Snow On The Beach

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— Não sou desse tipo.

Alegou, libertando as mãos e se erguendo.

— Não sou uma mercenária.

Sam também se ergueu.

— Ninguém está dizendo que é. Se Lisandre ainda estivesse vivo, não esperaria que ele se casasse com você?

Mon não queria responder àquela pergunta. Naquele século, naquela sociedade, quem de fato se casava por causa de um bebê? Mas no fundo do coração, sabia que teria esperado essa atitude do namorado. E teria aceitado, apesar de todas as dúvidas sobre o
futuro do relacionamento dos dois.

— Mas você não é o Lisandre.
— Pense em mim como alguém que o está representando. Fazendo o que ele teria feito.

Será que Lisandre teria se casado com ela? Para ser honesta, Mon não tinha certeza.

— Serão apenas dois anos. Confie em mim, o tempo passa rápido. Seus pais sabiam que você estava namorando Lisandre?
— O quê?

A mudança brusca de assunto a assustou.

— Hum, sabiam que estava saindo com alguém do trabalho, mas isso é tudo.
— Então, poderia ser eu.

Mon piscou.

Havia momentos em que escondia a verdade dos pais, floreava os fatos reais, mas mentir daquela maneira lhe parecia errado em diversos aspectos.

No entanto, sentia-se tentada.

O bebê era uma realidade e teria que enfrentá-la. Sam estava lhe oferecendo uma maneira de minimizar os problemas com a família e, ao mesmo tempo, permitindo que ela não abrisse mão de perseguir seus sonhos. Era quase bom demais para ser verdade.

— O que você ganha com tudo isso?
— O filho de Lisandre receberá o nome da minha família e poderei fazer parte da vida dele ou dela.
— Você pode ter as duas coisas sem se casar comigo.
— Quero fazer o certo. Não posso mudar o que aconteceu, mas posso fazer o possível para ajudar. Você não me conhece, mas terá que confiar em mim.

Mon não sabia se seria necessária tanta confiança. Samanun Anankatrul era o tipo de pessoa que gostava de tudo muito correto. O que significava que haveria documentos a serem assinados.

— Não quero o que Lisandre teria direito de herdar. É demais.

Os negócios de Sam, a Anankatrul Manufacturing, era uma empresa multimilionária.

— Talvez uma pensão para a criança e uma casa.

Ela fez uma careta.

Até isso soava demasiado ganancioso.

— Somente uma pensão para criança. Lisandre seria obrigado a pagá-la de qualquer maneira.

Sam enfiou as mãos nos bolsos da calça e sorriu.

— Está aceitando a minha proposta?
— Ah.

Ela revirou a ideia na mente.

— Acho que sim.

Quando havia decidido que era o que queria fazer? Isso importava?

Sam estava certa.

Aceitando aquela proposta, sua vida se tornaria muito mais fácil. Ainda não tinha certeza do que a outra ganharia com aquele acordo. A menos que fosse para fazer parte de uma família de novo, mesmo que por pouco tempo.

Mas isso seria tão importante?

— Eu mal a conheço.
— Vamos mudar esse quadro. Podemos sair para jantar hoje à noite. Discutiremos a logística, criaremos um calendário e colocaremos nossos planos em ação.

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