To The Bone

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Concentrou-se no menu e afastou todos os demais pensamentos da mente, apesar do calor persistente permanecer. Mon não significava nada, além de alguém precisando de ajuda.

Seria como uma irmã para ela.

Uma irmã mais nova.

Jamais poderia haver nada entre elas. Por azar, naquele momento, a promessa de honrar seus votos pipocou em seu cérebro, fazendo-a gemer mentalmente com o pensamento de passar dois anos celibatário.

Dois anos era tempo demais.

Embora a ideia de traí-la com outras mulheres também não fosse atraente.

— Tudo parece delicioso.

Mon disse ao ler o menu.

— Há algum prato que você recomende?

As duas conversaram sobre o menu, antes de fazer os pedidos, então Sam se recostou na cadeira.

— Tenho alguns documentos que quero que você veja. Meu advogado redigiu um contrato. É muito simples e não há nenhuma surpresa. Os detalhes são como discutimos. O bebê terá o sobrenome dos Anankatrul. Será criado um fundo patrimonial para a criança, juntamente com uma pensão alimentícia, e uma renda mensal para você. Quando nos divorciarmos, terá condições financeiras para comprar uma casa. Com os valores imobiliários subindo demais, não estabeleci um valor. Em vez disso, especifiquei o tipo e o tamanho.

O garçom se aproximou com as bebidas. Sam pegou a dela.

— Sua cópia está no carro, junto com uma lista de advogados que estão familiarizados com esse tipo de acordo e uma carta explicando que pagarei os honorários.

Ela se inclinou para a frente.

— Estou falando sério, Mon. Não aceite somente a minha palavra. Peça a alguém que entenda do assunto para ler o documento e emitir uma
opinião.

Quanto mais Sam insistia para ela consultar um advogado, mais Mon sentia que não havia necessidade.

Mas faria o que lhe pedira.

Era inteligente e Sam estava facilitando as coisas.

— Sei que você não está tentando me passar para trás. Não estou preocupada.
— Não tem nenhuma razão para confiar em mim.

Isso a fez sorrir.

— Sam, quando descobri que estava grávida de seu irmão, a primeira coisa que você fez foi me pedir em casamento. Nunca exigiu um teste de paternidade para provar que o bebê era de Lisandre, não me acusou de tentar dar o golpe da barriga em Lisandre ou em você. Aprecio tudo isso. Você é o tipo de pessoa correta. Respeito os seus princípios.

Sam enrijeceu e Mon desejou saber o que havia dito de errado. Mas antes que pudesse perguntar, a outra disse.

— Precisamos discutir o casamento. Acho que quanto mais cedo, melhor.

Por mais que ela não quisesse admitir, Sam estava certa. Ela não ficaria menos grávida com o passar dos dias.

— Las Vegas, nos EUA, é uma opção.

Continuou Sam.

— É em outro país e descomplicado. A maioria dos hotéis ficaria satisfeita de organizar o casamento. Poderíamos voar para lá em uma sexta feira de manhã e voltar no domingo ao meio-dia.
— Bem rápido.

Las Vegas.

Mon de imediato imaginou uma capela cafona e um cover de Elvis realizando a cerimônia.

Bem diferente do rito solene e elegante que sempre sonhou para si, com as irmãs como suas damas de honra e o pai conduzindo-a ao altar. Sam a surpreendeu ao entender o braço e tocar-lhe a mão do outro lado da mesa.

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