— Mas nós temos seguro.
— Não cobre tudo. Estou honrando os pagamentos. Acredite em mim, esse é o
menor dos nossos problemas financeiros.Mon não tinha tanta certeza.
— E a clínica de fisioterapia? Vocês ainda estão pagando?
A mãe se ergueu e foi até a geladeira.
— O que você quer comer? Sobrou um pouco de carne do almoço. Poderíamos fazer um sanduíche.
Mon sentiu o estômago apertar.
Não fazia ideia de que os pais ainda estavam pagando por um acidente que acontecera há quase dois anos. Qual seria o valor daquelas contas?— Quer deixar seu trabalho no escritório da igreja para conseguir uma remuneração maior?
A mãe se apoiou na bancada.
Phon havia se casado aos 19 anos, dado à luz sua primeira filha aos 20 e acabara de completar 40 anos no mês de março. Aparentava bem mais jovem e as pessoas frequentemente expressavam surpresa ao saber que ela já tinha uma filha na faculdade.
— O trabalho em uma empresa não apenas renderá um salário melhor, como os benefícios complementarão o seguro que já possuímos. Andei sondando pelas redondezas e tive algumas boas ofertas. Estou decidindo qual aceitar. Infelizmente, seu pai encara minha atitude como um tipo de deserção.
Mon não tinha tanta certeza.
— Talvez ele esteja apenas triste por não poder suprir as necessidades da família do jeito que gostaria.
— Isso também. O ego masculino é um órgão frágil.Ela fez uma careta.
— Mas na verdade não é um órgão, não é? Um instrumento? Uma entidade?
Um sorriso irônico curvou-lhe os lábios.
— Não sei o que é o ego masculino, embora esteja dominando a minha vida.
— Papai a ama. Quer que você seja feliz.
— Eu sou feliz. Ele é o homem mais adorável que existe. Não gostaria de magoá-lo por nada deste mundo. Mas precisamos pagar as contas. Às vezes, penso que se surgir alguma despesa inesperada, sairei gritando por aí no meio da noite.Ela fez uma pausa.
— Estou falando demais, Mon? Sinto muito. Não deveria estar compartilhando esse assunto com você. É que ultimamente você parece tão adulta e responsável. Sinto-me tanto sua amiga quanto sua mãe.
Mon se ergueu e caminhou na sua direção.
— Não se preocupe. Estou feliz por você desabafar comigo. Todo mundo precisa de alguém com quem falar.
As duas se abraçaram.
Enquanto a mãe a afagava, Mon lutou contra as próprias lágrimas.
Seus segredos a pressionavam, mas não podia dizer nada naquele momento.
A mãe não precisava de mais uma preocupação na cabeça.
— Então, sanduíches?
Perguntou Phon ao se afastar.
— Parece ótimo.
As duas prepararam os sanduiches, lado a lado e, em seguida, se sentaram para almoçar. Mon conversou sobre o trabalho e os amigos e teve o cuidado de não dizer nada sobre estar grávida ou o acordo que fizera com Sam. Agora que estava a par da situação financeira em casa, não havia nenhuma maneira de acrescentar um bebê ao pacote.
Não com Jennie indo para a faculdade no outono e Ella terminando o colegial no ano seguinte. Seus pais não podiam arcar com as despesas de um bebê e se ela tentasse lidar com a situação por conta própria, eles insistiriam em ajudar. Podia não estar feliz com o acordo proposto por Mon, mas no momento parecia ser a única solução.
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My Little Favor
FanfictionQuando Kornkamon Armstrong viu o resultado positivo em seu exame de gravidez, foi como se o chão tivesse sido retirado de debaixo de seus pés. O que poderia fazer? O pai de seu filho havia morrido em combate no Iraque. Aos 19 anos, na faculdade e...