Sam chegou em casa quase duas horas mais cedo para encontrar uma música alta entoando por toda a casa. Caminhou até a sala de estar e viu Mon esparramada no sofá, com um livro de texto grande apoiado sobre o peito enquanto lentamente folheava as páginas. Em vez da mulher vestida de forma conservadora que vira na noite passada, naquele dia sua esposa, de menos de uma semana, usava short e camiseta. Os pés estavam descalços, tinha o cabelo preso no alto da cabeça em um rabo de cavalo e mascava chiclete. Era, reconheceu ironicamente, o sonho de um adolescente.
O que significava que não tinha nenhuma desculpa para o que estava sentindo. Era adulta o suficiente para se controlar.
Ainda assim, a informação não pareceu surtir qualquer efeito sobre a pressa repentina de seu sangue nas veias ou o desejo de atravessar a sala, tomá-la nos braços e beijá-la como louca.
Imaginou-a rendendo-se excitada, esforçando-se para chegar mais perto, estendendo a mão para ela enquanto... Sam forçou as imagens eróticas a deixarem sua mente.
Aquele era um casamento de conveniência, lembrou a si mesma. Nada mais. Além disso, se comportara como uma idiota na noite anterior. Precisava parar com esse tipo de comportamento. Pressioná-la a falar sobre Lisandre fora inconveniente e depois que ela admitira que achava que não amava o irmão dela, ela, Sam, sentiu-se mais idiota ainda.
Abordara o assunto apenas para descobrir se ela estava de luto ou não. Saber que Mon não sofria pela perda de Lisandre significava, de uma forma distorcida, que estava mais disponível para si. Talvez fosse quem estivesse precisando de ajuda profissional.
Com esse pensamento, caminhou até o aparelho de CD e abaixou o volume. Mon se sobressaltou.
Ergueu-se depressa e o livro caiu no chão.
— Sam!
Exclamou, obviamente assustada.
— Você chegou mais cedo.
Ela tocou o cabelo, em seguida, a bainha da camiseta.
— Não estou pronta.
— Você mora aqui. Não precisa se aprontar para nada.
— O jantar.Disse ela, cruzando os braços sobre o peito.
— Eu ia trocar de roupa.
— Por minha causa não é necessário. Está linda assim.Mon tentou sorrir, mas não foi capaz. Erguendo a mão, afastou uma mecha de cabelos que se soltara, caindo-lhe ao redor dos ombros.
A desordem momentânea era sexy demais. Apesar do zumbido constante do ar condicionado, Sam sentiu uma súbita necessidade de abrir o botão do colarinho e afrouxar a gravata. Em vez disso, caminhou até o grande pacote embrulhado que havia deixado na entrada da sala de estar e o entregou a ela.
— Trouxe uma coisa.
Mon olhou para a caixa e sua boca se curvou em um largo sorriso.
— Sério? Para mim.
Colocou as mãos atrás das costas, como para se impedir de se lançar em direção ao presente.
— Senti-me mal por ter esquecido seu aniversário.
Então, ia começar a lhe pedir desculpas pela noite anterior, mas parou, não querendo voltar ao assunto.
— Não precisava comprar nada.
Disse ela em um tom educado, embora praticamente tremesse de antecipação.
— Você não é muito boa nisso.
Retrucou Sam, colocando o embrulho sobre a mesa de centro.
— Está dizendo as palavras apropriadas, mas tenho certeza que está louca para pegar a caixa e abri-la.
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My Little Favor
FanfictionQuando Kornkamon Armstrong viu o resultado positivo em seu exame de gravidez, foi como se o chão tivesse sido retirado de debaixo de seus pés. O que poderia fazer? O pai de seu filho havia morrido em combate no Iraque. Aos 19 anos, na faculdade e...