Perfect

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— Está vendo! Nem ao menos se importa por ela ter partido. Não está chorando. Por que não chora?

Era muito difícil explicar que não lhe restavam mais lágrimas.

Não para Sam ou para o relacionamento de ambas.

Mon não sabia como consertar as coisas, porque ainda não conseguira atinar no problema.

— Esse não é um assunto seu. É entre mim e Sam. Não quero falar sobre isso.
— Ela foi embora por minha causa, certo? Criei muitos problemas. Foi tudo culpa minha.

Mon suspirou. A irmã era pura bravata, mas por trás daquela fachada, havia uma típica e confusa adolescente.

Ela se agachou ao lado de Noah e a puxou para os braços.

— A partida de Sam nada teve a ver você. Mesmo que não fosse sequer nascida, ela teria me deixado do mesmo jeito.
— Jura?

Mon lhe beijou o topo da cabeça.

— Por tudo que há de mais sagrado.
— Ela não deveria ter ido embora. Isso não foi legal da parte dela. Mamãe sempre diz que os recém-casados costumam ter problemas e que só os conseguem solucionar se os enfrentarem juntos.
— Bom conselho.
— Deveria dá-lo a Sam. Ou deixar que mamãe se encarregue disso. Pode ser que ela volte e vocês consigam ser felizes outra vez.
— É uma ideia interessante.

Concordou Mon, embora não se sentisse
preparada para pedir à mãe que intercedesse.

— Não importa o que aconteça com Sam, não tem de partir, se não quiser.

Noah fungou.

— Eu me diverti morando com você, mas sinto saudades de casa. Você sabe, do meu quarto, das minhas coisas. Além do mais, resta apenas algumas semanas para Jennie voltar para a faculdade e gostaria de passar algum tempo com ela e com Ellen.

Noah mudou de posição, se ajoelhando.

— Já que Sam partiu, você deveria voltar também. Seria como antes.

Mon relanceou o olhar à aliança de casamento.

— Nunca será como antes. Estou casada agora.

E grávida, pensou, sabendo que estava na hora de contar a todos que teria um filho no próximo ano. Noah suspirou.

— Sempre pensei que se tornar adulto fosse muito legal, mas nem sempre é, certo?

Mon sorriu para a irmã.

— Para ser sincera, às vezes é uma droga.



(...)



Mon tentou ler a revista, enquanto aguardava no consultório médico, mas não conseguia se concentrar.

Faria sua primeira ultrassonografia e estava com os nervos à flor da pele.

O lado racional lhe dizia que estava tudo bem. Por que não estaria?

Mas aquilo era novo, desconhecido, assustador e ela se sentia completamente só. Pensara em pedir à mãe que a acompanhasse, mas Phon começara em um novo emprego há apenas algumas semanas e Mon não queria forçá-la a pedir horas de folga.

Quando marcara aquela consulta, presumira que Sam estaria a seu lado para lhe dar o tão necessário apoio moral. Mon pousou a revista e pegou outra, com um lindo bebê na capa.

O dela estava se desenvolvendo no ventre. Ainda não apresentava nenhum sintoma, exceto o leve abaulamento do abdome.

Continuava esperando o enjoo matinal e a sensibilidade nos seios para qualquer momento, mas até agora não acontecera. A porta da sala de espera se abriu. Mon ergueu o olhar e quase caiu da cadeira, quando Sam entrou. Ela cruzou a sala e se sentou ao lado dela.

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