Angel Baby

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Universidade de Siam começara como uma comunidade rural.

Apenas nos últimos anos se tornara uma comunidade-dormitório para os desenvolvidos municípios de Bangkok e Atthatuya. Mas mesmo cinquenta anos atrás, havia os endinheirados que construíram vários bairros bonitos, com casas elegantes situadas em extensos lotes. Mon se viu dirigindo através de um desses bairros, a caminho da casa de Sam. Jamais estivera naquela parte da cidade antes e não estava acostumada a ver casas com portões, alojamentos de empregados e jardins decorados.

Não fosse pelas direções que
conseguira no computador, teria se perdido completamente. Cinco minutos antes do horário marcado, contornou um longo caminho, passou pelos portões de ferro abertos e seguiu em direção a uma imensa casa de um pavimento. O gramado exibia uma tonalidade de verde, só possível quando a pessoa não precisava suar para pagar a conta de água. Havia árvores antigas e frondosas que ofereciam pontos de sombra e várias esculturas decorativas.

Ela reparou em uma, em tamanho natural, de um menino e uma menina deitados em um banco, cada um lendo um livro e outro menino empinando uma pipa de bronze.

Em seu bairro, as obras de arte nos gramados tendiam a ser flamingos cor de rosa, apesar de muitas pessoas usarem guirlandas sazonais ou bandeiras do lado de fora da casa.

Mon estacionou e saltou do carro.

O doce aroma de madressilva enchia o ar. O início da noite parecia acolhedor e tranquilo. Era um ótimo lugar para crianças, pensou, sabendo que ela e as irmãs teriam adorado aquele espaço aberto, embora a elegante obra de arte no jardim representasse um risco de lesões corporais.

Voltou sua atenção para a casa e ficou feliz pela construção não se avultar sobre ela como um castelo esplendoroso. Podia ser enorme por dentro, mas com apenas um andar, não parecia tão assustadora. Subiu os degraus de pedra e parou em frente a uma grande porta escura e intimidante.

Ficara indecisa quanto ao que vestir para o encontro com Sam.

Não queria aparentar demasiado casual, mas aquilo não era um encontro. Por fim, acabara optando por um vestido azul simples, com uma estampa floral e, apesar do calor, um casaco branco que pegara emprestado com Jennie.

Mas mesmo usando mais maquiagem do que o habitual e sandálias de salto alto, ainda se sentia como se devesse contornar a casa e utilizar a entrada de serviço. Em vez disso, bateu na porta e esperou até Sam a abrir.

— Mon.

Disse com um sorriso.

— Obrigado por ter vindo.

Acenou para que ela entrasse. Ela obedeceu, mas falar estava fora de questão. Ficara tão preocupada com o que usar que havia esquecido de pensar no que a outra poderia estar vestindo. Em vez dos ternos escuros e elegantes, com os quais estava acostumada a vê-la, Sam usava um jeans e uma camisa havaiana.

Certo, as cores eram suaves e estava enfiada sob o cós da calça de modo a realçar seu abdômen tonificada, mas ainda assim era uma camisa havaiana. Havia flores e muitas cores, e Sam era sua chefe.

Chefes como Sam não usavam flores!

Mon fez o possível para se distrair, voltando sua atenção para o saguão.

As paredes eram pintadas com uma cor creme e o piso de madeira escura brilhava intensamente.

À esquerda, havia uma elegante sala de jantar formal. À direita, portas francesas fechadas que deviam conduzir a um escritório ou uma biblioteca. Havia sancas esculpidas em torno do teto, belas pinturas emolduradas e fotografias nas paredes.

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