros estavam indo para cima da minha prima e, no momento seguinte, tiveram braços e pernas quebrados.

O Passado sempre volta (Mpreg) | Livro 1 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora