Epilogue

3K 332 46
                                    

O BOLO era inacreditavelmente grande para uma criança de um ano de idade, pensou Mon, divertida.

Mas a pequena Ollie estava mais interessada em impressionar a todos com sua habilidade de andar e falar, ou algo parecido. A menina era atrapalhada pelas constantes explosões de riso do contingente de adolescentes do outro lado do pátio.

— Nem pense em crescer.

Disse Mon, erguendo a filha nos braços e enchendo-a de beijos nas bochechas do rosto e na testa.

— Será minha menininha para sempre.
— Como se isso fosse possível.

Phon disse, enquanto carregava uma bandeja com sanduíches.

— Aproveite bem essa fase. Passa muito rápido. Ainda me recordo de seu primeiro aniversário.

A mãe se mostrou um pouco melancólica, o que Mon entendia perfeitamente, agora que também era mãe. A tarde de domingo estava excepcionalmente quente para o mês de março o que possibilitou a festa ao ar livre.

Ollie se contorceu para descer do colo e caminhou na direção da avó com os braços abertos.

— Colo.

Disse a menina.

— Vó, colo.
— Você disse “vó”?

Phon a ergueu nos braços e a girou em um círculo.

— Ste.

Gritou ela na direção onde os homens estavam reunidos em torno da churrasqueira.

— Ela disse “vó”.
— Mas ainda assim, ela gosta mais de mim.

Resmungou o pai de Mon.

— Claro que sim, querido. Acho que deveríamos tirar mais fotos. Venha, meu pequeno anjo. Vamos pegar a câmera. Nunca conseguirei tirar fotos suficientes de minha primeira neta, certo?

Ollie soltou uma risada.

Mon as observou entrar, experimentando uma felicidade imensa, diante da sensação de que tudo em seu mundo estava no lugar certo.

Durante as três angustiantes semanas esperando os resultados da amniocentese, seu único alento fora a presença constante e devotada de Sam. Por fim, ficaram sabendo que o bebê gozava de perfeita saúde.

Olivia nascera a termo e se transformara em uma menina inteligente e feliz. Sam se aproximou e colocou a mão sobre seu ombro.

— Em que está pensando?
— Que temos uma vida maravilhosa.

Mon gesticulou com a cabeça na direção do sogro.

— Fico feliz que Shin tenha comprado aquela casa no fim da rua. Gosto de tê-lo por perto.
— Eu também. Embora não tenha ideia do que ele fará com uma casa tão grande.
— Talvez ele se case de novo.
— Seria bom. Gostaria que meu pai encontrasse um outro amor.

Tanta coisa acontecera, pensou Mon, feliz. Em janeiro, ela havia se graduado na faculdade comunitária e já ingressara na Siam University.

A carga horária era leve o suficiente para lhe permitir passar muito tempo com Ollie. Quando estava estudando, Mon deixava a filha na creche da igreja ou com um de seus muitos voluntários. Havia a mãe, as irmãs e Shin.

Sam conseguira bolsas de estudos para suas três irmãs, permitindo assim que Phon voltasse ao trabalho que tanto amava, na igreja.

— Somos abençoadas.

Sam a puxou para perto.

— Sim, somos.

Mon sorriu.

— Sei que Ollie é quem está fazendo aniversário, mas tenho um presente para você.

Sam ergueu as sobrancelhas.

— Tive meu presente ontem à noite.
— Pode recebê-lo outra vez esta noite se quiser, mas este é diferente.

Ela fez uma pausa.

— Na verdade, acho que estão relacionados.
— Pode me dizer de que se trata?

Perguntou ela, provocante.

— Ou terei de adivinhar?
— Eu lhe direi.

Mon lhe segurou a mão e a pousou sobre o abdômen.

— Acho que é para setembro. Talvez agora tenhamos um menino.

Sam a ergueu nos braços e a girou no ar. Em seguida, a pousou de pé no chão e se apossou dos seus lábios macios com um beijo tão repleto de sentimento que a deixou zonza. Ninguém ao redor estava prestando atenção.

Os familiares já haviam se acostumado àquelas demonstrações de afeto.

Mais tarde, as duas compartilhariam a boa notícia, pensou ela, enquanto a Faen a beijava outra vez.

Ollie ia adorar ser a irmã mais velha.

Às vezes, pensou Mon transbordando de felicidade, a vida era realmente um milagre.

                                    



                           The End.

My Little Favor Onde histórias criam vida. Descubra agora