Lowkey

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— Estive pensando sobre o que conversamos antes.

Disse ela quando a tailandesa se sentou na outra extremidade do sofá. Sam conteve um gemido.

— É Lisandre? Porque eu dormi com ele?

Sam tinha o pressentimento de que ela não ia esquecer aquele assunto.

Pelo visto, a única maneira de parar de falar sobre o motivo de não estarem fazendo sexo era ir em frente e fazê-lo. Em qualquer outra circunstância, teria entregado os pontos.

— Lisandre é um fator. Ainda penso em você como a namorada dele.

Mon meneou a cabeça devagar.

— Acho que se ele não tivesse morrido, você se sentiria mais confortável para deixar nosso relacionamento fluir. Nestas circunstâncias, fui a última pessoa que você conhece que era próxima de Lisandre. Se mudar esse estado de coisas e ficar comigo, perderá essa conexão.

As ideias dela a surpreendiam.

— Não havia colocado o conceito em palavras, mas você está certa.
— Então, se você se envolvesse comigo, estaria magoando o seu irmão.

Sam hesitou. Podia pressentir o perigo no rumo daquela conversa, mesmo sem poder vê-lo.

— Não diria magoando. A situação levanta algumas questões.
— Você sabe que eu não era apaixonada por ele.
— Sim, eu sei.

Disse, praguejando em silêncio.

— Nenhuma de nós sabe o que teria acontecido se Lisandre não tivesse morrido.

Sam sabia que teria forçado o irmão mais novo a assumir sua responsabilidade e se casar com Mon, mas tinha dúvidas quanto à duração do relacionamento. Mon suspirou.

— Deve ter sido muito difícil para você. Eu só conhecia Lisandre há alguns meses, mas ele fez parte do seu mundo por 20 anos. Está lidando com sua perda, com minha gravidez e comigo. Não quero pressioná-la. Nem fazê-la se sentir desconfortável. Considerando as circunstâncias, acho que estamos indo muito bem.
— Eu também. E você não está me fazendo sentir desconfortável.

Ela sorriu.

— É bom saber.

Seu sorriso desapareceu.

— Quanto à intimidade, eu gosto de você. Devo admitir que sinto alguma curiosidade. Sua reputação a precede, o que é intrigante. Para dizer a verdade, a sua ideia de se manter fiel e celibatária pelos próximos dois anos é muito nobre, mas nada prática. Odeio pensar que vai sofrer, porque se sente na obrigação de fazer o que é certo. Eu não estaria insistindo em algo assim, mas há o fator tempo. Em breve, minha barriga crescerá e não sei se precisamos de minha gravidez se desenvolvendo como uma complicação.

Santo Deus, não sabia o que dizer. Mesmo com as bochechas ruborizadas, Mon a fitava com um olhar firme.

Podia se sentir constrangida, mas não recuava. Como era possível? Como responder à sua oferta-declaração?

É claro que odiava a ideia de ficar sem fazer sexo por tanto tempo.

É que se sentia tentada pelas palavras dela, seu corpo e tudo o mais. Tinha a sensação de que poderia ser espancada e deixada para morrer às margens de uma estrada e ainda assim a desejaria.

Mas havia mais fatores a considerar.

A inocência de Mon e as circunstâncias. Infelizmente, seu sangue desceu, deixando-lhe o cérebro em um estado deficiente, as habilidades cognitivas desaparecendo rapidamente.

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